google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
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Clique na foto para ampliá-la e ler melhor a mensagem no para-choque
Não que o Centro de Formação de Condutores proprietário do Fox da foto não pudesse divulgar alqo que tivesse julgado interessante e quisesse fazê-lo, mas enaltecer o fato de o carro de aprendizagem ter direção hidráulica? Pintado no para-choque traseiro ainda por cima? Achei isso uma pobreza tão grande que peguei o celular e fiz a foto, já pensando em comentar com o leitor aqui neste espaço.
Direção servoassistida, por meio hidráulico ou elétrico, é tão comum hoje que me chocou ler uma informação dessas no carro à minha frente. Me deu uma certa depressão, aquela tipo relâmpago, que felizmente vai embora tão rápido quanto veio.
Duvido que o aspecto de carro de autoescola ter direção servoassistida seja relacionado à facilidade de dirigir por motivo de a relação de direção poder ser mais baixa, o que resulta numa direção mais rápida (mais esterço virando menos o volante) e segura. Pelo contrário, sou capaz de apostar que a ideia central de direção assistida naquele carro é conforto, fazer pouca força para virar o volante, explicando os dizeres  no para-choque traseiro, "Veículo esquipado com direção hidráulica".
BS
(Atualizado às 13h45, carro é Fox, não Gol; leitores apontaram o erro, veja Comentários)


Eu pretendia escrever sobre planejamento de viagens há tempo e vou aproveitar para responder às questões dos leitores, já que estou com tudo à mão. Eu realmente curto essa etapa, acho que "preparar-se para a festa" é tão interessante quanto a própria festa. E, claro, aproveita-se muito mais e com mais conhecimento do que se vai ver, história inclusive, evitando-se contratempos evitáveis.

Depois de definido o destino, preciso ou por alto, é hora de pesquisa. Muita pesquisa. No caso da viagem à Suíça, foi relativamente fácil por não ser inédita. Eu conhecia parte das estradas por ter rodado por lá de moto antes. Nesse passeio anterior, usei os inestimáveis serviços da Edelweiss (www.edelweissbike.com), uma empresa austríaca que já me levou por três diferentes destinos europeus, sempre em memoráveis viagens. Eles cuidam de tudo, do aluguel da moto, manutenção, escolha dos hotéis e jantar. Ah, levam a bagagem na van, entre os hotéis, para se viajar leve em duas rodas. Em um dos dias marcam até um piquenique em algum ponto remoto. Inesquecível. Mas são normalmente motociclistas austríacos ou alemães, não espere mestre cucas!

Edelweiss
Tour High Alpine
Detalhes do roteiro, mapa, atrações

E quem não gosta de moto, o que faz nesse site? Estuda os roteiros! Essa empresa (e outras semelhantes) já fizeram a lição de casa para nós. Escolheram rotas com paradas adequadas, estradas interessantes, paisagens bonitas. É possível ver a descrição, fotos, depoimentos de quem já foi etc. Se puder, basta entrar e escolher e acabou o planejamento. A Edelweiss é representada no Brasil pela ótima agência Melbourne (www.mbtour.com). Caso o pacote não caiba no bolso, use e abuse do site da Edelweiss. Altamente recomendável.


Na mesma linha, mas em quatro rodas, o excelente Ultimate Drives (www.ultimatedrives.net) é um dos melhores! Sempre com carros de sonho e hotéis magníficos, deve caber em poucos bolsos (não coube no meu, infelizmente). Mas o site deles é ótimo, com um nível de detalhe bem maior dos roteiros, notas quanto à paisagem, policiamento, pavimento e... WAYPOINTS para o GPS! Basta entrar, baixar e carregar no GPS. Nesta última viagem eu me baseei nas rotas sugeridas por este site, bem como nos comentários.

Descrição de um dos roteiros, com mapa e waypoints

Nessa mesma linha, mas bem no estilo web 2.0, colaborativo, temos o Best Biking Roads (www.bestbikingroads.com). Mais amador, propagandas espalhadas e meio lento, mas com ótimas sugestões, também com notas em relação a vários quesitos como o site anterior e comentários e fotos (até vídeos) dos colaboradores. Confesso que antes de encontrar o site acima (e para destinos que não sejam na Suíça e arredores) este é meu site de referência.

Best Biking Roads
Detalhe: rotas de um país
Detalhe: uma rota específica

Depois, basta escolher o carro e o hotel. Simples, mas nem tanto. Sugiro a ótima Elite (www.eliterent.com) e a Sixt (www.sixt.com), para viagens à Europa.

