google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

Prometo a todos vocês que não voltarei a falar em bicicletas tão cedo, mas não pude perder a oportunidade de emendar este post no outro.

Recebi essa foto em um forum de discussões onde contam a seguinte história: em 1977 um possível candidato a ciclista voador resolveu estabelecer um recorde de velocidade em cima de uma bicicleta. Ciente de que a aerodinâmica é a inimiga número 1 de qualquer ciclista, achou que seria muito bom ter um Porsche 935 à sua frente.

A tentativa de estebelecer o recorde foi realizada na pista de alta velocidade de Wolfsburg, mas acabou frustrada: o pneu traseiro da bicicleta descolou do aro (pneu tubular) a cerca de 100 km/h, mas felizmente o ciclista conseguiu manter o controle da bicicleta e saiu ileso da brincadeira.

A carenagem do 935 foi guardada para outra tentativa, mas acredito eu que o ciclista finalmente criou juízo e desistiu da aventura.

Pergunta aos leitores do blog: alguém reconhece o piloto do Porsche? Perguntinha relativamente fácil, considerando a barbicha e a carequinha que são marcas registradas do mesmo.

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É interessante ver como um assunto serve de gancho para o outro. O Marco Molazzano acabou de postar sobre motocicletas e a mesmice de certos desenhos, fruto da falta de criatividade e/ou coragem por parte dos fabricantes, que muitas vezes têm receio de "chocar" seus consumidores com algum produto inovador.

Nunca tive uma motocicleta. A minha iniciação no mundo da mecânica se deu através das bicicletas: as primeiras porcas e parafusos que apertei na vida, o primeiro contato com óleo, graxa, rolamentos, correntes de transmissão, engrenagens, manetes. Acredito que praticamente todos os entusiastas começaram desta maneira, duvido muito que algum entusiasta não saiba andar de bicicleta.

Sempre tive predileção pelas mountain bikes, por serem bicicletas capazes de rodar em qualquer tipo de terreno. E foi andando de mountain bike que conheci Horst Leitner, um engenheiro austro-americano que fez fama no mundo das motocicletas (e fora dele também).


Horst Leitner era um piloto de motocross quando ainda morava na Áustria, na década de 60, ocasião em que o esporte ainda era apenas um hobby. Em pouco tempo o motocross profissionalizou-se e Leitner foi trabalhar para a equipe oficial da Puch, o tradicional fabricante de motocicletas (e veículos) austríaco.

Ainda morando na Áustria, Leitner chegou a abrir um concessionário Puch, ao mesmo tempo em que prestava serviços de engenharia para a Mercedes-Benz e outros fabricantes. No final da década de 70 imigrou para os Estados Unidos, mantendo os bons contatatos que tinha com a Puch.

Continuou praticando o motocross e logo percebeu que a suspensão traseira das motocicletas era muito influenciada pela tensão da corrente de transmissão. Foi então que Leitner desenvolveu o Anti-Tension Kettenantrieb.


O mecanismo, apesar de simples, fazia uma grande diferença no comportamento da motocicleta ao anular a influência do torque da corrente no movimento da balança da suspensão traseira. Foi a primeira das idéias geniais de Leitner, o que lhe rendeu uma grande notoriedade na época.

Ciente do talento de Leitner, um dos herdeiros da família Puch convidou-o para fabricar motocicletas nos Estados Unidos, partindo do zero. Leitner aceitou o desafio e o colega austríaco tratou de entrar em contato com fabricantes patrícios, como a KTM e a Rotax.

O palavrão Anti-Tension Kettenantrieb foi abreviado e assim surgia a ATK Motorcycles:


A ATK revolucionou o mercado ao introduzir não apenas o próprio Anti-Tension Kettenantrieb, mas também as primeiras dirt bikes com motores de 4 tempos e partida elétrica. Introduziu também as primeiras motard, a injeção eletrônica (no motocross) e a suspensão traseira linkless, que hoje é uma das marcas registradas da KTM. Hoje a ATK é o único fabricante norte-americano de dirt bikes.

