google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

Uma Kombi um pouco diferente da maioria, feita para altas velocidades, com tudo não utilizável para isso, retirado. O local é Bonneville, templo máximo da velocidade popular americana, onde qualquer um pode levar qualquer tipo de veículo e acelerá-lo o quanto quiser, com os dois pés se for necessário.

Só acho um pouco estranho não ter nem mesmo o para-brisa. Tudo bem que vidro é pesado, mas será que a turbulência dentro do carro não prejudica mais do que o peso?


JJ
Ingredientes:
- Óleo ou azeite
- 3 ovos grandes
- 1 pitada de sal
- 1 colher de chá de vinagre ou sumo de limão
Modo de preparo:
- Coloque todos os ingredientes, exceto o óleo ou azeite, no liquidificador e coloque para bater.
- Quando a mistura estiver homogênea, enquanto bate, vá adiconando o óleo ou o azeite em fio até atingir uma consistência firme.
- Não ultrapasse o ponto para não desandar.
- Utilize em seguida, pois não possui conservantes.
Gostaram da receita de maionese caseira? Não? Por que?
Já sei. Aqui é o blog dos autoentusiastas e não um programa de culinária...
Ok. Então vou mudar um pouco a receita, pra ver se fica um pouco mais intressante.
Ingredientes:
- 30 ml de óleo vegetal
- Toner de impressora laser
- Imã de terras raras (com forte campo magnético)
Modo de preparo:
- Coloque um pouco de toner no fundo de um recipiente de vidro, adicione o óleo e misture bem.
- Por fora do recipente, aproxime o imã.
- Observe os resultados.
Não entendeu nada? Então, acompanhe o vídeo a seguir:
Vamos entender o que estamos vendo.
As duas receitas anteriores produzem colóides. Colóides não são misturas simples de duas ou mais substâncias, mas a manutenção de substâncias fracionadas em partículas, gotas ou bolhas pequenas, de dimensões micrométricas (milésimo de milímetro) ou nanométricas (milionésimo de milímetro), suspensas em outra substância que lhes oferece suporte. Forças de ordem molecular evitam que estas partículas se reagrupem e as mantém em suspensão, tornando o colóide estável.
Além da maionese, que é um meio líquido suspenso em outro líquido, podemos dar o exemplo da neblina, que é uma substância líquida suspensa em um meio gasoso, e a fuligem, que é um meio sólido suspenso em um meio gasoso.
Colóides apresentam importantes aplicações tecnológicas porque oferecem propriedades físicas e químicas completamente diferentes das substâncias puras que as originam. É o caso da maionese, com seu comportamento de pasta firme contra o comportamento líquido do óleo e da clara de ovo que lhe deram origem.
Enumerar as aplicações dos colóides num automóvel é uma tarefa complexa. Eles estão por todos os lados.
O óleo do motor possui, por exemplo, um componente detergente que mantém a borra fragmentada e suspensa na forma coloidal no meio líquido. Se este agente detergente saturar ou degradar, as micropartículas de borra têm sua suspensão instabilizada, se agregam e se depositam por todos os cantos no motor. Se o prazo de troca do óleo do motor for obedecido, a borra é eliminada junto com o óleo velho, mantendo o motor limpo.
Porém, a segunda receita mostra um tipo muito especial de colóide, cujas aplicações tecnológicas só vem sendo exploradas na prática nas últimas duas décadas.Trata-se do chamado “fluido magnético”.
Há dois tipos de líquidos magnéticos: os ferrofluidos e os fluidos magnetoreológicos. Estruturalmente, a diferença entre eles é que, enquanto os fluidos magnetoreológicos possuem partículas magnetizáveis (geralmente algum tipo de óxido de ferro, como a ferrita) com tamanho de ordem micrométrica, os ferrofluidos possuem partículas nanométricas do mesmo material, mil vezes menores daquelas dos fluidos magnetoreológicos. Esta diferença aparentemente simples cria propriedades diferentes para estes fluidos.
