Fotos: autor
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Enquanto o motor Opala era preparado, o Chevette recebia um trato visual |
O Chevetinho hatch 1982 que veio de Minas para virar Chepala não teve recepção muito calorosa da família. Minha mulher achou-o um horror, um “carro de pobre”. Disse que nunca ir andar “naquilo”. Pensei até em colocar um adesivo “Foi Deus quem me deu” no Cheva.
Quem chegou agora nesta história, é melhor ler antes a primeira parte. Meu filho mais novo, 28 anos, usualmente um aliado, também não foi gentil: “Caramba, pai, você exagerou na ratoeira!”
Da bronca da minha mulher acabou surgindo uma luz: “Você pode comprar qualquer coisa, desde que seja um minicarro” (ela adora “nosso” Subaru Vivio). Claro, aproveitei a brecha e comprei novamente um Daihatsu Cuore, mas isto é assunto para outro post.
Primeiro vamos terminar o Chepalinha (a transformação e a história para vocês acompanharem).
Já o Rica (Dilser), que me ajudou a resgatar o carrinho em Belô, ainda queria comprar o Chevette, pois lembrou que tinha um motor mexido (acho que de Vectra), encostado na garagem.
Depois de algum tempo, e da esposa andando de Chevette com cara amarrada, surgiu causa e solução. O estofamento original era digno de museu: o tecido do banco parecia aqueles panos de enrolar múmia. A gente saía do carro com pedaços da espuma grudados na bunda. Mulher odeia isso, sujeira em poltrona, banco... qualquer lugar. Já homem senta em porta suja de oficina para jogar conversa fora.
Tomando um caldo de cana numa encruzilhada de estrada, ao lado do garapeiro havia uma Kombi velha, cheia daquelas poltronas-saco horrorosas, recheadas de bolinhas de isopor. Um cidadão gordo saiu da Kombi e pergunta se “podia olhar o Chevette”. Claro. Ele olhou, olhou e veio a sentença: "O carrinho tá uma graça, mas este estofamento tá uma m%&$a. Resolvo isso por R$ 100."