google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Fotos: Vera Lambiasi
O impecável Jaguar C-type recriação de William e Renata Halberstadt

O Rallye Internacional Mil Milhas Históricas Brasileiras, uma realização do MG Club do Brasil, mais uma vez reuniu bons carros clássicos. E quando digo bons é porque são bons mesmo, já que quando um automóvel antigo encara 1.602 quilômetros de prova é porque está bom de tudo, mecânica perfeita, e não está só bonitinho de se olhar. Esse é o terceiro rali de mil milhas que o clube organiza, um clube que admiro, pois já tem organizado mais de oitenta ralis e provas diversas. O que os move é realmente curtir seus carros, botá-los na estrada e nas pistas. São verdadeiros autoentusiastas.




PNEUS, MELHOR PASSAR A BORRACHA

A trilogia Pneus, Redondos e Furados continua vendendo bem nas bancas de jornal (sim, elas ainda existem...) e telas de internet pelo mundo afora. No fishn’chips de Silverstone a fritura dos peixes contaminou as batatas, ingrediente igualmente consumido em larga escala nas mesas tedescas, onde a F-1 se apresenta neste fim de semana. 

A questão agora é se é possível corrigir o tempero do Eisbein a tempo de salvar as batatas; por mais internacional que seja o cardápio da Pirelli, cotechino – embutido típico da “Bota” feito com carne de porco de segunda –, é um prato consumido regionalmente e menos consagrado que massas e molhos.

A receita do que aconteceu no fim de semana passado é das mais complexas: demandou muitos ingredientes, muito tempo de preparo e cozimento, trilogia com explosivo poder de desandar o ponto ideal do prato. E não deu outra. 



No primeiro quesito destacam-se o ondulado asfalto de Silverstone, detalhe que faz os pneus trabalharem mais que o normal para absorver essas imperfeições. Além disso, as já citadas zebras, que atuaram como lâminas típicas de sushiman que se preze, e o falido postulado de que a ordem de montagem dos pneus não altera o produto contribuíram substancialmente para o prato do dia honrar o grau de sofisticação da gastronomia inglesa.

Muitos de nós, quando vamos comprar um carro, nos preocupamos bastante com quantos quilômetros ele consegue percorrer com um litro de gasolina. Compreensível este cuidado, uma vez que combustíveis nunca foram algo barato aqui por estas bandas ao sul do equador, graças à interminável cadeia de impostos que incidem sobre eles. O problema é que muitas vezes acabamos dando importância exagerada ao consumo em detrimento de outras coisas. Pode-se até chegar ao extremo de se descartar um carro por se considerar seu consumo elevado demais e acabar se contentando com uma segunda opção, que não era exatamente o que se desejava, por conta desta variável.

Cheguei a esta conclusão após analisar os gráficos do aplicativo que uso para controlar as despesas do meu carro, o My Cars do Android. Olhando o gráfico tipo "pizza", reparei que, entre os custos diretos (combustível, manutenção e despesas), apenas metade era combustível. Ou seja, para cada real gasto em gasolina, outro real foi gasto em manutenção, IPVA, licenciamento, seguro etc. Pelo gráfico, vi que, de forma grosseira, a manutenção representava um sexto dos gastos totais, enquanto que as outras despesas representava mais um terço. Combustível, como falei antes, era metade.

Sendo meu caso muito particular, resolvi fazer a simulação em um carro de maior volume no mercado para tentar tirar a prova. Escolhi um Fiesta Rocam 1 litro 0-km, que pode ser comprado por 30.000 reais. Optei pelo Fiesta porque encontrei no site da Ford a tabela com os preços fixos das revisões. A idéia era comparar o custo de se rodar 60.000 km em 3 anos com o Fiesta e descobrir qual a participação do combustível nos custos dele. Para comparar com um carro maior, coloquei o Focus 1,6 litro hatch, com o mesmo critério.




                                                            
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Coluna 2713  04.julho.2013


Fox Blue Motion. O bolo da cereja
Quando vi e depois dirigi o Fox em versão BlueMotion, com o novo motor 1,0 de três cilindros, logo pensei ser o inverso dos critérios de premiação em eventos automobilísticos sérios. Neles a adição de equipamentos ou acessórios aos automóveis antigos tira pontos. Ou, o mais é menos. No caso, raciocínio inverso, tirou-se um cilindro do motor, ganhou-se em tudo.
Do motor, a cereja, a Coluna falou – bem – na semana passada, como o demarrar de um novo caminho, na busca de menor tamanho, volume, peso, grandezas físicas que ajudarão a fazer carros mais racionais daqui para a frente. Falo agora do bolo que contém a cereja.
Gosto da imagem. Para apresentar o motor-cereja a Volkswagen precisava algo coerente, mais identificado com novidade. Este pacote em sua linha é o Fox, projeto nacional para enormes pretensões de transformar o Brasil no maior fornecedor do carro mais barato da Volkswagen em todo o mundo. Não deu, será o Up!.
A versão BlueMotion, com tratamento especial para conseguir melhor rendimento energético integra a coerência do negócio. O automóvel tem, desde cuidados de aerodinâmica, pneus de menor área de contato e menor resistência à rolagem, até o câmbio com relações mais multiplicadas, mais longas.
O motor apresentado é o novo 3-cilindros, 999 cm³ de cilindrada, 12 válvulas com fase variável na admissão, 75 cv a gasálcool e 82 a álcool hidratado – alcoolizado é o mais potente na renca dos 1,0. Começa em regime suave, para fazer presença e alavancar vendas – os ecologistas não deram muita bola à versão anterior –, treinando fornecedores, linha de produção, público consumidor e rede assistencial para o princípio de 2014, quando chegar o Up!, o menor e mais barato dos VW, demandando produção volumosa, o Fusca do século 21. É identificado como EA211 R3.
Moderno, criação exclusiva, alinha-se no que suas concorrentes já produzem, Ford, por exemplo, testa o seu e desenvolve fornecedores. O raciocínio é simples: busca-se a redução de emissões e de consumo. É a condição externa. A interna, reduzir custos em produtos, gentes e processos. Daí um motor de três cilindros deve custar no mínimo ¼ menos que um motor com quatro cilindros. Assim, por regra de três, um novo caminho será o melhor caminho.
É atual exclusividade, mas no mercado brasileiro há outros três: Smart, o Kia Picanto dividindo com o Hyundai HB20. Entre 1956 e 1967, outros: os 900 e 1.000 dos DKW-Vemag.