google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Acima do injetor vermelho, a válvula de água da Saab
Há alguns anos, a Saab teve uma idéia: por que não injetar água para dentro do motor, resfriando a câmara, para evitar a detonação, e ainda melhorar o consumo em situações de pé embaixo?

Claro que essa idéia é mais antiga que a Saab, muitos sabem. O que os suecos pensaram diferente, em 1996, foi usar a água do lavador de pára-brisa. Per Gillbrand, o engenheiro-chefe de motores, principal articulador da introdução do turbocompressor na marca, foi o responsável por trabalhar essa idéia.
Iniciamos anteontem (sábado 20/8) regime temporário de um post por dia às 13 horas e voltaremos ao normal de duas vezes por dia, às 9h00 e 16h00, na segunda 29/8.
Bob Sharp
Editor
Fotos: autor

Quase um ano atrás falei de peso de volante de motor e seus beneficios. Mostrei a foto de um volante de DKW-Vemag., como era extensamente aliviado ao passar de 8 kg para 3,2 kg.

Pois veja na foto acima, o mesmo volante mostrado naquele post ao lado de outro que eu mesmo nunca visto, embora soubesse de sua existência: a coroa de partida e um anel adjacente foram totalmente removidos. Esse volante foi usado no Carcará, o carro que a Vemag fez para estabelecer a primeira marca de velocidade na terra brasileira e sul-americana, o que foi feito em 29 de junho de 1966 no Rio de Janeiro, quando atingiu a média de duas passagens de 212,903 km/h. O motor era de 1.089 cm³, 103 cv.

O Carcará no dia do recorde, após a primeira passgem, retirando os pneus dianteiros para esfriá-los em água
Fotos: MAITC e encontromairipa.blogspot.com
No começo da década de 90 eu era um adolescente um tanto indisciplinado, que largava os livros de cadernos para correr atrás de tudo o que envolvesse mecânica. Bicicletas, máquinas de costura, patinetes motorizados, cortadores de grama, mobiletes, motocicletas e automóveis, tudo era desculpa para matar aula e enrolar a lição de casa e horas de estudo que antecediam a época de provas.

Meus pais trabalhavam fora de casa e não tinham condições de me acompanhar nessas atividades extra-curriculares. Também temiam muito pelo meu futuro, tinham medo que eu largasse os estudos de vez ou acabasse me envolvendo com coisas erradas (receio comum a todo pai de adolescente). Mas logo encontraram a solução: me matricularam em um colégio interno.

Fui matriculado no Instituto Mairiporã, uma instituição de ensino licalizada na mesma cidade, fundada em 1963 pelo advogado e empresário Thomaz Melo Cruz. Eu ficava "internado" de segunda a sexta-feira, voltando a São Bernardo do Campo apenas nos fins de semana. Felizmente guardo boas lembranças deste lugar agradabilíssimo, onde vivi uma realidade bem distinta do "Ateneu" de Raul Pompéia.

O que os meus pais não sabiam é que o Dr. Thomaz era um entusiasta de primeira: no último andar do prédio onde assistíamos as aulas havia um salão que ficava sempre trancado, mas suas largas janelas permitiam observar uma grande coleção de automóveis de todas as épocas. Havia também enormes motores de combustão interna espalhados pelos cantos da escola e bem no alto do morro ele guardava trens e até mesmo aviões(!), para surpresa e encanto deste que vos escreve.

Mal sabia eu que tudo aquilo um dia seria exposto no MAITC (Museu de Arqueologia Industrial Thomaz Cruz), fundado em 2006 e localizado nas dependências do Instituto Mairiporã, onde antes eram guardados os trens. Fui criado com o nobre objetivo de proteger o patrimônio industrial e interpretar a evolução tecnológica da indústria, incentivando a pesquisa e valorização desses importantes maquinários.

Para quem gosta do assunto, vale a visita: o MAITC fica na Avenida Dr. Thomaz Rodrigues da Cruz, 1113, em Mairiporã. O valor do ingresso individual é de R$ 5 (50% de desconto para estudantes), e é necessário agendar previamente a visita pelo telefone (11) 4604-2999.

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