google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Tem um cara que eu admiro muito chamado Steve Magnante. Moparzeiro de carteirinha, um cara que tem entusiasmo por um slant six e o mesmo tempo por um Hemi.

Ele tem um Dart 67, vermelho com teto preto, e eu amo esse carro. É um sedã 2-portas, não um cupê hardtop como os que tivemos aqui. Tem um motor Wedge normal com cabeçotes stage V, que são uma forma de montar um Hemi num bloco Wedge comum. Uma das muitas coisas bacanas que ele fez, e de quebra escreveu uma longa história em algumas revistas automobilísticas contando essa e outras fanfarras sobre automóveis, como um tutorial do buzzin' half dozen, um completíssimo guia de como fazer um muito bacana /6 com 232 polegadas cúbidas usando tanto um bloco de alumínio do início dos anos 60, quanto um regular de produção de ferro fundido.

Um cara muito gente boa.


Em tempos de comunicação instantânea e online, cada vez mais rápido e de maneira uniforme, muda o comportamento humano. As tendências se espalham e um garoto roqueiro do Itaim Bibi mais rapidamente se parece com um garoto roqueiro de Londres. Ambos se vestem igual, ouvem as mesmas músicas, freqüentam o mesmo tipo de festa etc. O mesmo acontece com os carros.


Uma prova disso foi a recente adoção do branco como padrão de beleza para os carros. A maioria dos grandes lançamentos de 2008 foram apresentados primeiro na cor branca. Foi assim com o novo M3, o Nissan GT-R, entre outros. As versões especiais dos hot hatches europeus saíram somente em branco e até no Brasil o antes execrado branco hoje é visto com bons olhos nos fóruns automobilísticos, pelo menos pelos usuários de fora de São Paulo.


Num exercício de futurologia, afirmo que a próxima onda, ou melhor, uma das próximas ondas, será o que batizei de detuning. Todo mundo que trabalha com estética e estilo tem por obrigação manter um olho nas ruas, saber o que acontece, qual é a música que tanto o jovem do Itaim quanto o de Londres estão ouvindo. O mesmo acontece com as áreas de estilo das fábricas automobilísticas, a grande maioria bebe na fonte da customização dos carros.


Com esse olho clínico nos comportamento dos donos de carro, algumas fábricas exageram no “estilo inspirado nas ruas” e aí entra o detuning. Empresas de peças aftermarket vão produzir acessórios que tenham por objetivo tirar um pouco do aspecto customizado dos carros. Um exemplo de detuning já acontece nas lanternas dos novos Subaru WRX e WRX STI. Essa “desmodificação” tem tudo para virar um best-seller.


O próximo produto que urge a ser criado é aparelho para desligar os “leds que não desligam” da nova linha Audi, que a Porsche vai adotar e que certamente vai ser seguidas por outras fábricas.

Faz parte da minha atividade normal e acabei de passar uns dias um Sandero Stepway. Eu já o havia dirigido no lançamento, em setembro, mas não é a mesma coisa que usar o veículo nos nossos trajetos habituais, onde temos todas as referências, de aceleração a rumorosidade de suspensão. 

O romeno-brasileiro Stepway foi feito para o público jovem que, não sei o motivo, é identificado pelos departamentos de marketing das fábricas como "aventureiro". Assim, o Stepway é decorado como tal, tem suspensão elevada em 40 mm combinada com pneus 10 mm maiores em diâmetro e até um adesivo na coluna traseira esquerda, que o proprietário escolhe no ato da compra para ser aplicado na concessionária. Pode-se escolher entre seis temas. Seria uma espécie de tatuagem? 