Elite
Sixt

Já aluguei na AutoEuropa e até em outras menos conhecidas que sublocam das agências maiores, mas conseguem melhores preços por alugarem muitos carros. O próprio Ultimate Drives usa carros da Elite, por exemplo. Não tenho muitas dicas de aluguel de carro além das mais comuns: devolva o carro abastecido (elas sempre cobram mais do que o custo médio do combustível), atente para o seguro (muitas oferecem seguros extras pra baixar o risco máximo, o que acrescenta em tranquilidade), alguns carros mais caros exigem 2 cartões de crédito para garantia de danos (e normalmente debitam um valor alto que depois é devolvido, 2.000 francos suíços no caso do SLK da recente viagem), há idade mínima para alguns carros etc.

Normalmente alugar no aeroporto acaba tendo sobretaxas, mas a conveniência é obviamente maior. Perceba que existe diferença na oferta de modelos entre a mesma empresa em endereços diferentes (aeroporto e centro da cidade, por exemplo). Se quer um modelo específico, atente a isso (mas raramente é possível garantir o modelo). A Elite, por exemplo, envia a placa do carro que está reservado para sua locação, mas sempre podem haver imprevistos. No Canadá, recentemente, aluguel feliz da vida um Mustang GT e recebi um Chrysler 300 C Hemi, simplesmente porque não alugam carros 4x2 no inverno, apesar do site da Hertz ter permitido isso. Pelo menos valeu um ótimo desconto, como forma de compensação (reclame, eu aceitei o carro mas depois reclamei pelo site e recebi o reembolso de mais de 50% do valor, mesmo já tendo pago). A maioria permite que se pague antecipado (10 ou 15 dias antes) em troca de um desconto de 10%. Não é reembolsável, então é importante pesar o risco da viagem não acontecer. A minha última ida à Suíça foi marcada pela incerteza das cinzas do vulcão islandês. Muitos descontos, mas algum risco de caos aéreo...

Importante: não estrague sua viagem. Se não houver disponibilidade do modelo que escolheu, peça pra ver o pátio, normalmente é possível. O carro ajuda, mas uma road trip depende mais do espírito do que do carro. Aguardo sugestões dos leitores quanto a companhias que prestaram bons serviços. Nos EUA, a oferta de carrões depende muito do lugar. Los Angeles (Hollywood!), Las Vegas, Miami tem inúmeras empresas de aluguel de carros interessantes. Novamente, pesquisar bastante antes de escolher.

Para hotéis, cada país acaba tendo um site mais popular. Uso, de forma geral, o Expedia (www.expedia.com) e o via Michelin (www.viamichelin.com), este último mais centrado na Europa. Em ambos tem promoções, comentários, pesquisas por local, preço etc. Nunca deixo de entrar no próprio site do hotel, às vezes tem promoções e preços melhores. O via Michelin é uma versão online do famoso guia de capa verde. E, ao tentar reservar um hotel, ele mesmo redireciona para outro site de reservas, no caso da Suíça, o Booking (www.booking.com). Esse site já tinha sido recomendado pelo meu amigo residente lá, assim como o My Switzerland (www.myswitzerland.com), este mais voltado a hotéis de luxo.

O via Michelin permite que se faça o planejamento do roteiro da viagem com opções do tipo "evitar autoestradas", a "sugestão deles", "o mais panorâmico" etc. Ele traz até as placas que se encontrará no caminho. Em tempos de GPS, perde um pouco a razão de ser, mas é bem interessante na pesquisa. E nunca esqueça os restaurantes, sempre acrescentam aquela lembrança a uma viagem. Eu raramente consigo almoçar bem (e nunca dá pra beber vinho), então um bom jantar é sempre a melhor opção. Como muitos restaurantes exigem reservas e fecham cedo, não custa sair daqui com algum planejamento pronto.

O Virtual Tourist (www.virtualtourist.com) também traz notas e experiências de outros hóspedes. Pode-se inclusive abrir uma discussão, pedir ajuda a outros internautas etc. Novamente, aguardo sugestões dos leitores para melhorar esta lista de sites. Infelizmente para os agentes de viagem, sou bastante self service, raramente utilizo os serviços deles. Mas quando há dificuldade com reservas e voos, ou ainda uso de milhas, sempre o agente de confiança é quem me ajuda.

