google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Foto: negocioseveiculos.com.br


Por favor, gostaria de ser informado se no Brasil — o quarto maior mercado de automóveis do mundo — há quem fabrique peruas derivadas de sedãs médios. Claro que não há, porém o absurdo de não haver me parece tão grande que mesmo eu, um informado jornalista da área, de vez em quando me pego duvidando se é isso mesmo.

Vejamos. A Fiat fabrica a Palio Weekend e a Volkswagen, a SpaceFox, que são boas peruas, porém, para muitas famílias, como a minha, elas não satisfazem em questão de espaço interno, conforto, capacidade de bagagem etc., já que derivam de hatches compactos e não de sedãs médios. A Weekend Attractive só vem com motor 1,4-litro. Se você costuma viajar carregado e a quiser com um motor um pouco mais forte, o 1,6-l, terá que partir para a Trekking, ou seja, terá também que levar aqueles plásticos pretos envolvendo pára-lamas, além de outras peças decorativas feitas para agradar os jipeiros e que podem não cair no seu gosto. Uma perua; só uma perua normal, de asfalto e ocasionalmente terra, se necessário for, já que qualquer carro encara barro.

VW Passat Variant (foto en.wikipedia.org)

Fotos: autor



Apesar das dificuldades que o mercado automobilístico local vem encontrando, os tempos de vacas gordas da nossa economia e a tributação adicional de IPI para carros importados contribuíram para a tomada de decisão de marcas premium se instalarem no Brasil. E com isso BMW, Audi, Mercedes-Benz e Land Rover estão construindo suas fábricas. Com medo da "invasão chinesa", os fabricantes já instalados aqui bateram na porta no governo e pediram providências. Afinal, carros importados já estavam chegando na mesma faixa de preços dos nacionais. Como o governo não gosta de facilitar nada para ninguém, ao invés de implementar medidas para facilitar o desenvolvimento da indústria local e com isso atrair mais investimentos, decidiu dificultar mais ainda as coisas com o aumento em 30 pontos porcentuais  do IPI. Como nosso mercado é um dos maiores do mundo — o quarto — e os principais mercados já estão bem saturados, não restou outra alternativa para as marcas premium aumentarem suas vendas no Brasil a não ser produzindo localmente. Estamos ganhando novas fábricas ou atualizando já existentes (Audi), mais empregos, disponibilidade e confiança para comprar carros de luxo (melhor pós-venda). 

Além disso, a "invasão chinesa" foi contida. Mas o mercado de carros de luxo é de cerca de 50.000 unidades por ano e mesmo com a produção local não deve ultrapassar as 100.000 unidades. Praticamente irrelevante perto dos 4 milhões de unidades do mercado total. Além disso, essa política nada fez para os preços dos carros já fabricados no Brasil diminuírem de preços. Muitos podem achar que os preços dos de alguns importados caíram, mas na realidade eles voltaram ao patamar de antes do aumento do IPI. Isso nos modelos que serão fabricados no Brasil, que já contam com redução do IPI antecipadamente. Um reflexo disso é que quando forem fabricados aqui os preços não devem cair. 

Vermelho é a cor do A3 sedã
Folder do carro a álcool, treinamento de serviço Ford (acervo particular do autor)


Minha intenção neste post é relatar fatos interessantes que aconteceram durante os programas de desenvolvimento do carro a álcool  na engenharia da Ford do Brasil. Quero explicar ao leitor que o nome correto do álcool usado como combustível no Brasil é álcool etílico hidratado carburante, mas por questão de simplificação será chamado simplesmente de álcool em todo o post. Como leitor do AUTOentusiastas que sou faz tempo, sei que o blog não utiliza a denominação etanol.

Alguns dados históricos:

- 1916, clarividência de Henry Ford, "O álcool é  mais limpo e melhor combustível para automóveis que a gasolina e acredito que será o combustível do futuro para os motores de combustão interna"

- 1973, acontece a primeira crise do petróleo. A Opep decide cortar as exportações do ouro negro para os países da Europa e para os Estados Unidos. Com isso o preço do barril dispara, assustando o mundo todo.

- 1975, ano de criação do Proálcool com o objetivo de diminuir nossa dependência do petróleo internacional.

- 1977, decisão de adicionar 12% de álcool anidro à gasolina

- 1979, revolução iraniana, gerando a segunda grande crise mundial com o preço do barril de petróleo disparando ainda mais.

- 1979, nasce o primeiro carro a álcool produzido no Brasil, o Fiat 147.

Primeiro carro a álcool, o Fiat 147 (Foto globo.com)

Quarta geração do Colt

Um nome, muitas possibilidades.

Guilherme Fiuza, autor do livro “Meu nome não é Johnny”, comentou certa vez, em uma entrevista sobre literatura, que é muito desagradável ler biografias chatas, falando de personagens fascinantes. Além de ser cruel com o leitor, é também uma maldade com a personagem.

Vamos então tentar caprichar na biografia da personagem deste texto. Caso o título deste post trouxesse na chamada o nome deste automóvel, correríamos o risco de ver o leitor pular esta página. Afinal, o que pode haver de fascinante em um Mitsubishi Colt GTI? Caso aceitem o desafio, vamos juntos navegar nesta história e tentar descobrir. E desde já convido todos a darem sua opinião no final.


O GTI de 1995

Começamos apresentando o Colt de um amigo, Diego, que enviou algumas fotos para ilustrar nosso texto. Trata-se de um modelo GTI do ano de 1995 e que mora atualmente no estado do Espírito Santo. Equipado com um dos poucos opcionais disponíveis no catálogo, o teto solar, este GTI é cinza e custava no Brasil, quando recém-chegado, importado, cerca de 40 mil dólares. Zelador de seu modelo japonês, Diego recuperou completamente o carro comprado já um pouco castigado, e que precisava de um dono de verdade.

Mitsubish Colt GTI no Espirito Santo