Seja como for, o fato é que o Renault Sandero é definitivamente um hatchback muito agradável. Claro, como não sou "aventureiro" compraria o "pacato" – que é melhor de curva – mas teria que ser o de mesma motorização do Stepway, que é o exuberante 1,6-litro de 16 válvulas, só disponível na versão-topo Privilège que, completa, tem preço público sugerido de R$ 53.700, embora estejam incluídos aí freios ABS e bolsas infláveis frontais, mais volante e bancos revestidos de couro. O preço básico é R$ 44.000, de modo que a diferença de 22% entre o básico e o topo está dentro do aceitável pelo mercado. 

Já falei isso antes: hoje estou mais para hatch do que sedã, apesar dos "idosos" (já fiz 66 anos) serem mais identificados com carros que têm porta-malas saliente. Fora a questão da praticidade do "portão" traseiro, hatches são mais aptos a curvas do que sedãs. Tem a ver, é claro, com o menor momento polar de inércia na traseira. Quanto maior for esse momento, mais resistência tem o carro a fazer curva. É por isso que os equilibristas conseguem andar num fio estendido entre um prédio e outro: levam junto aquela comprida vara, de elevado momento polar de inércia. 

Há muitos anos minha preferência por sedãs era devida principalmente à rigidez torcional da carroceria, em que os hatches eram piores nesse aspecto. Mas hoje a engenharia consegue fazer esse tipo de carroceria bem rígida torcionalmente, tendo desaparecido a vantagem dos sedãs sobre eles. 

No tempo do Passat, quando eu era sócio de uma concessionária Volkswagen no Rio, eu sempre exemplificava por que o Passat normal (L/LS/TS) era preferível ao GH hatchback: pegava o maço de Marlboro Flip-Top (de caixinha) e efetuava uma torção no maço, primeiro com a tampa aberta e depois com ela fechada. A diferença de rigidez era gritante, incomparavelmente maior com a tampa fechada, simulando um sedã. 

Com uma boa estrutura, o Sandero e esta versão Stepway agrada ao primeiro contato e seu comprimento de apenas 4.091 mm o torna adequado ao tráfego urbano denso. O motor flexível em combustível é uma obra de arte, com bastante potência mesmo em baixas rotações, desmistificando por completo o conceito de que "16 válvulas não tem torque em baixa". Seria um bom tema para a série televisiva "Caçadores de Mitos". 

Belo hatchback, este romeno-brasileiro. 

Concorrentes: linha Fiat Adventure e VW CrossFox. 

BS

Ando quase todo dia de moto. Minha Honda Sahara 350 vem me prestando bons serviços, apesar de já estar com mais de 10 anos nas costas. Não sou motociclista empedernido, desses que não tem carro (ou não anda com o carro que tem), sai de moto chova ou faça sol. Mas, pela praticidade da moto, uso ela com freqüência e tenho prazer, não tanto quanto com o carro, mas tenho.

Quer dizer, nesse trânsito louco que encaramos, que a cada dia bate recordes de congestionamento, a moto dá mais prazer que o carro, pois enquanto está todo mundo parado, computador de bordo mostrando média de 4 km/h (e 4 km/l), a gente passa no nosso corredorzinho 'exclusivo' numa boa e chega rápido. O que não dá pra entender é que, se a gente já consegue andar bem enquanto o resto está parado, por que a maioria dos motoqueiros insiste em querer andar tão rápido no corredor? A maioria vai dizer: "Ah, mas motoboy é assim mesmo, não tem jeito". Não, senhores, eu vejo muita 'gente boa' em motos maiores, indo para o trabalho (e não trabalhando em cima dela), com uma pressa irracional ao passar no corredor. Hoje mesmo, jardineiros podavam grama no canteiro central de uma larga avenida em pleno rush matinal (que hora boa, não?) e invadiam a faixa da extrema esquerda com cones e proteções. Claro que os motoristas eram forçados a dar uma leve desviada para direita, criando um estreitamento no corredor. Não é que vários sujeitos que ali passavam em cima de suas motos esbravejavam, buzinavam, reclamando com os motoristas, cheios de razão ?

O que será que se passa pelas cabeças desses mentecaptos ?