google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Fotos: Kawasaki e autor
Kawasaki Vulcan 900 Classic

Hoje amanheceu chovendo. Dia cinza. Pelo jeito vai chover o dia todo. Ontem foi assim, choveu dia e noite, ora forte, ora garoa fna e fria. E a moto lá, parada – uma Vulcan 900 Classic – com os ferros gelados. E eu aqui, parado, afinzão de andar de moto.

Belo nome, Vulcan. Sugestivo. Força de um vulcão, ronco grosso de um vulcão, isso tudo despertado ao apertar um botão e virar um manete.

Antes de malhar essa chuva constante passei alguns dias passeando com ela. Isso mesmo, só passeando. Em São Paulo não dá mais para usar a moto como meio de transporte – não em sã consciência, não se você pretende manter seus ossos inteiros. Com a cabeça quente dos compromissos fica fácil darmos bobeira. O risco ficou acima do aceitável, uma pena. Portanto, deixei para sair com ela durante as noites e nas manhãs do longo feriado. Aí, sim, com ruas e avenidas vazias, passeei à vontade, curtindo a moto. 

Foto: autor


Como já falei diversas vezes aqui neste AE, não dá para avaliar totalmente um carro no evento de lançamento. É preciso mais tempo, mais vivência com o veículo, como acabou de acontecer com o J5 – sem "filmes" nos vidros de condução!

O J5 deixou uma impressão muito boa após 10 dias com ele. Com 3.500 km no hodômetro, o motor estava nitidamente melhor do que o do carro em que andei em Salvador, que tinha pouco mais de 100 quilômetros rodados, apesar de lá ser nível do mar e eu estar em São Paulo, a 800 metros de altitude. Andei com carro vazio e cheio e nada de sensação de motor litro-e-meio. Anda bem com baixo giro e requer pouca intervenção do câmbio quando se quer retomar velocidade de maneira normal. Reduzir, só quando se quer realmente fazê-lo mais rapidamente. E o comando de câmbio é perfeito no toque e no uso.

A suavidade de funcionamento do motor é outro ponto alto. Em marca-lenta a 800 rpm é absolutamente silencioso e macio, se não fosse o conta-giros teria-se dúvida se estava mesmo ligado (não é mérito, é obrigação de qualquer motor atual, com o avanço da tecnologia de projeto e manufatura).

Foto: autoservico.blogspot.com



Outro dia pensava em defeitos comuns nos carros que vicenciei enquanto trabalhei em oficinas de concessionárias, uma delas da qual fui sócio, no Rio, de 1967 a 1978. A lista é grande, mas alguns são mais significativos. Por exemplo, ferrugem. A incidência desse problema era alarmante, mesmo dentro do exígüo prazo de garantia de então, 1 ano e com limite baixo de quilometragem, tipo 30.000 km. Os representantes de assistência técnica das fábricas (chamados de "inspetores" na época) eram chamados com freqüência para avaliar e autorizar o reparo. Às vezes trocava-se a carroceria inteira em garantia, como ocorreu uma vez com um Karmann-Ghia 1600 1971.

A ferrugem aparecia nos mais diversos pontos, não havia um padrão. Hoje acabou, carroceria e pintura duram consideravelmente mais graças a chapas de mais qualidade e cuidado no processo de preparação da pintura e dela propriamente dita.

Outra praga era entrada de água. Hoje praticamente não existe mais. Uma fonte de problema disso era a guarnição dos vidros do pára-brisa e traseiro, que não vedava adequadamente, sendo preciso vedá-la com massa apropriada e em muitos casos, substituí-la. Com a chegada dos vidros colados, inaugurada no Brasil pelo Kadett em 1989, essa causa foi eliminada. Além dessa vantagem, o vidro, uma vez colado, passou a participar da resistência estrutural da carroceria. Uma brilhante solução realmente, tipo ovo de colombo.

Foto: kenrockwell.com

 

Não sei se o leitor concorda, mas acho muito chato, horror até, andar no banco traseiro e não ter visão para frente devido à obstrução dos apoios de cabeça dos bancos dianteiros que começaram a equipar os automóveis nos anos 1970. Fora ficar difícil ver os ocupantes que estão na frente e vice-versa, no caso do acompanhante.

É absolutamente indiscutível a utilidade desse equipamento de segurança em caso de colisão traseira, evitando lesões as mais sérias na coluna cervical, que podem levar desde a tetraplegia à morte. Cada lugar do carro deveria ter um, obrigatoriamente. São inúmeros os casos de o passageiro do meio do banco traseiro não contar com esse apoio.