google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Fotos: autor e divulgação



Abro aqui um parêntese no AUTOentusiastas, me dando ao luxo de expor minhas opiniões pessoais. O caro leitor pode concordar ou discordar; já que cada um tem suas manias, e tudo bem. Vamos às minhas.

Bem, para começar vou tirar dessa história os carros esportivos. Com eles sou muito passional. Aceito e vou achar ótimo dirigir um bom esportivo mesmo tendo um prego no encosto me sangrando as costas, desde que o carro acelere p'ra burro, ronque um som mavioso ou faça curvas com perfeição. Essas coisas me conquistam e perdôo os esportivos de suas possíveis piores barbaridades. Sendo assim, os esportivos estão fora e vamos aos carros do dia-a-dia.

A primeira coisa que me interessa é a boa ergonomia. É ter o volante na posição certa, que me permita alcançá-lo em sua totalidade sem que tire as costas do encosto, e nessa posição também acione os pedais com conforto, sem ter as pernas encolhidas ou estendidas demais. Também preciso de um banco anatômico, que dê suporte à totalidade de minhas costas e que tenha razoáveis abas laterais que me escorem nas curvas.

O Uomo Universale do Leonardo da Vinci

Não é difícil nem caro fazer isso. Basta cuidado. Basta que usem o Uomo Universale do Leonardo da Vinci como boneco.

Chimpanzé: proporções antropométricas bem diferentes do Uomo Universale
 Não gosto de console intrusivo, exageradamente largo, que me obrigue a ficar com o joelho da perna direita na vertical. Gosto de espaço para as pernas, onde a perna direita possa cair um pouco para o lado, como é nos Porsche 911 antigos, nos Fusca e no Corcel I, e no Alfa Romeo Spider, da foto de abertura do post, por exemplo.

Gosto de painel limpo, clean, só com informações necessárias. Para carro do dia-a-dia até dispenso o conta-giros. Hoje em dia, a meu ver, na prática, ele se tornou desnecessário, já que há corte quando se atinge rotação máxima de segurança para o motor. Antigamente, na época dos carburadores, quando ele era necessário, era raríssimo um carro, que não fosse esportivo, tê-lo. E hoje ele vem em praticamente todos os carros. Muitos mostradores só mostram informações que as luzes de advertência resolveriam ao nos alertar para algo errado, como na temperatura da água ou na pressão do óleo etc. Os atuais painéis da BMW tenho como referência quanto à função e bom gosto.
 
Painel simples e funcional, além de elegante. Elegância é isso.
Não gosto de nada cromado no painel, assim como não gosto de painel que não seja preto fosco, simplesmente porque não gosto de nada refletindo nos meus olhos, assim como não gosto de ver o fantasma do painel refletindo no pára-brisa. Por conseguinte, também não gosto de painéis enormes, com ampla área exposta ao sol, pois mesmo com ar-condicionado ao máximo aquilo fica parecendo uma chapa quente reverberando calor a meio metro de nossa cara. Tenho notado que algumas boas marcas já entenderam isso e estão fazendo painéis menores, e lamento não ter comentado esse detalhe no recente post que escrevi sobre o BMW X1, que o tem de bom tamanho, pequeno, transversalmente estreito.

Saídas de ar cromadas no painel, principalmente as laterais, podem ser bonitinhas em termos de design, mas seus fantasminhas nos retrovisores externos, atrapalhando a nossa visão, confundindo-a, são de encher a paciência. Preto fosco nelas.

Não consigo compreender a cabeça de pessoas que grudam a tela do GPS no pára-brisa. Muitos a colocam no meio do pára-brisa, logo abaixo do retrovisor interno, o que atrapalha sobremaneira a visão e o que acho um tremendo perigo. Creio que algo deve ser feito. Creio que os fabricantes de carros mais populares, que não têm tela já embutida no painel, deveriam bolar um local específico para serem aderidas as ventosas de GPS, desde que seja em uma posição segura, onde em caso de impacto esse aparelho não ferisse alguém.

Não gosto que o carro tenha sua altura de suspensão alterada, nem para baixo nem para cima. Com raras e boas exceções, a maioria dos carros vendidos no mercado brasileiro está vindo mais alta que seus projetos originais, e isso altera o comportamento do carro, além de aumentar o seu consumo, já que aumenta sua área frontal, que é medida desde o chão. Esses carros poderiam, portanto, ter melhor comportamento em retas e curvas, e menor consumo. A tal praga brasileira das lombadas causaram esse mal.

