Texto de Arnaldo Keller
Outro dia, e é por isso que escrevo este texto, minha filha caçula estava lembrando de quando a soltei sozinha no nosso velho bugue Glaspac 1970. Ela tinha coisa de uns sete ou oito anos. Estávamos num campo de feno, ou seja, um imenso gramado de alguns alqueires de chão, quando a coloquei no banco do motorista com almofadas nas costas. Fiquei no banco do carona, estiquei as pernas pra alcançar a embreagem e acelerador, engatei a 1ª e botei o bugue pra andar.
Já ensinei bastante gente a dirigir. Muito disso se deve a eu ter morado por quase trinta anos na fazenda, e nessa, com toda a segurança que aquele espaço oferece, ficava fácil colocar a molecada pra guiar. Irmã, primos, filhas, sobrinhos, amigos das filhas, peão, filho de peão – quem passava por lá, e não soubesse guiar, eu acabava ensinando.
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O bugue Glaspac: com meu tio Roberto |