google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)


Todo entusiasta já teve a sensação de que algo falta em seu carro. Todos conhecem este sentimento, que é inevitável para quem conhece um pouco, e pode imaginar maneiras simples de melhorar sua montaria. Uma marcha a mais, um pouco mais de deslocamento e, ah! Se oferecessem este motor na versão conversível...

Para quem gosta de Porsche, especialmente o onipresente 911, desde 1975 existe uma forma de resolver estes problemas: uma pequena empresa, na bucólica e pequena cidade de Pfaffenhausen, que atende pelo o nome de Ruf Automobile.

Se você quer deixar Alois Ruf nervoso, é só chamá-lo de preparador de Porsches. Ruf é um fabricante, dirá ele, com carros homologados como Ruf e não Porsche, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos. Seus carros são baseados sim em Porsches, mas são Rufs. Mas independente de como você a chame, a pequena empresa tem um histórico fantástico em atender os desejos especiais de porschéfilos.

O pai de Alois Ruf era o dono de uma oficina/posto de gasolina/fábrica de ônibus (não perguntem) chamada Ruf Auto, desde 1939, localizada exatamente no mesmo local que está hoje. Com a morte de seu pai em 1974, Alois, então com apenas 24 anos, viu-se livre para mergulhar em seu hobby preferido (mexer em 911), e ao mesmo tempo tornar aquela grande oficina no menor fabricante de carros da Alemanha, fazendo um 911 melhor do que a própria Porsche.

O primeiro sucesso veio já em 1977, quando aumentou a cilindrada do então novíssimo 911 turbo de 3,0 para 3,3 litros, elevando ao mesmo tempo a potência de 264 para 307 cv. Logo o negócio decolaria, baseado em uma relativamente barata conversão do 911 normal, que basicamente o aumentava de 3,0 para 3,2 litros, e deixava o motor redondo de um jeito que algo feito em série nunca poderia ser. O 911 sempre foi negócio de Ruf; apenas recentemente começou a trabalhar com outros modelos.



Nos anos 80, começou a fabricar uma caixa de câmbio de cinco marchas para o Turbo (que então saía da Porsche com apenas 4), de grande sucesso. Um Ruf Turbo, além disso, podia ser pedido com a carroceria "estreita" do 911 básico (para maior velocidade por ter área frontal menor) ou até mesmo como um targa ou cabriolet, algo impossível se pedido à Porsche. Some-se a isso o fato de que um Ruf era um carro integrado e completo, com garantia, e se vê como a empresa se distanciava dos preparadores usuais. Suspensões, freios, transmissão, rodas e até pneus são desenvolvidos para o carro, como um fabricante de verdade. Apesar de vender componentes e kits, e converter carros existentes para as suas especificações, a empresa entrega também carros zero, com garantia, e com emblemas Ruf onde antes estavam os Porsche.

Mas a fama da pequena empresa receberia o maior empurrão de sua história em 1988, quando a revista americana Road & Track foi para a Europa para tentar descobrir qual era o carro mais veloz do mundo. Ruf compareceu ao desafio com um 911 amarelo, com 3,4 litros, dois turbos e 475 cv, chamado de Ruf CTR, mas apelidado imediatamente de "Yellowbird". Quando a poeira baixou, o carro mais veloz do mundo era o pássaro amarelo, com incríveis 340 km/h.



O Ruf turbo atual (chamado de Rt 12s) tem nada menos que 685 cv a 7.000 rpm, chega a 360 km/h, e pode ser pedido com tração traseira ou nas quatro rodas. Para falar a verdade, acho que se você pedir com jeitinho, e a Ruf sendo como é, Alois é capaz de fazer um com tração dianteira para você. Há ainda a terceira versão do CTR, que agora é baseada no Boxster de motor central, mas é um cupê. Tem nada menos que 700 cv e chega a 375 km/h. Mas tudo isso empalidece frente a o recente lançamento da empresa: o RGT 8. RGT é a sigla usada para os 911 Ruf normalmente aspirados mais potentes.