Os fluidos magnetoreológicos são uma criação dos laboratórios militares da década de 40, e por muitos anos não passaram de mera curiosidade de laboratório.
Os ferrofluidos surgiram nos anos 60, quando a Nasa investigava formas de manter combustíveis líquidos de foguete aderidos às paredes dos tanques. Em microgravidade, os líquidos formam gotas que ficam soltas no meio gasoso dentro do tanque, e bombear um combustível como o hidrogênio para os motores afeta seu funcionamento se alternadamente for fornecido na forma gasosa seguida de uma fase líquida.
O que eles obtiveram não foi exatamente o que queriam. Limitações tecnológicas importantes como a de geração de campos magnéticos intensos, as propriedades elétricas e magnéticas do ferro em suspensão e as propriedades coloidais inesperadas criaram um fluido de características únicas.
O resultado podemos observar no belo espetáculo a seguir:
O que não conseguimos ver é que por baixo destes cones temos eletroímãs poderosos, que oferecem apenas um pólo magnético para magnetizá-los.
Com a criação de um campo magnético fraco, a primeira coisa que percebemos é um amontoamento do fluido em torno dos cones. Conforme a intensidade deste campo magnético aumenta, percebemos que o ferrofluido sobre pelo cone, preferencialmente pelo canal helicoidal lavrado na peça.
O canal helicoidal é o primeiro lugar por onde o ferrofluido sobe porque ele é uma descontinuidade da superfície do cone, concentrando campo magnético ali, e exercendo maior atração magnética a ele.
Temos aqui nossa primeira aplicação tecnológica do ferrofluido. Podemos bombear o ferrofluido, mesmo contra a gravidade, sem termos de invadir o meio em que ele se encontra.  E mais. Controlando o design dos componentes, conseguimos criar caminhos preferenciais para este bombeamento.
Além das aplicações no setor de mecânica, as aplicações medicinais e biológicas desta tecnologia são enormes.
E a “coroa de espinhos”, o que seria?
Vamos voltar nas nossas velhas experiências ginasiais.
Uma das primeiras experiências que fazemos com magnetismo é colocar uma folha de papel por cima de um imã e derramamos limalha de ferro sobre a folha. O resultado é a formação dos desenhos de linhas de campo muito bem demarcadas.
Somos ensinados a reconhecer aquelas linhas como sendo a impressão visível do campo magnético. Mas isto não é bem verdade.
Para começar, massas concentradas de ferro facilitam a concentração de campos magnéticos, curvando-os até que passem por elas.
O “ferrão” na cauda do avião de patrulha naval P-3 Orion contém na ponta uma sonda de anomalia magnética, que constantemente lê a intensidade e a direção do campo magnético terrestre. O “ferrão” é extensível para afastar a sonda da fuselagem e dos equipamentos elétricos do avião que poderiam interferir em suas leituras.
Quando o avião passa próximo a um submarino, feito de ferro, a sonda capta uma distorção do campo magnético terrestre que indica a direção e a distância em que se encontra a massa de ferro que causa a anomalia. Massas de ferro flutuando no meio da lâmina d´água não são naturais, e certamente indicam um submarino.
Cada partícula imersa em campo magnético passa a se comportar como um imã, e gira para alinhar sua maior extensão com este campo, tal qual a agulha de uma bússola.
Conforme a limalha é lançada sobre o papel, as partículas se magnetizam. Cada partícula se vê atraída pelas outras que estão sobre a mesma linha de campo, já que oferecem a ela pólos magnéticos opostos aos dela.
Já as partículas que se encontram ao seu lado possuem pólos semelhantes, causando repulsão entre elas.
Ocorrem então,dois fenômenos opostos e simultâneos:
- a atração das partículas causa sua concentração, bem como a do fluxo magnético que as atravessa e
- a partir de certa concentração, a força de repulsão lateral entre partúculas vizinhas aumenta, instabilizando a concentração.
