google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Fernando Haddad fala no Fórum da Mobilidade Urbana, seminário do jornal Folha de S. Paulo, (foto Eduardo Kannp/Folhapress)

Desde quando falei pela primeira vez sobre o tumulto que o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, vem fazendo, perturbando a vida da cidade, no post Faixas da alienação de dois meses atrás, notei, e acho que os leitores também, uma escalada nessa questão toda, com o automóvel sendo demonizado de uma maneira como nunca se viu. A coisa chegou a um ponto tal que realmente não sei onde irá parar.

O jornal Folha de S. Paulo realizou esta semana o seminário Fórum da Mobilidade Urbana, colocando mais combustível na histérica pilha (é por essas e outras que risquei este jornal da minha lista de leitura faz tempo). Histérica a ponto de ter sido publicada uma coluna no caderno Cultura do Globo online que é um libelo contra o automóvel. O autor, Mário Sérgio Conti (ex-apresentador do programa "Roda Viva" da TV Cultura, mas não me lembro dele), se baseia num livro lançado no último dia 9 de maio nos Estados Unidos intitulado "The People's Car: a Global History of the Volkswagen Beetle" (O Carro do Povo: Uma História Global do Volkswagen Besouro)", de Temer Bernhard Rieger, para atacar o automóvel, de maneira geral, com uma virulência assustadora. Vale a pena ler, clique no link acima, para avaliar o que está acontecendo com a cabeça das pessoas em relação à máquina que mudou o mundo e que representa a expressão máxima de liberdade individual. Eu soube dessa coluna graças ao comentário de um leitor dentro do post "Distração, o perigo à espreita".




End. eletrônico: edita@rnasser.com.br                         Fax: +55.61.3225.5511 Coluna 4113  09.out.2013

1913, o sucesso do automóvel começa aqui
Se há marcos importantes na história de transformar o automóvel no principal ícone da história do século 20, um deles é o desenvolvimento do conceito da linha de produção. O processo supera dividir o processo em estações de trabalho, com operários, maquinário e as peças dispostos ao lado de um caminho onde as partes são agregadas e se transformam em veículos.
Antes, com esforços, movimento e tempos desperdiçados, com trabalhadores andando para buscar peças e fixá-las, um Ford levava 12 horas para ficar pronto. Com o novo conceito, inspirado na seqüência de atividades de um matadouro bovino para separar carnes e ossos, só que invertida, o tempo reduziu-se – inicialmente a 90 minutos. Ao final da produção do Modelo T, com uma fábrica central e montadoras pelo mundo, um carro deixava a linha a cada 24 segundos!                      
Mais
O ganho de produtividade permitiu a Henry Ford, capitão da implantação dos procedimentos, aumentar o salário dos funcionários, reduzir o preço do Modelo T de 800 para 295 dólares, e deflagrar os conceitos de qualidade das peças, tempo, produtividade, logística, liderar a produção, expandir-se mundialmente. Uma curiosa conseqüência de varejo, para aprimoramento de qualidade, a Ford treinou seus operários para usar paquímetros — um medidor de espessuras de grande precisão, capaz de aferir medidas de peças. E passou a produzi-los vendendo-os por preços baixos para melhorar a qualidade dos serviços de manutenção.
Parece conceito antigo, mas hoje a Ford se volta a ele e à produtividade. Unifica, em todo o mundo, produtos e processos. Muito reduziu a variedade de plataformas, hoje 15 para todos os seus veículos em todo o mundo. Até 2017 quer apenas 9 e nisto pretende ganhar 30% em produtividade.

1913: linha de montagem do Ford Modelo T
Caro leitor,

Estréia hoje, no AUTOentusiastas, Felipe Madeira. Velho amigo, ele pertencia ao grupo de autoentusiastas que foi o embrião do AE, isso em 2006/2007. Engenheiro mecânico, atua na indústria desde o início dos anos 1990 no segmento de autopeças e fabricantes de veículos. Seu interesse é o mercado automobilístico nacional, "mas sou antenado no que acontece lá fora", diz. O Felipe começa nos brindando com um amplo e interessante texto sobre o Alfa Romeo Alfasud que, tenho certeza, você vai gostar muito.

Seja bem-vindo a esta sua nova casa, Felipe!

Bob Sharp e toda a equipe do AUTOentusiastas

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 CARROS DE VERDADE NÃO SOBREVIVEM POR ACASO

Fotos: Divulgação, Jean-Yves Baglan, Mick Covill e Jason Goulding



Sempre que contamos uma história italiana é necessário visitar algum pormenores para manter fidelidade ao estilo de ser, agir, pesar e de encarar la dolce vita naquele país. Inicialmente tem que ter barulho, tem que agradar aos olhos, tem que falar de governo, tem que apresentar uma família italiana, tem que ter uma pausa para um café, tem que ser criativa, tem que oferecer riscos, tem que ter glória, tem que ter dificuldades, tem que falar de dinheiro e, finalmente, tem que acabar de maneira melodramática. 

Assim, com esta premissa, partimos para a viagem no mundo do Alfasud Sprint, um modelo muito fiel a tudo isso que esperamos encontrar em una vera storia italiana.


Os Alfasud Sprint saíam nos anos 1980 da mesma fábrica italiana que hoje alcança o grau máximo de reconhecimento em sistemas de produção — nível Gold WCM (World Class Manufacturing) — uma metodologia de organização do ciclo produtivo que premiou a linha de produção do novo e atual Fiat Panda. São as mesmas instalações que também já conviveram com produtos glamorosos como os Alfa 33, 155 e 156, ou alguns nem sempre tão populares como o Autobianchi Y10. Assim é Giambattista Vico, nome atual da fábrica que era Alfasud Pomigliano e hoje é Fiat.


Foto: www.sciencedaily.com


O grande culpado pela distração ao dirigir foi, durante muito tempo, o motorista conversar. Lembro-me, e muitos também, do aviso nos ônibus "É proibido conversar com o motorista". Hoje a recomendação está abrandada: "Fale com o motorista somente o indispensável". A conclusão é óbvia: o motorista pode falar com alguém enquanto dirige, por que não?

Nem preciso falar no "grande culpado" da distração do nosso tempo, o telefone móvel, vulgo celular, a ponto de ter sido incluído no rol das proibições de códigos de trânsito no mundo todo, inclusive no nosso. Mas acredito tratar-se mais de manifestação de misoneísmo (rejeição da novidade) do que qualquer outra coisa.

Num vôo longo recente assisti a um filme no qual o personagem estava num trem na Suíça e recebe uma chamada no telefone. Falou baixinho, colocando a mão no fone para o interlocutor poder escutá-lo, enquanto outros passageiros se voltaram para ele com cara de indignação. Qual o problema não se poder conversar num ambiente coletivo? Por acaso trem é biblioteca, onde pessoas estão lendo concentradas?