google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Vindo para o trabalho escutei tanta babaquice a respeito do dia mundial sem carro que resolvi refletir.

O ser humano adora encontrar vilões e tentar liquidá-los. Isso vem desde a época medieval, e retratado em diversas lendas e contos. É como se houvesse uma necessidade de depositar seus temores internos em algo externo, que pode ser eliminado. Principalmente se essa representação do mal for de fácil assimilação da massa.

Nós utilizamos carros por uma série de razões. Acho que uma das principais é o fato do automóvel, na grande maioria dos deslocamentos, ser o jeito mais rápido e mais cômodo de ir de um ponto a outro.

Também podemos nos isolar do mundo exterior, ou ficar no nosso mundo, evitando o contato com inconvenientes e desconhecidos.

Podemos pensar na vida sem ser interrompidos, escutar música no volume que quisermos, falar sozinho e fazer muitas outras coisas enquanto estamos no nosso casulo particular.

Além disso, usamos o automóvel como instrumento para expressar nossa personalidade e nos posicionarmos socialmente. Ainda serve para namorar, para amar e fazer filhos.

Fora isso, o ato de dirigir, acelerar, passar as marchas, fazer curvas, dominar a máquina também proporciona prazer e alguma sensação de liberdade. Podemos viajar sozinhos, com amigos ou com família, aproveitando o tempo de deslocamento para conversar sobre assunto que a correria do dia a dia não nos deixa.

Ainda não inventaram nenhum aparelho ou máquina tão multiuso e tão extraordinária.

Mas na falta de um vilão real, escolheram justo o automóvel.

Para mim faria muito mais sentido o dia mundial sem pessoas. Pois o automóvel é apenas um objeto. O responsável por todo esse caos é o próprio homem.

Como mencionei no fim de meu post "O SANTO GRAAL", o Focus tem o melhor volante que experimentei até hoje.

E tenho alguma experiência para julgar; há muito tempo atrás fui engenheiro de volante em um grande fabricante de automóveis. Se ainda tivesse esta ocupação, arrumava um volante do Focus e pendurava na baia como exemplo. Ele é simplesmente perfeito.
E porque? Bem, não é revestido de couro, mas a sua textura é perfeita, ainda melhor ao toque que pele de vaca. O diâmetro não é grande demais, nem pequeno demais. A espessura da pega é também na medida certa.

Além disso, se você gosta de descansar os braços apoiando-os no colo, o volante tem lugar perfeito para sua mão: pegue o volante na posição 4:30 e 7:30h, com o polegar encostado nos raios, e sinta como é totalmente natural.
Se vc quer dirigir com seriedade, as posições mais altas são também perfeitas, com uma pega posicionada entre 9 e 10h, e 2 e 3h.

Sem nenhum comando de rádio, computador ou o que valha; sem aquecedor; sem acabamentos pintados e apliques quaisquer. É uma coisa simples, barata, mas muito bem feita e que dá satisfação sempre que se usa.

Apenas mais um detalhe de um carro bem pensado, como um todo.

MAO

Como não é novidade para ninguém, o automobilismo brasileiro vai cada vez mais para o buraco. Os motivos são vários, como a famosa culpa do custo de categoria e o número cada vez menor de participantes, blá blá blá...

Mas uma coisa não deveria ser tão afetada diretamente, que é o público. Interlagos vive às moscas, salvo F-Truck (que eu acho um absurdo), Stock Car e F-1. Eventos do Campeonato Paulista são uma vergonha de público, é possível contar nos dedos de uma mão quantas pessoas estão nas arquibancadas. O Brasileiro de GT3 não está muito atrás, com cada vez menos gente também, e estou falando de público e competidores agora.


O motivo de não haver ninguém nas arquibancadas é o custo de ingresso e acesso. É realmente ridículo o preço mais que abusivo dos eventos, que facilmente passam dos R$ 50,00, R$ 60,00 para ficar na arquibancada da reta dos boxes, que não se vê quase nada da pista. Obviamente, é uma questão simples de conta, com pouco patrocinadores no evento, o custo de ingresso tende a aumentar mesmo, mas é para tudo isso? Isso sem falar de valores para F-1, que são simplesmente patéticos.


Sempre detestei isso por aqui, e depois de ver como funciona o esquema da F-Indy nos Estados Unidos, piorou e muito. Na corrida de Sonoma (circuito misto, bem interessante por sinal), o custo para entrar é de US$ 10,00 ou R$ 18,50 arredondando para mais. Por menos de R$ 20,00 entra-se com o carro no autódromo direto para o estacionamento e acesso a qualquer arquibancada que se consiga chegar andando, acesso ao paddock (onde ficam os caminhões e carros de outras categorias que andam no mesmo fim de semana, no caso foi a F1 Historics americana). Coisa que aqui em Interlagos só o estacionamento, quando liberado, é esse preço. Por mais US$ 10,00, acesso à área de boxes dos Indy (tudo menos dentro das garagens onde os carros são montados, mas é bem perto e dá pra ver tudo), que mais parece etapa do Paulista mesmo, boxes e caminhões das equipes uma ao lado da outra, bom humor entre todos e não o clima de guerra da F-1.


Resumindo, por menos de R$ 40,00 pode-se ver bem de perto o trabalho dos mecânicos e os carros, com uma infraestrutura excelente, coisa que seria mais que impossível por aqui. Por R$ 40,00 em Interlagos dá pra ficar lá no meio do nada em uma arquibancada suja e fria, vendo de longe um carro passar. E olha que um Indy não é pouca porcaria não, tudo bem que não é um carro tão moderno quanto um F-1, mas é uma bela máquina. E ainda me pergunto, como tem gente que paga caro por isso e sente orgulho de falar "eu fui lá na pista ver F-1"?

A foto acima foi tirada na semana passada e foi enviada pelo meu amigo Mark Lawrence Smith. Parece que é mesmo o fim dos tempos. Segue o comentário:

"Bitu

Engraçado cara, ano passado estive em Dallas, Toyota Prius pra todos os lados, com a gasolina custando US$ 3,75 o galão. Semana passada estive em Orlando, o galão custando US$ 2,30. Não vi um Prius na rua!!! Absolutamente nenhum!

Alugamos uma Chevrolet Suburban flex, mas me pergunta se tinha E85 em algum posto para abastecer. Simplesmente não havia."

A pergunta que fica é: quem leva a sério o Sr. Obama?

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