A oposição de forças conduz a uma condição de equilíbrio, onde a concentração é fragmentada em várias linhas paralelas, filamentares. Se as condições do campo magnético ou da concentração de limalha são alteradas, o conjunto se reconfigura até atingir novo equilíbrio.
Em sistemas onde estas condições são dinâmicas, a configuração da limalha é dinâmica.
Este comportamento sob campos magnéticos não é exclusivo da limalha.
Os cinturões de radiação de Van Allen são formados pelo vento solar, que colide com o campo magnético terrestre. Sem a proteção do campo magnético, a Terra seria um planeta estéril.
Um dos maiores segredos do nosso Sol ainda é motivo de controvérsia entre cientistas. A superfície do Sol é relativamente fria, de 6.000 graus Celsius, porém as plumas atingem até 2 milhões de graus Celsius. Como tanta energia é transferida para as plumas ainda é um completo mistério.
O que se sabe é que as plumas são feitas de plasma, partículas eletricamente carregadas a alta temperatura, que se desprendem da superfície do Sol, presas a laços de campos magnéticos poderosos. Estes campos magnéticos armazenam enormes quantidades de energia, que de algum modo são transferidas a grande distância para o plasma. A formação filamentar das plumas concentra ainda mais a energia sobre porções menores e concentradas de plasma, elevando a temperatura.
Na foto a seguir, vemos uma imagem de uma destas plumas. O círculo azul no canto superior direito dá uma referência de escala da Terra para os demais componentes da foto.
As partículas do ferrofluido apresentam o mesmo comportamento de autoorganização, que é dinâmico em função das modificações sofridas pelo campo magnético. Na ausência de campo magnético, o ferrofluido é um colóide amorfo, com as partículas distribuídas aleatória e uniformemente. Sob campo magnético, as partículas se juntam em filamentos, assim como a limalha.
Esta modificação estrutural do fluido é que cria suas características tão particulares.
A principal diferença entre a limalha livre e o ferrofluido é que este último mantém suas partículas em suspensão líquida, sem atrito estático, mas viscoso. Embora as concentrações de partículas no ferrofluido sejam geometricamente melhor definidas que os da limalha livre, a total reorganização das partículas demora um certo tempo pelo efeito amortecedor do fluido de suporte.
A autoorganização dinâmica do ferrofluido, tanto na concentração de partículas, como na concentração dos feixes do campo magnético, é capaz de fundir ou separar estes espinhos e, internamente, separar ou fundir os filamentos de partículas.
Os “espinhos” são chamadas de “picos de Rosensweig”, em homenagem ao cientista que estudou estes comportamentos complexos. São conformações que surgem do equilíbrio das propriedades do ferrofluido contra a capacidade dos fluxos magnéticos concentrados em conseguirem sustentar a massa dos picos contra a gravidade. Eles surgem onde o campo magnético possui intensidade suficiente e configuração para se dispersar para além do ferrofluido.
Uma aplicação tecnológica desta propriedade ocorre quando juntamos as propriedades do ferrofluido com outros comumente utilizados em partículas nanométricas. Existem nanopartículas com propriedades de adesão à membrana de proteína que reveste células, bactérias ou vírus. Outras podem se ligar substâncias químicas específicas ou a resíduos sólidos.
O uso da propriedade de concentração das partículas sob forte campo magnético criaria então um filtro biomagnético, ou quimiomagnético mais eficiente que os filtros mecânicos convencionais. O potencial de um filtro altamente seletivo nos mais diversos campos da engenharia e da medicina é enorme.
O mesmo efeito de concentração cria outra propriedade única do ferrofluido. Sob forte campo magnético, o fluido é atraído e se concentra, criando uma tensão no interior da bolha formada. Ao colocarmos sobre a bolha um corpo não magnético qualquer, o ferrofluido equilibra a força de esmagamento da bolha pela tensão interna criada. A peça não magnética flutua sobre o ferrofluido tenso.