A pequena empresa de Pfaffenhausen respondeu a uma pergunta que sempre fiz: para onde a Porsche pode realmente evoluir o 911? Os atuais seis cilindros contrapostos estão perto dos quatro litros, ponto a partir do qual é universalmente aceito colocar-se mais uns dois cilindros no motor. Mas um 911 de oito cilindros? Não ficaria muito pesado, pendurado lá na traseira? Bem amigos, prestem atenção na foto abaixo, principalmente para onde aponta o escapamento:

Senhoras e senhores, contemplem um V-8 criado especialmente para o Porsche 911. E não, não é um motor Porsche. É totalmente projetado e construído nas oficinas da Ruf.

Usando tecnologia de competição, e mantendo o motor compacto (inclusive fazendo o acionamento dos acessórios direto, sem correia), Ruf conseguiu um motor que pesa 36 kg A MENOS que o seis contraposto que substitui! E é um monstro: 4,5 litros e 558 cv a 8.500 rpm, todo em alumínio, bielas de titânio, virabrequim plano feito Ferrari, injeção sequencial, duplo comando no cabeçote, quatro válvulas por cilindro dispostas radialmente, e vela central. O cárter é seco, para manter o motor baixo.

A montagem na traseira do 911 ficou perfeita, e a gente pode imaginar como será este motor normalmente aspirado com potência que dá inveja em Porsche Turbo. Imaginem o que acontecerá quando pendurarem dois turbos neste treco. Mil cavalos parecem plenamente possíveis.

Depois dessa, o meu voto é para Alois Ruf para presidente da Porsche!!!

MAO

P.S.: Não é a primeira vez que se coloca um V-8 num 911. A Porsche mesmo já tentou isso no passado. E existe gente que coloca V-8 da Chevrolet lá atrás. Mas ambos são assuntos para outros posts.
Caros autoentusiastas,

Estamos colocando na rede, em caráter experimental, um blog irmão do AUTOentusiastas dedicado apenas a imagens.

Semanalmente serão postadas as melhores imagens do AUTOentusiastas em tamanho apropriado para ser usado como fundo de tela ou simplesmente para serem baixadas para o seu computador.

Visitem http://www.wallpapersautoentusiastas.blogspot.com/ e adicionem o link aos seus favoritos.
Para os que moram na Grande São Paulo, no dia 17 de março próximo haverá o lançamento da coleção A História do Automóvel - A Evolução da Mobilidade, na Livraria Cultura do Shopping Villa Lobos.

O autor José Luiz Vieira estará no local para uma sessão de autógrafos.


Para os que não lembram ou não viram, o José Luiz Vieira participou do AUTOentusiastas como convidado nas comemorações de um ano de blog. Leiam o post O Entusiasmo, por José Luiz Vieira.

Adiantando uma surpresa, vamos fazer um post com um texto do José Luiz sobre o Lamborghini Countach, que deveria ter sido publicado na Motor 3 antes dela sair de circulação.

Coincidências acontecem, ou, dizem alguns, nada é por acaso.
Em meio às discussões dos membros desse blog, mais os comentários dos leitores a respeito dos posts sobre o Saab 9000 e seu desempenho, meu irmão Douglas tirou essa foto hoje, e me enviou.
E ele nem tinha lido os posts ainda.
As informações são apenas razoavelmente precisas. A GM do Brasil trouxe o 9000 CD automático, modelo "careta", sedã, porque é o que o executivo brasileiro compra. Acho que acreditam que hatch é carro de pobre, sei lá.
Foi um lote de cinquenta unidades em 1990 ou começo do ano seguinte. Foram vendidos em duas concessionárias em São Paulo, que eu saiba, Itororó no bairro do Ipiranga e Checar, em Interlagos. Não sei se algum outro estado tinha autorizada GM com informação para mantê-los.
Dos cinquenta, trinta e quatro foram vendidos até 1993. O resto, dizem, foi devolvido à Saab.
O da foto, então, é um dos que sobraram. Pena os donos não se encontrarem via internet e organizarem um clubinho, mesmo que informal.
Aí está. A chance de ter um carro raro e interessante. De vez em quando aparece algum para vender. Basta ficar de olho.
JJ