E onde é que entram as bicicletas nessa história? Pois bem, logo que comecei a andar de mountain bike, no final dos anos 80, todas as bicicletas eram rígidas e obedeciam a um método de construção tradicional em aço cromo-molibdênio, tendo como base o projeto original de Tom Ritchey. Uma mountain bike era praticamente uma bicicleta de estrada reforçada, equipada com uma transmissão de bicicletas de ciclo-turismo.

Foi em 1989 que um ex-mecânico da equipe de motocross da Honda chamado Paul Turner desenvolveu a primeira suspensão (dianteira) para mountain bikes. Era o Rock Shox RS1, um garfo telescópico que funcionava com ar-comprimido e tinha controle hidráulico de compressão e retorno, um verdadeiro objeto de desejo para qualquer mountain biker na época.


Fora o conceito de suspensão em uma bicicleta, não havia nada de novo. O garfo era basicamente uma miniatura simplificada dos garfos Showa utilizados nas Honda CR dos anos 80 e apresentava uma infinidade de problemas: falta de rigidez, selos de vedação problemáticos e alteração na geometria da bicicleta. Como costuma dizer o amigo André Dantas, em engenharia não existe "ganha-ganha", mas sim "ganha-perde".

Na mesma época, Horst Leitner vendeu a ATK para um grupo de investidores e criou a AMP Research, uma empresa americana que tinha como objetivo criar mecanismos simples e funcionais para a indústria automobilística.

Ciente da complexidade e das deficiências do Rock Shox de Paul Turner, o criativo Leitner surpreendeu o mundo do ciclismo com sua mais nova criação: o garfo AMP F1:


Novamente, uma invenção relativamente simples, mas revolucionária: um garfo rígido articulado por um paralelogramo, utilizando uma pequena mola de aço como elemento elástico, com compressão e retorno ajustáveis através de um pequeno amortecedor hidráulico. Ao contrário do garfo telescópico, a interferência na geometria da direção da bicicleta era mínima. E o peso do garfo AMP era muito menor, sobretudo em suas evoluções F2 (em alumínio) e F3 (em fibra de carbono)
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Apesar de revolucionário, o garfo AMP não se tornou um objeto de desejo dos ciclistas. Foi um produto muito à frente de seu tempo, que realmente "barbarizou" o mercado com seu mecanismo inovador. Mas Leitner não se deu por vencido e resolveu inovar mais uma vez.

Ainda com a cabeça focada em suspensões para bicicletas, Leitner criou um sistema de suspensão traseira cujo funcionamento era muito semelhante ao Anti-Tension Kettenantrieb das motocicletas: em mais uma lição de simplicidade, ele adicionou um simples pivô na balança da suspensão traseira, logo à frente e ligeiramente abaixo do eixo traseiro. Estava criado o Horst Link (na figura abaixo, o número 4):

O Horst Link permite que o eixo traseiro gire para frente ao ser puxado pela corrente, atenuando significativamente o efeito de tensão na corrente e consequentemente eliminando os efeitos da cadência do ciclista no movimento da suspensão traseira.

Este sistema sim caiu nas graças do público e hoje é utilizado por 90% das bicicletas equipadas com suspensão traseira. O sucesso foi tão grande que muitos fabricantes começaram a copiar o desenho descaradamente. Sem condições financeiras de brigar com todos os fabricantes, Leitner vendeu a patente à Specialized, que hoje cobra royalties de todos os sistemas baseados no Horst Link.

A engenhosidade das bicicletas de Leitner era tão grande que a Mercedes Benz resolveu contratar a AMP Research para fabricar bicicletas com a sua grife. Durante muitos anos as bicicletas Mercedes Benz foram sinônimo do que havia de melhor, superior às bicicletas BMW (Pro-Flex/K2) e Porsche (Votec).


Leitner já não produz mais bicicletas, mas é responsável pela criação de diversas engenhocas para a GM, Ford, Chrysler, Toyota, Nissan, Mazda, Mitsubishi, Subaru e Harley Davidson.