Vejam o que ocorre com a moeda de cobre neste vídeo:
Ela desliza sem atrito sobre a bolha de ferrofluido induzida pelo imã.
Podemos então construir mancais de propriedades hidrostáticas semelhantes às que sustentam o virabrequim de um motor, porém sem a necessidade de bomba. Um simples imã de terras raras é capaz de fazê-lo funcionar.
Nos automóveis, os líquidos magnetoreológicos tem apresentado maior aplicação prática que os ferrofluidos. A principal propriedade que torna o líquido magnetoreológico importante é que, sob campo magnético, este fluido varia sua viscosidade até o ponto de se tornar sólido.
A GM foi pioneira no desenvolvimento de amortecedores e embreagens utilizando fluido magnetoreológico.
No final da década de 80 e início da de 90, a McLaren pesquisou este tipo de amortecedor, mas que se tornou obsoleto quando a Williams apareceu com sua suspensão ativa. Hoje, ambos os dispositivos estão banidos pelo regulamento da Fórmula 1. Mas apesar de proibido na Fórmula 1 e em outras categorias, os amortecedores de regulagem magnética já são usados em carros de rua de alto padrão.
Vejam este vídeo da Audi, demonstrando os princípios desta tecnologia:
Já este, do Corvette, mostra a diferença de comportamento dinâmico de dois Corvettes, um com e outro sem os amortecedores magnetoreológicos.
Os Corvettes são vendidos com estes amortecedores desde 2005.
Fluidos magnéticos são apenas a ponta do iceberg da tecnologia de materiais que está em vias de fazer parte do nosso dia a dia. Eles são considerados uma aplicação até elementar da nanotecnologia, que junto com a biotecnologia, prometem responder pelas revoluções tecnológicas futuras como a informática e a internet tem feito nos últimos anos.
AAD
Alguns leitores pediram mais detalhes em meu último post, então seguem abaixo imagens do catálogo, e a tradução do texto original em inglês. Ainda existem duas páginas para traduzir, que posto em breve:
CURVÃO
A construção do curvão é nova, e típica do cuidado que a Duesenberg tem com cada componente. Ele é totalmente em alumínio fundido, e a flange de montagem e apoio do painel dos pedais, de madeira, está integrado a ele. Dois suportes de alumínio ocos com seção oval suportam o painel de instrumentos. Esse esquema garante uma unidade rígida, e faz o alojamento das ligações elétricas, e é extremamente conveniente para os fornecedores de carrocerias.
EIXO DIANTEIRO
A facilidade de esterçamento é devida não somente ao projeto correto, mas também ao pivotamento das rodas em amplos rolamentos que requerem lubrificação apenas uma vez por ano. As rodas são suportadas em dois superdimensionados rolamentos de esferas, montados a uma considerável distância um do outro, fazendo um conjunto muito sólido. O rolamento interno é localizado exatamente no plano central da roda, carrega a maior parte do peso, enquanto o outro rolamento recebe os carregamentos laterais. O eixo em si é um perfil "I" de grande resistência.
FREIO
O sistema de freio hidráulico Duesenberg requer apenas um pistão único, montado verticalmente para reduzir a probabilidade de vazamento e de penetração de sujeira. As duas sapatas de freio tem ajuste único entre as duas. Quando ajuste é necessário a sapata dianteira é colocada em contato com o tambor, sem se mexer na sapata traseira. Na primeira aplicação do freio a distância é dividida em dois. Nenhum ajuste é necessário na base das sapatas porque elas são posicionadas tão precisamente que qualquer ajuste seria fútil. As sapatas são fundidas em alumínio e os tambores são forjados em aço com cinco aletas externas para refrigeração e reforço. O cilindro-mestre é auto-compensante no que toca variação de temperatura.
VIRABREQUIM
O virabrequim foi desenhado com todo cuidado para garantir uma operação suave do motor e longa vida. É excepcionalmente rígido, com diâmetro incomum, 69,85 mm, é suportado por cinco amplos mancais, é feito da melhor liga de aço tratada termicamente duas vezes, e á cuidadosamente balanceado estática e dinamicamente, até uma ínfima fração de peso. Contapesos cientificamente desenvolvidos contrabalanceam as forças centrífugas precisamente, aumentando a vida dos componentes, por diminuição da pressão nos mancais.
