Em 22 de outubro passado foi publicado aqui no Ae a primeira parte de uma pretensa "saga" trópico-bávara que ilustrará o leitor, você, sobre as entranhas de minha garagem. Falo do texto sobre a BMW 320i ano 1986, o (já clássico, acho) modelo E30. Agradeço os 76 favoráveis comentários de então e agora, pedindo desculpas pelo atraso de mais de quatro meses na postagem, submeterei vocês a mais um capítulo, tratando da BMW 328i Touring, a 2ª a chegar ao meu lar.
Segunda História: BMW 328i Touring
Gosto de cachorro, tenho dois. Se pudesse teria dez,
doze. Quando passo diante de um pet shop quero
“salvar” todos os filhotes. Mas naquele final de 2005, durante uma chuva do cão típica do mês de
dezembro em São Paulo, o destino me levou a uma avenida na zona norte, coalhada
de lojas de carros. Elas têm um efeito pet shop sobre mim — quero salvar todos os carros sem dono também. Com o canto do olho vi algo "abanando o rabo",
de raça, preto, brilhando, com o deselegante VENDE-SE escrito com cal no parabrisa.
Apurei a visão e identifiquei: um BMW (que pedigree, hein?) Touring,
ou seja, carroceria “perua” em português paulistano.
Gosto de peruas (as de lata). Tive várias Fiat Elba e uma Marea Weekend, das primeiras. O rosnado do motor 5 cilindros em linha era libidinoso, promotor de ultrapassagens gloriosas no vai e vem dos finais de semana ao litoral. Vendida sem muita razão, deixou um vácuo de desempenho não preenchido pelo pacato sucessor, um Doblò.
Volto ao “VENDE-SE” do tal dezembro: não consegui
seguir meu caminho e o retorno fácil me levou em minutos ao BMW. Gostei da
placa: 3, com três zeros na frente. Gostei de outro número aplicado na tampa da
mala, 328, indicando o motor mais forte dos seis cilindros da marca
de Munique para aquele modelo, codinome E36, também possível de ser achada em
versão 323 e 325.