Foto: Divulgação
Não sei exatamente como andam as pavimentações Brasil afora, mas que a de São Paulo está um horror, isto é absolutamente certo. Não dá para acreditar que a maior cidade brasileira e terceira maior do mundo tenha um asfalto catastrófico. Se não fosse o circuito do Autódromo Municipal José Carlos Pace, em Interlagos, Zona Sul da capital paulista, estar com asfalto perfeito, eu diria que os paulistas não sabem mais asfaltar ruas. Mas como acertaram a mão no autódromo, que ficou perfeito, então o problema é esculhambação administrativa mesmo. Ou seja, a Prefeitura está pouco ou nada ligando para o problema. Está ótimo assim...
Rodar num piso pavoroso como o de São Paulo, fora as incompreensíveis valetas e as execráveis lombadas, fica menos penoso dependendo do carro. De uma maneira geral, os utilitários esporte se prestam bem para isso, mas não são ágeis o bastante e tampouco é bom ficar fazendo curvas rápidas com eles. A resposta tive no período de festas de fim de ano, que passei com um Fiat Palio Adventure Locker com câmbio Dualogic.
Por R$ 55.180 nada lhe chega perto em eficiência para andar no "campo de provas" que virou São Paulo. Com alguns opcionais, como retrovisores externos elétricos e volante revestido de couro, vai a R$ 55.815. Quem faz questão de bolsas infláveis e ABS, mais R$ 3.075. Já vem com ar-condicionado e direção assistida hidráulica e acionamento elétrico dos vidros dianteiros. Há mais itens opcionais, mas eu ficaria com essa combinação.
A Palio Adventure é mesmo boa de chão ruim. Literalmente ignora valetas, lombadas, buracos e piso irregular. Os pneus mistos 205/70-15 não se intimidam. O vão livre do solo de 190 milímetros é um sossego só.
Quando se precisa andar um pouco mais rápido, a suspensão independente na frente e atrás – coisa casa vez mais rara hoje – dá conta do recado com sobra. É McPherson e braço arrastado, respectivamente. Pode-se atirá-la nas curvas sem preocupação. Nesse ponto nota 10 para a engenharia de chassi da Fiat.
É uma perua alta, 1.640 mm de altura, resulltado da altura de rodagem imposta pela suspensão e pelos pneus. Chega a ser estranho nos aproximarmos dela e constatar como é alta. Mas não tanto quanto utilitários esporte, a sua grande vantagem.
Motorização bem de acordo, o GM 1,8-litro flex de 114 cv a contidas 5.500 rpm, com bom torque de 18 mkgf a 2.800 rpm. O peso é um pouco elevado, 1.198 kg, mas a aceleração é bem razoável, 11,5 s de 0 a 100 km/h e atinge 174 km/h, o que lhe garante boa reserva de potência quando a 120 km/h e o motor está girando a convenientes 3.300 rpm em quinta..
Tudo isso administrado pelo competente câmbio robotizado Dualogic, que torna o dirigir calmo na cidade e esportivamente onde se queira uma diversão só, sem o incômodo pedal de embreagem. Tanto no modo manual como no automático tudo funciona como deve.
A Fiat bem poderia, 1) providenciar um "4° pedal", ou apoio para o pé esquerdo; 2) um espelho esquerdo convexo; 3) inverter localização de velocímetro e conta-giros, é chato quanto este está na direita; 4) adotar sentido de trocas de marchas "à VW/Audi", reduzir para trás, subir para frente. Tudo isso é fácil, fácil.
Mas mesmo que nada disso chegue, eu teria uma perua dessas assim mesmo. Para meu sossego.
BS
BS