Domingo passado minha cunhada e o marido chegaram de uma viagem de uma semana a Porto Alegre/Gramado e eu e minha mulher fomos buscá-los no aeroporto. O tamanho das duas malas principais, fora as outras, menores, fizeram-me temer que eles precisassem pegar um táxi Doblò. Que nada, coube tudo, ficamos impressionados. Toda aquela bagagem e quatro adultos.
Suas medidas são 2.473 mm entre eixos, 4.261 mm de comprimento, 1.672/1.925 mm de largura (com/sem espelhos) e 1.439 mm de altura. A massa em ordem de marcha é de 1.045 kg e o tanque de combustível comporta 50 litros.
O Symbol é da velha receita de tudo transversal à frente, com McPherson, mais o eixo de torção atrás. Só que tudo combinado de maneira admirável. Especificação de molas e amortecedores, impossível melhorar. Todos os compromissos foram conciliados. Bancos dianteiros, perfeitos.
Este Symbol custa R$ 44.490 e já vem com assistência hidráulica de direção, ar-condicionado de controle eletrônico, computador de bordo, airbags frontais, faróis e luz traseira de neblina, rádio/toca-CD com MP3, rodas de alumínio com pneus 185/55-15 (Continental Premium Contact, assimétricos, sensacionais), vidros/travas/espelhos de acionamento elétrico e volante revestido de couro com ajuste de altura (faixa estreita, mas tem). ABS é o único opcional e custa R$ 1.500. Portanto, um concorrente de peso no segmento dos sedãs compactos, defendido pelo Peugeot 207 Passion XS 1,6, VW Polo 1,6, Fiat Siena HLX 1,8 e Corsa Premium 1,4, este mais barato do grupo (R$ 34.802), sendo o Peugeot o mais caro, R$ 44.800. E tem três anos de garantia.
O motor 1,6 de 4 válvulas por cilindro dá o show. Os 115 cv aparecem a 5.750 rpm e o elevado torque de 16 mkgf, a 3.750 rpm. Isso com a baixa (para os padrões atuais) taxa de compressão de 10:1. Imagine-se se passasse a 12:1! A aceleração através é perfeita, tudo casado, motor e escalonamento do câmbio. O 0-100 km/h, pela fábrica, é feito em 9,9 segundos e atinge 187 km/h (números com etanol). Agrada ao entusiasta e ao não-entusiasta. E o proprietário que quiser pode sair do Brasil e adentrar longe num país vizinho, pois o motor funciona com gasolina mundial, sem etanol.
Um mês depois do lançamento a fábrica passou a oferecer também o motor de duas válvulas por cilindro, de 95 cv (etanol), por R$ 39.990, versão Expression somente.
O Symbol freia bem, faz curva muito bem, os instrumentos são bem legiveis e a sua iluminação é avermelhada, como deve ser (melhor para a visão noturna). O conta-giros (no lado esquerdo, o certo para mim) não tem faixa vermelha, do meu agrado, e o velocímetro é tipicamente francês, com os números de velocidade ímpares, que gosto também (a 130 km/h indicados, ponteiro na vertical, não se toma multa em estradas de 120).
É um sedã compacto todo bem-pensado, agradável à vista com suas seis janelas, inclusive com a charmosa antena de rádio no teto e dianteira. Há um prático comando-satélite para o sistema de áudio e o comutador de facho alto/baixo é de puxar somente (percebe-se a utilidade numa viagem noturna longa). Os indicadores de direção contam com repetidoras nos para-lamas dianteiros. E os faróis ligam no facho baixo mesmo se desligados em alto.
O que pode ser melhorar é pouco: passar o espelho esquerdo de plano para convexo, usar para-brisa com faixa degradê e adotar função uma-varrida no comando do limpador. Tudo fácil e que praticamente não encarece. O que pode fazer o preço subir, aí sim, é passar o comando de câmbio de varão para o sistema a cabo. Não que seja ruim, mas destoa num carro tão jeitoso como esse. E se quiserem colocar o bate-pé no carpete, na região dos pedais, quem não gosta de tapetes agradecerá. Para quem gosta, tanto faz.
Há, ainda, a segurança da assistência técnica oferecida pela rede de 160 concessionárias e fato relevante de ser a quinta marca mais vendida no Brasil.
A compra de um Renault Symbol não é só emocional.
BS