google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Na faxina de final de ano encontrei uma folha de papel, um rascunho, que escrevi em 2002 para um debate em que participei sobre o automóvel do futuro. Juntei algumas ideias sobre tudo que havia lido até então e também algumas opiniões minhas. Acho realmente que vai ocorrer a "eletrodomesticalização" do automóvel.

Nesse primeiro pouco mais de um século de existência, o automóvel ajudou o homem a desbravar o mundo e a aumentar o senso de liberdade do ser humano. Também teve um grande papel sócio-econômico, representando o bem de maior valor depois da casa própria, além de ser o cartão de visitas do sucesso do proprietário.

O mundo já está desbravado e podemos visitar qualquer parte dele através da internet. É claro que nada substitui o sensação de estar no local. Mas internet e outras tecnologias (home theaters de última geração com imagens e som mais bacanas que a própria realidade) nos tiram a pré-disposição para a aventura.

A sensação de liberdade está se tornando o oposto. Basta ver o movimento nas estradas neste final de ano. Já estive no Japão e lá ninguém depende do automóvel. Os carros são comprados por catálogos de acordo com a necessidade do comprador. Ou seja, se o cara vive só com a esposa, não precisa de um SUV (utilitário esporte) e compra um carro pequeno, bem simples. Pode ser que ainda não seja completamente assim, mas o caminho é este.

Aos pontos que levantei no anexo acrescentei verbalmente algo sobre os entusiastas, que adoram o prazer de dirigir, motores V8 e cheiro de gasolina: só poderemos nos satisfazer através de simuladores (games).

Pode ser que tudo isso não aconteça, mas com certeza as coisas vão mudar.


Continuando o assunto levantado pelo André Dantas, semana passada peguei carona com um colega que tem um Honda Civic. Fomos para o estacionamento debaixo de temperaturas de -3 °C e o carro pegou instantaneamente, como manda o figurino.

Os vidros estavam um pouco embaçados devido à umidade e imediatamente após sairmos do estacionamento ele direcionou o fluxo de ar interno para o parabrisa, ainda com o carro bem frio. Para qualquer não-entusiasta, isso seria um ato qualquer e a expectativa seria de que o vidro desembaçasse instantaneamente, o que realmente aconteceu

Um entusiasta como o que vos escreve não aceita as coisas assim. Imediatamente após ele direcionar o ar para o parabrisa, escutei o "cleq" da embreagem do ar-condicionado e uma leve oscilação da marcha-lenta. Pensei comigo, o ar-condicionado deve ter ligado... Porém, ao observar a luz indicadora do A/C, notei esta apagada.

Para tirar a dúvida, girei o controle de volta para outra posição e, dito e feito, o A/C parou. Comentei isso com meu colega que não é nada entusiasta e ele me respondeu: "E dai? O que espero é que o carro desembace..."

Eu não sou fã deste tipo de automação. Gosto de eu controlar quando o A/C deve ou não funcionar e quando eu vou ou não gastar mais combustível. Porém, para a enorme massa de consumidores, o que eles querem é que o vidro desembace rapidamente... mesmo que isso signifique rodar o tempo todo com o A/C ligado gastando muito mais combustível e não ter que pensar em "complicadas" seleções de temperatura, velocidade do ar e direcionamento do fluxo de ar para atingir o mesmo objetivo.

E assim caminha a evolução dos carros... pouco a pouco em direção aos eletrodomésticos.

Enough said.
Eu era garoto nessa década e não acompanhei de perto as corridas de arrancada realizadas no autódromo de Jacarepaguá (Rio), mas há muito tempo ouço falar de um carro que ficou famoso na época, o Toropala, um Opala com mecânica de Oldsmobile Toronado (V8 tração dianteira) instalado na traseira. Parece que o carro foi encontrado em Curitiba e voltou para o Rio, e eu dei sorte de esbarrar com ele hoje, quando fui à uma oficina. Mais informações com a galera mais 'experiente', que viveu a época e estava lá quando o carro andava.