
Sem entrar no mérito do respeito ao consumidor que adquiriu o modelo 2010 (lembrem-se, o fabricante se reserva o direito de efetuar qualquer alteração no produto quando bem entender), essa estratégia indica que a nova geração do pequeno SUV logo chegará às ruas, provavelmente apresentada como "novo Ecosport" e não como "modelo 2012" (seria mesmo o cúmulo do absurdo). Enquanto o modelo novo não chega, vende-se o velho com um falso ar de novidade.
Até aí, nada de novo (literalmente): a Ford se utilizou da mesma artimanha para apresentar o "Fiesta 2008" em janeiro de 2007, mas apresentando mudanças drásticas no produto, como uma leve reestilização dianteira e uma boa revisão geral no acabamento interno; alterações substanciais, bem mais extensas do que as apresentadas no Ecosport "2011".
O conceito de "model year" criado por Alfred P. Sloan quando à frente da General Motors e adotado como padrão pela indústria merece todo crédito quando faz parte da organização interna da empresa e quando chama a atenção dos consumidores para produtos realmente novos, quase sempre a partir de meados do segundo semestre. Qualquer desobediência a este padrão já enraizado na cultura automobilística soa como uma vazia tentativa de antecipação cronológica sem sentido algum.
É o tipo de atitude que faz com que eu me lembre de um velho ditado norte-americano que diz "No matter how early you get up, you can't make the sun rise any sooner"(não importa quão cedo você levante, você não fará com que o sol nasça mais cedo).
FB