Uma última dica: atentar para o calendário local de festas e feriados. Neste caso, não era feriado na Suíça, mas muitos países católicos têm feriados muito semelhantes aos do Brasil. Isso pode ser bom ou ruim. Às vezes queremos ir para algum lugar na data de um evento (como o Palio de Siena, Oktoberfest em Munique etc), às vezes queremos evitar trânsito (imagine sair do Brasil para encarar uma estrada engarrafada na Europa!!).

E como foi o planejamento da viagem da Suíça? Começando do zero:
1. Definir lugar
2. Pesquisar no Ultimate Drives, Edelweiss e BestBikingRoads
3. Não achei um mapa grande da Suíça, então fiz essa montagem com o Google Maps.


Sei, meio tosca, mas... Aproveitei e marquei no mapa as estradas e passos interessantes (obviamente não daria pra passar por todos) e comecei a imaginar um roteiro.

4. Usando Google Maps, desenhava cada dia, arrastando o roteiro para estradas que eu desejava, mas ele não escolhia (permite que se evite autoestradas, mas quando só parte da rota exige isso, complica). Aí já tinha distância e estimativa de tempo. Cuidado: quando se arrasta a rota, o Google Maps grava um ponto que ele mesmo não acha sempre. Então, após chegar na rota ideal, clicava em "Link" ou "Enviar por email", mas nem sempre tinha a garantia que o clique traria novamente o que eu queria. O ideal é procurar cidades pequenas no caminho que forcem o Google Maps a fazer o caminho que se escolheu. Lembre-se que algumas rotas não estão 100% mapeadas nesse site. O Passo Della Novena e o caminho até St. Moritz passando por Bergün, ele insistia em dar uma enorme volta. Aproxime o mapa, pesquise se a estrada está realmente aberta etc.

Importante imaginar qual dia se estará em qual cidade/região. Fiquei em dúvida se não deveria inverter o roteiro, começando por St. Moritz, que poderia estar cheia no final de semana, por ser um destino de turismo local. Com muito preciosismo, pode-se planejar que vista se terá do carro. Descer de San Francisco para Los Angeles pela famosa Highway 1 coloca o mar à sua direita, com vistas melhores e paradas no acostamento mais fáceis. Usei isso ao escolher o lado em que contornaria os lagos da Suíça, por exemplo.

5. Por último, minha papelada diária. Usei este conjunto abaixo:


Uma planilha simples com a rota, cidade após cidade e os endereços dos pontos específicos (no caso do Dia 1, o passeio a Pilatus). Restaurantes e o hotel do dia estão aí. Facilita muito pro co-piloto/navegador colocar no GPS. E tem tempos e distâncias, dá pra desconfiar de qualquer erro (uma letra errada pode apontar para uma cidade completamente diferente). Aconteceu umas três vezes e percebemos pela hora estimada de chegada, que não batia com a esperada.


Eu sempre carregava o roteiro do dia (à esquerda) e a papelada que descreve cada parte interessante. Apesar de usá-la menos (são muitas folhas por dia), ajudou a resolver uma ou outra dúvida ou decidir entre uma ou outra opção que não estava certa. Como deixo o GPS do carro no mapa, Norte para cima, fica fácil ver se não se está indo para o sentido errado.

É isso, amigos, espero ter ajudado com as próximas viagens e aguardo sugestões de sites para montarmos uma lista de referências para outros AUTOentusiastas viajantes!

Viajar é preciso, viver não é preciso!

