Hoje amanheceu chovendo. Dia cinza. Pelo jeito vai chover o dia todo. Ontem foi assim, choveu dia e noite, ora forte, ora garoa fna e fria. E a moto lá, parada – uma Vulcan 900 Classic – com os
ferros gelados. E eu aqui, parado, afinzão de andar de moto.
Belo nome, Vulcan. Sugestivo. Força de um vulcão, ronco
grosso de um vulcão, isso tudo despertado ao apertar um botão e virar um
manete.
Antes de malhar essa chuva constante passei alguns dias
passeando com ela. Isso mesmo, só passeando. Em São Paulo não dá mais para usar
a moto como meio de transporte – não em sã consciência, não se você pretende
manter seus ossos inteiros. Com a cabeça quente dos compromissos fica fácil
darmos bobeira. O risco ficou acima do aceitável, uma pena. Portanto, deixei
para sair com ela durante as noites e nas manhãs do longo feriado. Aí, sim, com
ruas e avenidas vazias, passeei à vontade, curtindo a moto.