CÂMARA DE COMBUSTÃO E VÁLVULAS
A câmara de combustão é ideal para a mais eficiente combustão, de desenho compacto, com a vela localizada bem ao centro, de forma que a frente de chama tenha a distância a percorrer reduzida. As velas de ignição e as sedes das válvulas são completamente envolvidas por dutos de água de refrigeração, de forma que são efetivamente refrigeradas. Estas características permitem o uso de alta taxa de compressão, e com isso, aumento de potência e economia de combustível.
A extraordinária potência do motor Duesenberg é na maior parte por causa da excelência do mecanismo de válvulas - indisponível em outros automóveis por virtude de seu alto custo. Quatro válvulas por cilindro são usadas, duas de admissão e duas de escapamento, e o aumento de potência obtido por este esquema é aproximadamente o mesmo obtido quando se acopla um compressor a um motor de duas válvulas por cilindro. As válvulas estão no cabeçote, e são diretamente atuadas por dois comandos de válvulas, também no cabeçote. Este é o esquema de disposição de válvulas e comandos mais eficiente que existe, e sua durabilidade e potência é comprovada pelo seu uso exclusivo em carros de competição. Os gases entram e saem do cabeçote sem fazer curva alguma, diretamente, e portanto tem pouca perda por atrito. As quatro válvulas permitem 40 % mais de área de passagem, de novo reduzindo perdas. Quatro pequenas válvulas são mais facilmente refrigeradas que duas grandes, melhorando sua vida útil. As válvulas são ajustadas por arruelas, e o ajuste permanece, o que não é o caso em outros tipos de ajuste. Por causa destas características, as válvulas permanecem ajustadas indefinidamente. As válvulas são extremamente silenciosas, parte por causa do perfil dos cames no comando, parte porque os comandos operam sempre banhados a óleo automaticamente.
ACIONAMENTOS DOS COMANDOS
Os dois comandos, suportados em cinco mancais, são acionados por uma corrente silenciosa, a partir de engrenagens de transferência, que por sua vez é acionada por outra corrente acionada pelo virabrequim. As correntes são de largura generosa e incomum, duas polegadas, para dar longa vida, e ambas as correntes são automaticamente ajustadas por engrenagens tensoras.
SUPORTES DO MOTOR
Apesar de o motor ser inerentemente livre de vibração devido a excelência do seu projeto, o último vestígio de vibração é removido suportando-se o motor em quatro pontos no chassi, por meio de coxins de borracha. A frente do motor é carregada por dois blocos de borracha, um de cada lado, enquanto a traseira é carregada por quatro, um par cada lado. As duas unidades destes pares são montadas a alguma distância entre elas, de forma que o motor é fixado de forma bem rígida, impedindo qualquer movimento, e ainda assim qualquer pequena vibração é efetivamente cancelada.
PISTÕES
Os pistões do Duesenberg são únicos. Fabricados em uma liga de alumínio especialmente dura, a saia dividida é fixada na cabeça do pistão de forma que quando aquecida ela expande exatamente na mesma razão do cilindro, perfeitamente integrado sempre. Estes pistões de alumínio são ideais também pela sua condutividade de calor, e pelo seu baixo peso, que contribui para a suavidade de operação. O pistão tem três anéis para manter a compressão e um anel de controle de óleo. Especialmente digno de nota é o fato de estes pistões serem inerentemente projetados para permanecer geometricamente estáveis em circunferência e alinhamento, uma vital característica para uma longa vida do pistão e dos anéis.
