Foto: iznovidade.wordpress.com
É uma questão simples. Só quem paga é que deve poder exigir. Caso do governo americano impor meta de consumo para os carros comercializados lá. Ela é de 15,1 km/l já para 2016. É total interferência nos direitos do cidadão, justamente no país que se diz o mais democrático do mundo...Muito estranho. Se o país, representado pelo Barack Obama (foto), pagasse pelo combustível, o desse grátis para o cidadão, vá lá, ainda se entenderia. Mas quem paga é o consumidor.
A imposição ora é em nome da dependência excessiva (60%) do petróleo árabe, ora é em nome da histeria carbônica/aquecimento global. Na verdade, começou por um e prossegue pelo outro. O importante é a desculpa, não o fato. Impor é a palavra de ordem.
Democracia, para quem não sabe, é vocábulo formado pelo grego demos e cratos, povo e poder, poder do povo. Só que nesse caso o poder do povo parece que é só para eleger....
Já tivemos algo parecido aqui, em 1984. O Ministério das Minas e Energia determinou que todos os automóveis ficassem 5% mais econômicos, no que chamou Programa de Economia de Combustível (Peco). O consumo médio era calculado de modo ponderado, 55% consumo urbano e 45%, rodoviário, e não a média aritimética dos dois. Por exemplo, 8 km/l cidade e 12 km/l estrada não é média 10 km/l, mas (0,55 x 8 + 0,45 x 12) = 9,8 km/l. Toda a indústria teve que se sujeitar a fazer carros 5% mais econômicos segundo esse critério. Teve que gastar dinheiro nisso e quem arcou com preju é dispensável dizer. O Fusca 1600, por exemplo, teve o diferencial alongado de 4,12:1 para 3,88:1, 5,8%. Como resultado, ficou chocho.
Mesmo abuso é o imposto de gastador (gas guzzler tax) nos EUA, pago no momento da compra, para carros cujo consumo médio (cálculo ponderado igual ao do Peco) seja maior que 9,6 km/l (22,5 milhas por galão). Trata-se de inequívoca bitributação, já que lá também se paga imposto na gasolina comprada.
O imposto de gastador vai de US$ 1.000 para carros que consomem entre 21,5 (9,1 km/l) e 22,5 mpg a US$ 7.700 para os que fazem menos que 5,3 km/l. Coisa de doido, é como se -- de novo -- o governo pagasse pela gasolina que o carro gastador do cidadão consome.
Exija mas pague. Ou não pague e não exija.
BS