google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Foto: G1


Quando falei aqui sábado que deu a louca no trânsito, fui um pouco além ao criticar nosso sistema policial e judiciário no caso dos acidentes e crimes de trânsito. Mas a coisa vai um pouco além. A foto acima mostra uma concentração, esta manhã, de taxistas na Praça Charles Miller, defronte do Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, mais conhecido como Pacaembu, na capital paulista. A concentração não foi para protestar contra preços dos combustíveis elevados ou tarifas necessitando de reajuste. Foi para algo muito mais sério.

Foi para protestar contra a morte do taxista Eduardo Alves Pereira, 37 anos, chefe de família, assassinado friamente com um tiro na cabeca por ladrões quando trabalhava.

Não dá mais.

Outro dia estava pensando e me indagava por que nunca tivemos - fabricado aqui - um carro esporte-diversão como o Lotus Elite. Se olharmos bem suas características,  hoje, com o parque de autopeças que temos e o conhecimento que três gerações de engenheiros automobilísticos adquiriram, dá para fabricar um em pequena série sem a menor difuculdade. Veja como era o Elite, essa preciosidade bolada por Colin Chapman e lançada em 1957:

- Configuração motor/câmbio dianteiro, e tração traseira
- Carrocaria cupê duas-portas, dois lugares, monobloco em compósito de plástico reforçado com fibra de vidro, e subchassi dianteiro
- Cx 0,29
- Comprimento 3.759 mm, largura 1.506 mm, altura 1.181 mm, entre-eixos 2.242 mm
- Peso em ordem de marcha: 504 kg (isso mesmo, não é erro de digitação) 
- Motor 1.216-cm³ de 75 cv
- Câmbio de 4 marchas
- Suspensão dianteira por triângulos superpostos e traseira McPherson
- Freios a disco nas quatro rodas, internos na traseira
- Velocidade máxima 180 km/h e aceleração 0-100 km/h, 11,6 s
- Consumo médio 14,3 km/l
Foto: gamblingtechnique.info


Uma pessoa correndo, quadrúpedes, aviões, embarcações e veículos de duas rodas fazem curva inclinando-se para dentro da curva. Já veículos terrestres de três ou mais rodas, inclinam-se para fora, "ao contrário". Se naqueles ninguém reclama, por que tanta crítica a um carro qualquer que se inclina ao fazer uma curva, a chamda rolagem? Isso sempre me intrigou, pois acho perfeitamente normal  a rolagem, ou "rolling", como os jornalistas da Quatro Rodas teimam em escrever.

Todo carro se inclina ao fazer uma curva. O motivo é uma força que age no centro de gravidade fazê-lo girar em torno do seu eixo de rolagem. Quanto maior for a distância entre centro de gravidade e eixo de rolagem, maior será a tendência à rolagem. Isso se depreende facilmente ao ver o desenho abaixo.


Calcular a altura do centro de gravidade é trabalhoso e não é propósito deste post ensinar como, mas quem quiser brincar um pouco é só entrar em www.automotiva-poliusp.org.br/mest/banc/pdf/fontana_romeu.pdf .
 Foto: Renault
Emblema informa o tipo de câmbio no Sandero

O excelente post do Arnaldo, O carro como obra de arte, coincide à perfeição com essa opinião do pessoal do Top Gear por ocasião do primeiro contato do programa com o Ferrari FF:

A primeira coisa que nos foi dito - quem falava era o homem do marketing - é o que o FF foi projetado segundo o que os clientes mais queriam. Isso nos apavorou. Clientes não têm ideia do que é possível, ou quais características são incompatíveis. É como num restaurante os clientes detalharem os ingredientes em vez de deixarem o infinitamente mais competente chef fazer isso para eles.

O Arnaldo acertou mesmo na mosca!

Pois  pego uma carona nesse tema e falar de algo correlato, a ditadura das especificações.

Pode até parecer à primeira vista contrário ao que o Arnaldo e o Top Gear disseram, mas não é. A opinião deles refere-se à receita do bolo, enquanto o quero falar é sobre a maneira como o bolo é vendido.