google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Fotos: Citroën



Depois de falar a respeito do Citroën DS3 por ocasião da sua apresentação há dois meses, usei-o durante uma semana, suficiente para confirmar o que já havia dito e observar mais pontos. Um deles é que quem não quiser chamar a atenção não deve comprar um. Cabeças se viram para ele, nos semáforos motoristas curiosos fazem as perguntas mais diversas, moradores do prédio onde moro querendo sabar que carro é aquele. Há muito eu não via isso. De fato, seu desenho é muito interessante, tem personalidade marcante.

Andar com o DS3 por aí, como se diz, dá enorme satisfação. Como acelera, como é ágil no trânsito! E depois de dirigir vários carros ultimamente com chave de presença e botão de partida, como é bom pegar a velha chave, introduzi-la no interruptor de ignição/partida e girá-la para acionar o motor de arranque. Pode ser coisa antiga, "de velho", mas é como prefiro. Certas "mudernidades" são inúteis.




A noite caía e o céu vagarosamente ia se cobrindo com estrelas, como se puxasse sobre si um manto fulgurante. O ar estava límpido, fresco, perfumado, o que fazia do ato de respirar uma degustação.

A Lua nascia. O céu de certas noites na Serra da Canastra é algo inesquecível, apaixonante.

Os cinco cavalos aos meus cuidados já o estavam sendo. Dei-lhes feno fresco, ração, e os baldes de água deixei aos seus pés. Amarrados com folga ao redor de uma árvore, foram escovados, e agora, baixando a cabeça e deixando as orelhas penderem, descansavam da viagem de caminhão. O Sheik, meu cavalo, castanho, árabe com inglês, já semicerrava os olhos e amolecia o beiço, sinal que começava a embalar no sono.

Cavalo dorme em pé, que nem carro.

Fotos: autor



No começo do ano, o colecionador e amigo Fabio Steinbruch me procurou para fazer uma proposta, a de, profissionalmente, escrevermos sobre os carros inesquecíveis do Brasil, uma obra para publicação em 50 fascículos com venda nas bancas de jornais e revistas e assinatura. Embalada junto com o fascículo, uma miniatura. O cliente, uma editora espanhola.


Tudo acertado, mãos à obra. A mim coube escrever o texto principal de 10.000 caracteres com a história de cada carro e a respectiva ficha técnica; ao Fabio, dois boxes complementares de 2.000 caracteres cada um e as fotos mais as legendas.



Imagine isso 51 anos atrás!

Carros movidos por turbinas a gás foram uma promessa muito forte nas décadas de 1950 e 1960, principalmente por causa do início das operações comerciais do avião britânico De Havilland Comet em 1952, e de forma mais eficiente e segura com o Boeing 707, ocorrido em 1957. Esses aviões mostraram ao mundo uma nova realidade de tempos gastos em viagens, com velocidades de cruzeiro que foram quase dobradas de uma vez. Uma evolução muito forte e repentina. Era então lógico imaginar que se poderia fazer algo similar com os carros.

Sonhadores e futurólogos são úteis para a humanidade, mas nos entristecemos quando o que acontece na realidade é justamente o oposto às previsões otimistas deles. As estradas vazias onde se pode andar rápido são cada vez mais raras em qualquer país desenvolvido. Não vamos pensar nas nossas estradas, ou fugiremos do assunto.