BIELA
Os especialistas dizem que a biela Duesenberg é de longe a melhor existente. Feita de uma liga de alumínio especialmente resistente, foi desenhada para uma longa vida e absoluta ausência de falha (quebra), ainda assim é leve para ajudar na suavidade de operação. Devido a engenhosas cabeças de parafuso, a base da biela tem o dobro da espessura usual, reforçando a peça em uma área onde usualmente é mais fraca, enquanto essa espessura adicional dá mais suporte ao mancal, e conduz calor dele mais eficientemente, os dois fatores contribuindo para longa vida dos componentes. A capa inferior é de aço forjado, e tem duas grandes nervuras que melhoram a rigidez e a área de condução de calor, ajudando a resfriar a área.
CARBURADOR E COLETOR DE ADMISSÃO
O enchimento otimizado dos cilindros é garantido por um carburador "duplex", na realidade dois carburadores em um, com numa câmara de bóia única, e uma válvula de ar auxiliar única. Cada carburador tem borboleta de 38 mm cada um deles abastece quatro cilindros através de dois coletores de admissão de alumínio com dutos polidos de também 38 mm. Um carburador/coletor de admissão abastece os dois pares de cilindros das extremidades, enquanto outro abastece os quatro do meio. O extremamente amplo tamanho do carburador e coletor, junto com o fato de que o carburador é desenhado com poucas curvas, garante as que as perdas sejam baixíssimas, e os cilindros sejam cheios ao máximo com a mistura. A sua forma também garante a correta distribuição em todas as situações. A base do carburador é aquecida pelo escapamento para garantir perfeita vaporização, o grau de aquecimento sendo controlado automaticamente. O corpo do carburador é pintado de verde.
LUBRIFICAÇÃO
Uma vida longa do motor, e a absoluta ausência de problemas requerem uma infalível e efetiva lubrificação. A primeira consideração é manter o óleo absolutamente limpo, por meio de três filtros. Uma fina grade de aço cobre toda a área do cárter, uma grade parecida cobre a área de sucção da bomba de óleo, enquanto o óleo que sai da bomba é forçado através de um filtro especial montado de fora do cárter. O óleo é fornecido sob pressão a praticamente todas as partes do motor, incluindo os cinco mancais principais, bielas, pinos de pistão, aos cinco mancais de cada comando de válvulas, ao eixo que aciona a bomba de combustível, aos rolamentos das correntes etc. O ajuste da pressão do óleo, o dreno, e o indicador de nível de óleo são convenientemente localizados no lado direito do cárter.
COLETOR DE ESCAPAMENTO
O coletor de escapamento de dimensões generosas minimiza as perdas na saída dos gases, com aumento de potência. Ele é conectado a um gigantesco tubo de escapamento, com 121 mm de diâmetro. O coletor tem acabamento pintado, verde, que não deteriora com o calor - uma inovação. Assim, ele não apenas combina com o bloco do motor, como se mantém sempre limpo e bonito, melhorando a aparência debaixo do capô.
O SISTEMA ELÉTRICO
O sistema de ignição é desenhado para uma operação eficiente a qualquer velocidade. Inclui dois platinados e duas bobinas. Um motor de arranque extra-potente é acionado por um botão no painel. Um dínamo de grande capacidade fornece energia mesmo a rotações baixas do motor. Uma bateria de 21 placas e de 160 A·h de capacidade é usada, seu grande tamanho garantindo longa vida.
LUBRIFICAÇÃO DO CHASSI
Comandado por um simples mecanismo, o chassi é lubrificado automaticamente a cada 130 km, em todos os pontos que usualmente são realizados a mão, incluindo todas as buchas de mola, ligações dos amortecedores, junta universal traseira, rolamento de embreagem, tubo de torque e braços de ligação de suspensão. O mecanismo que opera isto é uma caixa-relógio, acionada pelo motor. Dentro da caixa, um mecanismo simples aciona engrenagens, a menor delas girando uma vez a cada 130 km. Quando gira, ela atua um pistão que manda o óleo para as várias partes que necessitam dele. Uma luz vermelha no painel fica acesa quando o pistão está acionando, enquanto uma luz verde abaixo dela permanece enquanto existir pressão no sistema - falta de pressão indica um reservatório vazio. Além disso, outra luz no painel indica a necessidade de troca de óleo do motor a cada 1.200 km, e outra ainda indica a hora de verificar a água da bateria, a cada 2.300 km.