Um abraço,

MM

P.S.: Quem já ouviu esse famoso dito popular, deve saber que o "preciso" acima refere-se a precisão, não a necessidade. Perder-se em uma viagem ou perder uma atração por desconhecimento é sempre desagradável. Boa viagem!
Texto: Arnaldo Keller
Fotos: Paulo Keller
“Só quero que você
Me aqueça neste inverno
E que tudo mais
Vá pro inferno”
Na verdade, aquele sábado à tarde em que saí com o Calhambeque do Roberto Carlos era verão e fazia um calor infernal. Fui pra Rua Augusta e, infelizmente, ela não é mais o que era. O trânsito estava fluindo. Não se via mais carros parados devido à gostosa paquera: a rapaziada debruçada nas janelas passando pra lá e pra cá papeizinhos com os números de telefones. Telefones fixos, óbvio, daqueles que a gente tinha que ligar depois, num horário em que calculávamos que elas estariam em casa. Nós discando e torcendo para que elas mesmas atendessem, e não a mãe ou, pior, o pai, um cara normalmente rabugento.
Você não gosta de mim, mas a sua filha gosta” (essa não é do Rei, é do Chico, mas bem que poderia ser).
E ela vinha correndo atender, recém saída do banho, com os cabelos molhados e a pele fresca e perfumada.
— Oi! É você?, ela fala baixinho.
— Sou eu, sim, minha gata. Que tal um cineminha? Está passando Love Story...
Dali um tempo toca a campainha. Bizz! O pai atende a porta e coça a cabeça ao ver o figura. Calça boca de sino, cinto grosso com fivela, camisa florida, cabeludo. O rapaz rebelde que pretende levar a sua filhota a um mundo de romance e aventuras.
“Garota que andar do meu lado
Vai ver que ando mesmo apressado
Minha caranga é máquina quente
Eu sou terrível, eu sou terrível
Vou lhe dizer
Eu ponho mesmo pra derreter”
O asfalto se derretia com o calor. Uns quarenta anos se passaram, as paqueras acabaram, e lá estava eu subindo e descendo a Rua Augusta, agora no Calhambeque do Rei. Já guiei muitos carros exóticos, chamativos, mas nunca tinha visto tamanha agitação por causa de um carro. Muitos pedestres olham e sorriem. Puxam a mão da companhia para que vejam a caranga: “— Olha, benzinho, olha! É o Calhambeque do Roberto Carlos!” O Rei ainda reina, simpaticamente reina, indubitavelmente reina.
Mas o trânsito fluía; contra a minha vontade, fluía. Nada de janelas abertas. As janelas iam fechadas e o ar-condicionado ligado. Carros sisudos, em sua maioria, pretos – a cor que suga todas as saudáveis ondas coloridas que o outro rei, o Rei Sol, nos manda. Nada de carros coloridos como costumavam ser. A Rua Augusta era colorida, e a descida de sua ladeira provocava nas garotas um rebolado que nos entontecia. Dormíamos com esses rebolados na cabeça e tínhamos bons sonhos.
Porém, galharda e rebeldemente o Calhambeque seguia colorido: branco e azul celeste, as cores preferidas do Rei – o branco é a soma de todas as cores e o azul celeste é o céu que nos envolve.
“De que vale o céu e o azul do sol sempre a brilhar
Se você não vem e eu estou a lhe esperar
Só tenho você, no meu pensamento
E a sua ausência é todo o meu tormento
Só quero que você...”
E o Calhambeque seguia de janelas abertas.
Janelas abertas. Deixem o mundo entrar, deixem o bem vindo calor entrar, deixem os sons e vozes entrarem que nada disso me incomoda, eu gosto.
Felizmente, emparelha um carro e logo sua janela traseira vai-se abrindo. Ela se abre eletricamente, em velocidade constante, nada dos tranquinhos das antigas maniveladas. De lá um molecote suado põe a cabeça pra fora e canta alto, rindo: “— Meu calhambeque, bi bi!”
Ufa! Ainda resta uma esperança! E uma alegria toma conta de mim, até aquele momento um cinquentão melancólico e taciturno.
— É o carro do Roberto Carlos?, o garoto pergunta.
— É! É, sim! Ele me emprestou pra dar umas voltas..., inventei na hora, mentindo. Legal, né?
— Muito legal! Ele corre?
— Madonna Mia como corre! To até com medo de acelerar!, respondi alegre.
E vrrrúúm, vrrrúmm!, umas bombeadas no acelerador, pra saciar sua curiosidade.
Com isso, lá do fundo da memória, surpreendentemente fácil, brotou a música, que saí cantarolando contente:
“Mandei meu Cadillac
Pro mecânico outro dia
