google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

A foto acima foi tirada por um de nossos colegas em uma de suas caminhadas pelo bairro paulistano do Brooklin. Chamou a atenção de todos a presença de um legítimo full-size americano em traje policial.
É fato notório que nos EUA carros de polícia são muito desejados, já que o police package inclui tudo do bom e do melhor: motor mais potente, suspensão reforçada, freios redimensionados e uma infinidade de pequenos detalhes que faz com que os entusiastas disputem estes carros "no tapa" nos leilões, que ocorrem logo após sua aposentadoria.
Todos quiseram saber mais detalhes desse Chevrolet Caprice, incluindo este que vos escreve. O problema é que este não é um Chevrolet Caprice e sim um Ford Crown Victoria da mesma época (meados da década de 90). Todos tinham certeza absoluta de que era um Chevy, mas o Mestre Mahar confirmou se tratar de um Ford, de propriedade de um antigomobilista.
Se até mesmo os entusiastas se enganam, o que dizer do público não entusiasta? Lendo a revista Época desta semana, me deparei com a foto abaixo, que indica um "Porsche" estacionado na garagem de um conhecido artista.
Entusiastas ou não, trata-se de um engano relativamente comum, em maior ou menor grau. Por mais entusiastas que possamos ser, jamais estaremos livres desses equívocos ocasionais.
FB


Minha única dúvida é quanto à assistência técnica, pois não há nada comparável com o Chery Face, apresentado semana passada, que se possa comprar, por esses lados, por 31.900 reais.  Motor 1300 duplo-comando 16-válvulas de curso longo (73 x 77,5 mm), 84 cv a 5.750 rpm que vão a 6.500 rpm, 11,4 mkgf de 3.500 a 4.500 rpm, indicativo logo de início que a curva de torque é mais para plana e que já há potência considerável em baixo giro. A taxa de compressão é 10,8:1. Motor de autoentusiasta.

O Face – já ouvi dizerem [fei'ce], sem motivo, algum – mede 3.700 mm, 7 mm mais que o Mille e o entre-eixos é de 2.390 mm, 10 mm menos que o do Fusca. Quatro pessoas se acomodam bem mesmo que meçam entre 1,80 e 1,85 m de altura. Três no banco traseiro é que não vai bem, a largura total de 1.578 mm não ajuda..O chinês pesa 1.040 kg como é vendido, completo: direção assistida hidráulica, ar-condicionado,  bolsas infláveis frontais, freios com ABS, vidros, travas e espelhos elétricos. Por isso, são 12,4 kg/cv, peso-potência mais favorável no Face que no Mille de 12,9 kg/cv, carro básico que tem apenas o essencial para andar.

Com isso o chinês anda razoavelmente. Pelos dados de fábrica leva 16 s para ir de 0 a 100 km/h e chega a 156 km/h. Desempenho típico de carro nacional 1-litro abastecido com etanol. O eterno medo de informar consumo abateu-se sobre o importador também, mas dados de fora indicam para o A1 (nome de modelo mundial) média 6 litros por 100 km ou 16,6 km/l. Isso com gasolina sem etanol, da Europa. Na prática, o tanque de 45 litros dá para rodar mais de 500 km com tranquilidade.