EMBREAGEM
Uma embreagem de dois discos de grande tamanho proporciona engate fácil e positivo. Uma mola no cubo evita a sincronização de pequenas vibrações no virabrequim e na transmissão que poderiam gerar ruído.
REFRIGERAÇÃO DO MOTOR
O sistema tem uma capacidade para 27 litros de água. O radiador é construído de tubos de cobre, para fornecer o máximo de dissipação de calor com mínimo peso. A água circula por meio de uma bomba de alta capacidade montada do lado direito do motor. Para garantir um rápido aquecimento do motor logo após o início de operação, uma válvula termostática no topo do radiador bloqueia a passagem até que a temperatura de funcionamento seja atingida. Um ventilador de alumínio com quatro pás é acionado pelo motor.
PAINEL DE INSTRUMENTOS
Este lindo painel de níquel anodizado com acabamento virolado contém os seguintes instrumentos: Luzes automáticas determinando troca de óleo, lubrificação do chassi, e cuidados com a bateria, - mostrador de pressão do freio, marcador de pressão do óleo do motor, conta-giros, cronômetro, velocímetro (até 150 mph/ 240 km/h), marcador de nível de combustível, altímetro, barômetro, medidor de temperatura da água de arrefecimento, controle do carburador, botão do motor de arranque.
SUPORTE DO ESTEPE
Ambos os estepes são carregados por enormes suportes de alumínio fundido, rebitados as laterais das longarinas do chassi. Os pneus não tocam os para-lamas, pois são fixos completamente por estes suportes, e portanto nunca fazem barulho.
LUZ DE RÉ
O grau de atenção aos detalhes por todo o carro é bem ilustrado nesta imagem, que mostra a luz de ré de 203 mm de diâmetro, grande o suficiente para iluminar adequadamente a estrada quando se anda para trás. As letras em vermelho são o sinal de PARE (STOP), iluminado pela lâmpada atrás, impossível de não ser visto. Note também que o tubo de abastecimento de gasolina tem um tubo de descarga de ar acoplado, o que permite um enchimento do tanque rápido e fácil. 
MAO
Recentemente se tem falado muito sobre os casos de travamento de pedal do acelerador. Para saber se realmente travam ou não já tem muita gente investigando lá nos Estados Unidos. E estão demorando para concluir algo. Essa discussão vai longe. No meu ponto de vista vai longe porque pessoas cometem erros. Mas no entanto não gostam de assumir isso ou nem sabem disso.
Embora dirigir pareça uma operação bem fácil para os mais habilidosos e até uma ação automática para os que tem mais prática, nem todas as pessoas tem o mesmo nível de aptidão ou estão sempre em condições físicas e mentais favoráveis. Sinceramente eu acho que acontecem poucos acidentes perto do potencial oferecido pela probabilidade de erros humanos. São 60 milhões de novos carros nas ruas todos os anos. Nas mãos de todos os tipos de pessoas, desde os jovens recém-habilitados a idosos habilitados há 40, 50 anos. E tudo que tem aí no meio.
Uma das coisas mais absurdas e amedrontadoras para mim é dirigir numa estrada de mão dupla a 60, 70, 80 ou 100 km/h. Um leve descuido ao pegar um objeto no porta-luvas, por exemplo, pode levar a uma colisão frontal. É não é apenas uma questão de ser prudente ou não.
O acidente da foto tinha acabado de acontecer quando passei no local. Para a maioria das pessoas é difícil de entender como pode uma coisa assim acontecer. Tenho certeza que não foi aceleração espontânea ou acelerador travado. É incompetência mesmo. Ou um surto momentâneo de incompetência. Será que daria para inventar um jeito de dirigir a prova de incompetentes?
PK