De estribos retráteis para SUVs a comandos de embreagem mais leves para Harleys, Horst Leitner continua a trabalhar tendo como inspiração a famosa frase de Albert Einstein: "Tudo deveria se tornar o mais simples possível, mas não simplificado."

Me arrependo amargamente de ter vendido meu garfo AMP: apesar de não comercializar mais seus garfos e bicicletas, o próprio Horst em pessoa faz questão de suprir seus antigos clientes com peças de reposição, ao contrário da Rock Shox, que mudou de mãos e simplesmente ignora velhos mountain bikers como eu.

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Sites que valem a visita:

ATK Motorcycles

KTM Motorcycles

AMP Research
Desculpe pelo longo intervalo desde o último post.
O assunto hoje é design. De motos, mais especificamente. Assim como os carros, elas estão se tornando cada vez mais commodities. Soluções parecidas, chega a cansar. A esmagadora maioria de carros 4-cilindros com tração dianteira tem paralelo em motos, mas por segmento. Inúmeras monocilíndricas com transmissão por corrente que imperam das 50 cm³ às 350 cm³. Depois bicilíndricas sem pretensão esportiva no segmento intermediário e, fechando, as quatro cilindros em linha para esportivas dos mais variados níveis de especialização. Por isso, aplaudo qualquer variação do mainstream, onde vivem normalmente os bichos que sobreviveram a esse Darwinismo mercadológico. V-2s como as Harleys ou as Ducatis, boxers como as BMWs e uns poucos modelos que dare to be different, como as V-4 de Hondas VFRs e Yamahas V-Max e boxers 6 como nas Gold Wings.
Mesmo os raros 3-cilindros tiveram um reaparecimento interessante na Triumph 675, eleita moto do ano por várias revistas. Percebe-se que a sobrevivência depende dos mitos, senão já teriam solução "típica", caindo nos habituais cilindros em linha. Me incomoda ver modelos novos de BMW que usam L-4, mesmo bem inclinados etc, como única maneira de aproximá-los do desempenho dos líderes nipônicos. Ora, números! Olhar apenas potência máxima, é só isso? E a dirigibilidade de uma moto boxer com seus cilindros lá embaixo, completamente diferente do comportamento de uma L-4? Colocadas lado a lado, não vai ganhar a corrida contra um competidor com L-4 moderno, mas quem disse que eu quero colocar minha moto na pista?
Mais tedioso do que configuração de motores é a variedade de suspensões, principalmente na dianteira. Variam quase nada. Conto alguns poucos modelos de Harley Davidson que não usam garfos telescópicos, as BMWs boxer com seu misto de telescópico com amortecedor/mola externos chamado TeleLever, novamente as BMWs L-4 com um interessante paralelogramo e garfos rígidos chamado Duolever (estranho como fica escondido, muitos nem devem saber que são diferentes, parece que temem chocar a clientela) e só. Garfo invertido ou normal não vale, é refinamento apenas, a configuração é a mesma! A suspensão dianteira das motos tem vários desafios, como lidar com a torção e a mudança de geometria quando comprimida. A tradicional suspensão telescópica vem lidando com a torção através de maiores dimensões e melhores materiais (e design invertido, a tal "upside down"), mas a mudança de geometria é inerente a esse design. Qualquer suspensão que use um elemento elástico que altere câmber e cáster terá o mesmo comportamento (como no sistema Telelever da BMW).


BMW Telelever, usado nas "R"

BMW Duolever, usado nas "K"

Aí alguns malucos aparecem com idéias interessantes, objeto deste meu texto. Lembro, quando moleque, da fantástica Elf que corria nas 500-cm³ nos anos 80. Aquela suspensão dianteira horizontal (com um braço direcional) rendia ótimas fotos e sempre chamava a atenção.


A Yamaha chegou a vender a GTS 1000, com sistema semelhante.