Pois há muito tempo
Um conserto ele pedia
E como vou viver
Sem um carango prá correr
Meu Cadillac, bi-bi
Quero consertar meu Cadillac
Bi Bidhu! Bidhubidhu Bidubi!...
Com muita paciência
O rapaz me ofereceu
Um carro todo velho
Que por lá apareceu
Enquanto o Cadillac
Consertava eu usava
O Calhambeque, bi-bi
Quero buzinar o Calhambeque
Bi Bidhu! Bidhubidhu Bidubi!...
Saí da oficina
Um pouquinho desolado
Confesso que estava
Até um pouco envergonhado
Olhando para o lado
Com a cara de malvado
O Calhambeque, bi-bi
Buzinei assim o Calhambeque
Bi Bidhu! Bidhubidhu Bidubi!...
E logo uma garota
Fez sinal para eu parar
E no meu Calhambeque
Fez questão de passear
Não sei o que pensei
Mas eu não acreditei
Que o Calhambeque, bi-bi
O broto quis andar
No Calhambeque
Bi Bidhu! Bidhubidhu Bidubi!...
E muitos outros brotos
Que encontrei pelo caminho
Falavam: "Que estouro
Que beleza de carrinho"
E fui me acostumando
E do carango fui gostando
E o Calhambeque, bi-bi
Quero conservar o Calhambeque
Bi Bidhu! Bidhubidhu Bidubi!...
Mas o Cadillac
Finalmente ficou pronto
Lavado, consertado
Bem pintado, um encanto
Mas o meu coração
Na hora exata de trocar
Aha! Aha! Aha! Aha! Aha!
O Calhambeque, bi-bi
Meu coração ficou com
O Calhambeque
Bi Bidhu! Bidhubidhu Bidubi!...
-"Bem! Vocês me desculpem
Mas agora eu vou-me embora
Existem mil garotas
Querendo passear comigo
Mas é por causa
Desse Calhambeque
Sabe!
Bye! Eh! Bye! Bye!
Arrãããããããããmmmm!”
O motor e o câmbio desta réplica do Chevrolet Cupê 1933 são novos, zero-km, e vieram da picape Chevrolet S10. O motor é o 2.4 a gasolina e rende bons 147 cv a 5.200 rpm e 21,9 mkgf de torque a 2.800 rpm. A picape faz o zero a cem em 14 segundos e pesa 1.700 kg, e o Calhambeque, sendo de plástico reforçado com fibra de vidro, pesa ao redor de 1.000 kg. Daí já dá pra ver que esse alívio de 700 kg deixa o Calhambeque bem esperto. Anda bem, sim. Deve fazer o zero a cem na casa dos 10 segundos. Motor elástico num carro leve. Arranca bem e viaja bem. Não só desce a Rua Augusta a 120 por hora, como pode até subi-la a essa velocidade – mas isso só o Rei pra fazer e não ir em cana.
O chassi, cortado a laser, é baseado no do Chevy 33 original. As suspensões, tanto a dianteira quanto a traseira, vieram do Opala. Isso lhe dá maciez no rodar e bom equilíbrio. Além do mais, o motor está bem recuado em relação ao eixo dianteiro, coisa que não ocorre no Opala, e isso lhe confere melhor distribuição de peso. Bom carro – carroceria leve, peso concentrado em baixo e no centro. Moral da história: pode preparar o motor ou colocar um motor mais forte, que, mesmo já andando bem como está, o carro vai dar conta de maior potência.
Assim será uma série especialíssima: quatro Calhambeques com motor do Corvette novo: 430 cv. Estes quatro, além do motor, terão câmbio e suspensão do Corvette e mais outras melhorias. Um para o Rei, outro para o bicampeão Emerson Fittipaldi, outro para o Zurita (o presidente da Nestlé, a empresa que patrocinou a campanha publicitária que comemora os 50 anos de carreira do Roberto Carlos) e outro para o Cleber, o dono da Americar Veículos, a fábrica de réplicas que está construindo os 50 Calhambeques a serem sorteados.
Na verdade, dificilmente 50 serão produzidos, porque o normal de uma campanha é que, dos sorteados, só 20% fiquem com o produto. Quando é televisor ou geladeira etc, normalmente é assim. Os outros 80% preferem ficar com o valor correspondente. Mas o Calhambeque está surpreendendo a todos e até agora a grande maioria quer mesmo é o carro, o que está fazendo a Americar trabalhar feito maluca, dia e noite, incluindo finais de semana, e isso tem atrapalhado a produção das réplicas dos Cobra e dos Jaguar XK120. Se alguém, depois dessa maratona, quiser um Calhambeque, tudo bem, bicho, a Americar continuará a fabricá-los.
Quanto mais Calhambeques, melhor. Quanto mais rebeldia contra a sisudez, a mediocridade e a empáfia, melhor.
Bi Bidhu! Bidhubidhu Bidubi!...
Bye!... Bye!
Veja mais fotos aqui.

AK

Hoje guiei o carro mais gostoso de guiar que já guiei.
Post em breve por aqui, filminho marreta incluído...
AK