google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)


Como vários leitores do AE devem saber, em 13 de novembro último a entidade Latin NCAP divulgou os resultados de sua terceira rodada de testes de colisão, que foi comentada aqui no blog questionando a eficácia das legislações das bolsas infláveis e do ABS, que tornam esses equipamentos obrigatórios em todos os carros a partir de 2014, no post do Carlos Maurício Farjoun.

Previmos também que os resultados de 2012 receberiam ampla cobertura na imprensa, a exemplo do que ocorrera nas duas primeiras edições dos testes e por isso nos abstivemos de fazer mais algum. Passado um mês dessa divulgação, uma procura ao Google e percorridas as dez primeiras páginas, posso concluir que essa forte divulgação não houve.

O que aconteceu?

Avaliar a segurança dos mais vendidos: nenhum Fiat, Chevrolet, nem Volkswagen Fox?




E após levar pra passear as loirinhas mais bonitas de Pirassununga e com elas ralar o Opala preto 6-cilindros invocadão da cidade, meu XK120 queria novos desafios. Só que para tanto era necessário pecar, mentir. Confesso, caro leitor, confesso que menti a meus pais. Por diversas vezes lhes disse que iria à noite para Pirassununga para pegar o “dancing” de sábado no clube, aqueles bailinhos que juntavam toda a moçada da cidade e tocava Tim Maia, “Você é algo assim, é tudo pra mim, é mais que eu sonhava, baby...”, e nessas músicas lentas é que era bom dançar devagarinho e colado e com o coração aos pulos... 

Bom, mas Pirassununga era muito perto e o XK, como um autêntico roadster, um estradeiro, tinha mais é que rodar bastante. Então, saindo da fazenda pela estrada de terra, ao desembocar no asfalto, em vez de virar à direita e ir para Pirassununga, os fachos dos faróis altos viravam à esquerda e eu me mandava para Poços de Caldas. 



Não era esse aí da foto, mas era o mesmo modelo, só que preto. Mercury  Monterey 1957.

Um dia parou um caminhão-baú de mudança defronte da casa vizinha à nossa, na rua Piratininga, na Gávea. Era 1957, mais ou menos meio do ano. Nós, meu irmão e eu, 17 e 15 anos quase completos, só olhando o movimento, caixas e mais caixas, geladeiras enormes, mobília boa. Mudança grande. Uma mulher, algo gordota, comandava a operação. Ao nos ver disse "Hi". Um de nós respondeu, "Hi". Tentou falar e logo vimos, americana, tentando falar português. Começou um papo, ali mesmo, na rua, enquanto ela não tirava o olho das coisas saindo do caminhão e sendo levadas para dentro. O papo logo passou para o inglês.

Pai, mãe e quatro filhos, um homem, três moças. Catorze, dezessete, treze e nove anos tinham o Tommy (Thomas), Sally, Melinda e Mary. A mãe se chamava Eula e o pai, Harold. Tinham vindo de Aruba, no Caribe (o Tommy nasceu lá), onde Harold dirigia um refinaria da Esso, para assumir uma diretoria na filial brasileira. Não demorou mais que algumas horas para todos se conhecerem. Tínhamos novos vizinhos. E, rapidamente, novos amigos.


Fotos: Paulo Keller



O capítulo anterior terminou quando o XK120, o meu pai e eu havíamos chegado à fazenda e minha mãe e meus irmãos chegaram logo depois no Opala branco dela. Este é o quarto capítulo.

Como já disse, meu pai não entendia bulhufas de carro, mas sabia muito bem quando algo estava errado e logo sacou que os freios estavam ruins; puxavam um pouco para um lado quando acionados. Então combinamos que naquela mesma tarde eu levaria o carro ao mecânico da cidade, um senhor especializado em tratores e em quem meu pai tinha total confiança. Mal almocei e passei na casa do Carlão – o mesmo Carlão que já apareceu aqui em posts anteriores com os Alfa Romeo Giulia e 145, meu amigo do peito e de aventuras desde nossos 6 ou 7 anos, vulgo Pé de Ferro devido à sua atuação mais que decidida no futebol – bom, passei na casa do Carlão e, brucutu, ele pra dentro do XK, e era nóis na estrada sem capota e rindo como tínhamos mais é que rir.