O criativo neo-zelandês John Britten decidiu criar sua própria moto na garagem de casa para competir na Superbike. Seu sistema é parecido com o DuoLever da BMW, muda pouca coisa na localização de mola/amortecedor. Repare que esses elementos da suspensão dianteira estão escondidos dentro da carenagem. A mola logo atrás da roda dianteira é parte da suspensão traseira. Compare com a imagem da BMW K lá em cima. Lembre-se que a BMW K com essa suspensão foi lançada recentemente e a moto de Britten é de 1992.
Infelizmente John faleceu precocemente aos 45 anos em 1995.
A Confederate usa um sistema parecido, mas creio que aquele garfo oversized apela demais pra estética em detrimento da funcionalidade. Bem diferente da Britten e da BMW K.


Quem quisesse comprar alguma coisa diferente tinha a opção da Bimota Tesi com sua suspensão dianteira que se assemelhava à traseira, com as traves horizontais. O design do resto da moto nem era tão diferente assim. Repare que a solução para a direção é parecida com a de carros, uma barra de direção rígida. Na foto há duas barras vermelhas. A superior é parte da suspensão, existe para manter a geometria inalterada com o movimento do braço. A barra vermelha inferior é quem movimenta a roda lateralmente. Nota-se o pequeno ângulo de giro que isso proporciona. No trânsito não é ágil como um scooter, mas não comprometia a condução em estradas, onde esse extremo não é imprescindível.

A Bimota morreu e renasceu, como várias outras marcas. Eu temia que fosse novamente uma jogada de marketing de um empresário oportunista, mas tive a grata surpresa de ver que o modelo de suspensão horizontal foi atualizado. É a única opção, hoje, para quem queria experimentar essa solução diferente.

Ops, era a única, porque um sueco maluco (sempre eles, não?) inventou esse bicho aí em cima. O responsável foi um tal de Stellan Egeland, dono de uma empresa de customização de motos (http://www.seservice.se/) que já ganhou vários prêmios (Melhor da Europa e Melhor do Mundo). Sinceramente não sei o valor ou a metodologia desses prêmios, mas é evidente que a moto é diferente e criativa. Novamente a suspensão dianteira é repensada. Neste caso, a direção é hidráulica. A barra visível acima do braço de suspensão em treliça é parte da suspensão apenas, não da direção. A roda dianteira movimenta-se para os lados pelo acionamento de dois pistões bem na base do conjunto (há um de cada lado). O circuito hidráulico vai quase até a suspensão traseira (aquele tubinho que passa por baixo do cilindro do motor BMW boxer e desaparece atrás da pedaleira). Eu, particularmente, gostei também do design geral da moto. Mas é claramente um estilo "Ame-o ou odeie-o!".
Gosto de ver coisas assim. Saindo do comum, tentando soluções novas para velhos problemas.
MM
autor do post: Arnaldo Keller

Não adianta dizer que não ou que não é bem assim, pois tenho certeza que piloto que é piloto é bicho burro, mesmo. Ajoelhado e de braços abertos, com o rosto voltado para o céu, confesso, sou piloto e bicho burro. Vou dar um exemplo recente para provar o que afirmo.
Como estou organizando os carros antigos que estão expostos no Quatro Rodas Experience -- que são 15, distribuídos em 3 boxes --, fico por lá meio-período, e nessas um amigo, o Zique, foi me visitar. Chegando lá ele ficou na fissura de guiar em Interlagos, coisa que nunca havia feito, e tratou de ir atrás de comprar uma guiada, fosse lá em qualquer carro.
Para nossa surpresa, nos informaram que para comprar o raio da guiada ele teria que ir até o Portão 7, isso mesmo, o portão lá de fora na beira da rua, o que seria uma boa caminhada ou ele teria que ir até o estacionamento, pegar seu carro, ir até o portão etc, etc, uma trabalheira e perda de tempo estúpida. Por sorte um rapaz da organização, meu chapa, logo se prontificou a levar o Zique num jipinho do evento que estava ali do lado, e lá foram eles... tuc...tuc...tuc no sacolejante jipinho.
O Zique voltou dizendo que as reservas estavam encerradas não sei por que raios, fulo da vida. Falei que dava um jeito. Fomos lá para o pit-lane e o pessoal legal arrumou um Mégane Hatch turbo pro Zique e um Mégane Gran Tour pra mim. Falei pro Zique que aquele carro dele ao ser freado no talo -- tipo a freada para a Curva do Lago ou para o S do Senna --, ciscava com a traseira pra lá e pra cá, pois no ano anterior eu pegara aquele mesmo carro meio amarelinho e ele fazia isso.
E era verdade. No ano passado eu senti isso quando tirava um racha com outro amigo, o Diego, cada um num Hatch turbo. Depois do racha, o Diego disse que o dele não rebolava na freada, e eu tinha visto que ele esteve freando forte. Mesmo assim, escrevi confirmando minhas impressões quanto à freada, deduzindo que era devido a muita transferência de peso para a dianteira e alívio da traseira -- poderia ser molas dianteiras fracas --, e má dosagem da distribuição de forças nos freios.