Fui autuado. Excesso de velocidade. Em estrada. Sou um mau motorista.
Este é o pensamento sem inteligência que alguém poderia ter ao receber uma notificação de infração como a que eu recebi hoje. Eu afirmo que é uma bobagem se achar um mau motorista por ter sido autuado. Isso porque as leis são burras. Estupidamente burras e desprovidas de lógica, fabricadas e fiscalizadas por órgãos de mesmo naipe que as leis.
Uma autuação a 105 km/h em local onde o limite é de 90 km/h, às 11h06 de um dia claro, seco, com visibilidade perfeita, estrada ótima e quase vazia, motorista descansado, carro em ordem, apesar de não ser novo.
Com 3 adultos a bordo, e duas crianças de 5 e 6 anos. Um deles meu filho.
Não é necessário dizer que minha atenção triplica quando tenho meu pequeno a bordo. De forma alguma dirijo de forma perigosa com ele no carro, por motivos mil.
Não, autoridades, o Juvenal a 105 km/h em uma estrada boa, com um carro decente, não é um infrator.
É apenas mais um trouxa que está contribuindo para enriquecer quem não precisa. É dinheiro que faz falta no orçamento lá de casa, mas que agora irá para algum uso muito menos nobre, sabe-se lá onde.
Os infratores de verdade foram sendo avistados na estrada. 
Carros velhos muito lentos. Carros novos e de altíssimo preço, sendo dirigido como se o dono estivesse desesperado correndo atrás de mais dinheiro. Turmas de motociclistas passando carros e caminhões pela esquerda e pela direita, a velocidades 60, 80, 100 km/h mais rápidos que o fluxo, numa prova de total falta de bom senso e segurança. Motoristas trocando de faixa sem ligar seta, falando ao celular.
Temos de tudo, é prato para todos os gostos. Infrações de verdade, malfeitores das ruas.
Mas eu sou o infrator, o fora da lei. Porque alguém resolveu que ali, naquele ponto da estrada, deveria ser instalado mais um caça-níqueis.
Que possam se arrepender em vida.
JJ
O recente post "À prova de..." terminou com a chamada: "Será que daria para inventar um jeito de dirigir à prova de incompetentes?"
Pois não é que já tem gente pensando nisso? E não é de hoje! O Sr. Masuyuki Narusi, um inventor japonês de 74 anos, fabrica artesanalmente um sistema especial de pedais acelerador/freio há mais de 20 anos. Ele acredita que as pessoas têm uma tendência natural de pressionar algum pedal, qualquer que seja, num momento de pânico. E com alguma chance de apertar o pedal errado. Segundo ele, os fabricantes de automóveis dizem que isso é um erro do motorista. Mas ele questiona se o sistema atual, de dois pedais, não é um projeto ruim. E eu concordo com ele que há margem para melhorias.
Em 2009, só no Japão houve 6.700 acidentes de trânsito onde se acredita que tenha havido erro dos motoristas ao pressionarem o pedal do acelerador em vez do pedal do freio. E por mais que possamos achar  que isso se trate de incompetência ou inabilidade dos motoristas, o fato é que acidentes desse tipo acontecem. E se acontecem, o sistema de pedais acelerador/freio pode ser melhorado para evitá-los. 
O Sr. Narusi, depois de passar por dois episódios onde ele mesmo se atrapalhou com os pedais, projetou um sistema conjugado à prova de erros, ou melhor, à prova da tendência natural dos motoristas. No seu sistema, o pé direito aciona o pedal do freio da maneira tradicional como conhecemos. Mas o acelerador é acionado com um movimento do pé, apoiado no calcanhar, para a lateral. O contato com o pedal é feito pela lateral externa do pé. Em caso de pânico não há como errar o pedal, o pedal do freio será sempre acionado e do acelerador, aliviado.
Fonte: The New York Times
O novo sistema, embora simples, esbarra no nosso condicionamento e costume com o sistema atual. Seria necessário que os motoristas se adaptassem a operá-lo, o que não deve ser muito fácil para todos e pode haver alguma resistência. Imagine se algum fabricante se habilitaria a ser o primeiro a correr o risco de rejeição ao lançar o novo sistema no mercado. Mas mesmo assim eu admiro o Sr. Naruse por mostrar que há outras soluções possíveis. Basta alguém comprar a briga.
Uma indicação de que o condicionamento com o sistema atual pode ser vencido é que ele mesmo não foi sempre assim. Eu nunca tive motivação para dirigir um Ford modelo T. O seu acelerador é em uma alavanca no volante, com pedais para troca de marchas, marcha à ré e freios. Confuso para todos nós que dirigimos com total automatismo. Tenho a impressão que esse automatismo me levaria a cometer um erro e não gostaria de danificar nada em um carro de coleção.
Apesar do vídeo abaixo estar em inglês - me desculpem por isso - ele mostra o acionamento do novo sistema.
Parabéns, Sr. Naruse!
PK