Não gosto de câmbio curto demais, outra mania que acometia o mercado brasileiro, que, felizmente, está, aos poucos, desaparecendo. Essa foi uma constante quando os motores 1-litro ainda eram pouco potentes e iludia-se o mau motorista com essas relações curtas, dando respostas mais rápidas ao carro, já que o motorista não sabia fazer uso eficiente da caixa de marchas.

Hoje vejo melhoras, já que os motores pequenos estão surpreendendo com a boa potência e elasticidade que vêm obtendo, e isso permite que se faça câmbios mais longos, ou melhor, certos, o que acho ótimo. Isso é economia, conforto, menos trocas de marcha e menor ruído de motor na estrada.

O belo V-8 do Audi S7, ao tirarmos a capa plástica
Não gosto de capas plásticas sobre o motor. Gosto de ver o motor. Parece pecado que o carro tenha um motor a explosão e o escondem com se parte pudica fosse
A capa esconde este duplo-comando. Era para ser mostrado com orgulho, isso sim
Bem, basicamente é isso. Não sou muito exigente, como o caro leitor pode constatar, mas se esses pequenos detalhes não estão do meu gosto, o carro tem que ser muito bom em outros quesitos, para que eu, pessoalmente, possa simpatizar com ele.

AK

Fotos: autor


Muitos ainda se lembram do Mercedes-Benz Classe A. Chegou em 1999 produzido numa moderna fábrica em Juiz de Fora (MG) com expectativa de vender 70.000 unidades por ano, número que só conseguiu ao final de seis anos, quando deixou de ser fabricado. Vendeu muito aquém do previsto. O principal motivo, preço, a marca da estrela foi apanhada de surpresa na maxidesvalorização do real de janeiro de 1999 e o sonho brasileiro de ter um carro com a estrela ficou fora de alcance.

Mas houve outro fator, subjetivo, era um Mercedes-Benz pequeno, não era bem o que alimentava corações e mentes, embora fosse um pequeno com excelência. Inaugurou no Brasil a era do controle de estabilidade e, na era moderna, a embreagem automática (que a fábrica tentou impingir como câmbio semi-automático).

Classe A antigo
Era um bom produto em tudo o que se pode considerar num automóvel – bancos, direção, suspensão, instrumentos, motor – menos em dois detalhes: era muito curto de entreeixos e alto, 2.423 e 1.598 mm, além de o interior ser numa espécie de "2º piso" por questão de projeto, em que teria sido concebido no começo dos anos 1990 para ser híbrido termoelétrico e o "1º piso" seria justamente onde ficariam as baterias.


Fotos: autor
 

Com a previsão de saída do Fiat Mille do mercado no ano que vem, o esperado é que o Renault Clio venha a ser o carro mais barato aqui fabricado. Hoje o Authentique 1,0 16V duas-portas custa R$ 24.290, enquanto o Fiat sai por R$ 22.230. O AUTOentusiastas testou então a versão “no uso”, o teste do dia a dia. 

Só que este “no uso” foi meio diferente, pois devido ao feriado da Semana Santa o dirigi por somente dois dias no trânsito de São Paulo e acabei viajando com ele por quase 1.000 km. Viajei com o carro vazio, eu sozinho, e também com ele totalmente carregado, com quatro adultos e porta-malas cheio.         

Linhas são equilibradas, mais para o discreto

Foto: revistaepocasp.com



(ar.rit.mi.a)
sf.
1. Ausência total de ritmo ou irregularidade de ritmo (numa seqüência continuada de eventos a intervalos de tempo supostamente regulares)
(iDicionário Aulete) 


Muitos leitores já devem ter notado. O sinal abre e arrancamos normalmente, mas uma consulta ao espelho interno mostra que o carro de trás ficou longe.

Estamos numa rua de duas faixas, mão e contramão, onde não se pode ultrapassar. Há um carro à frente, porém ele segue mais lento que o razoável e bem abaixo do limite de velocidade ali.

Carro marrom "segura" o trânsito (www.rac.com.br)