Um pouco antes do Zique e eu entrarmos nos carros, um piloto amigo confirmou minha impressão e disse que aquele que o Zique guiaria, anos atrás tomara uma forte cacetada na traseira e, mesmo com tudo consertado como se deve, nunca mais ficou bom de freada. Taí. A gente precisa acreditar no nosso taco. Eu estava certo.

O Zique se mandou com o turbo dele lá de uns 200 cv e lá fui eu brincar com o Gran Tour de 2 litros, 16 válvulas e 6 marchas. Belo dum carro. Ergonomia perfeita, o volante regula altura e distância, bancos que nos agarram justinho, motor elástico e bom de giro alto, e ótima estabilidade, apesar de eu achar que as 35 libras dos pneus eram pouco. Acho que pra pista devemos colocar ao redor de 30% a mais do que usamos na rua, ou seja, esses pneus que usamos 30 na rua deveriam estar com 40 na pista, daí que os dianteiros dobravam muito cedo.

Ao meu lado, como instrutor, um ex-piloto da Indy, o Thiago, que veio de volta pro Brasil para correr de Stock e agora está dando um tempo. Muito simpático, muito legal o Thiago, e evidentemente um baita dum piloto, porque na Indy não entra um mais ou menos, é tudo fera da brava. Falei pra ele não esquentar e me controlar. Ele falou que tudo bem e que só era pra não passar os outros nas curvas, só nas retas. Fiquei assim, nas retas eu aliviava e deixava o pessoal distanciar, e nas curvas eu sentava a bota.

Na 2a ou 3a volta, ainda passeando, no momento me distanciando e prestes a acelerar forte para brincar no Laranjinha, pelo retrovisor vejo um lampejo de farol e em seguida escuto uma buzinadinha. Fiquei quieto na minha porque esse carro vinha lascado por fora, pela esquerda, e nessas me passa um Ferrari 430 que entra forte no Laranjinha com aquele V-8 roncando com uma saúde que era uma beleza. Seu traçado estava perfeito, fazendo as duas tangências da curva.

Não deu outra. Aí é que entrou o burro na parada. Falei pro Thiago: “Filha da mãe! Vou dar um suador nesse cara!”, e reduzi para 3a marcha e acelerei no talo. Que cara idiota, eu, achar que ia colar naquele Ferrari bem pilotado. Que cara idiota! E outra, o Thiago nem falou nada e de rabo de olho só o vi se ajeitando no banco, se preparando pra encrenca, sem falar nada e tudo bem com ele, porque me pareceu que já confiava na minha tocada e estava a fim do pega.


Estão vendo porque é que a gente é burro? Tem cabimento?
E pior. Logo antes do Pinheirinho já colei num carro lento, cujo qual não me era permitido passar – e pela lei local o Ferrari podia, já que estava sendo pilotado por um piloto profissional contratado. Se eu passasse o lento no miolo o Thiago teria que responder perante o organizador porque é que me deixara fazer aquilo. E então, até agora, este burro aqui ainda tem algumas dúvidas se teria dado um suador no Ferrari ou não.

E agora, escrevendo de sangue frio, raciocino: vai ser burro assim lá adiante!

AK