google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Texto de Arnaldo Keller

Já ensinei bastante gente a dirigir. Muito disso se deve a eu ter morado por quase trinta anos na fazenda, e nessa, com toda a segurança que aquele espaço oferece, ficava fácil colocar a molecada pra guiar. Irmã, primos, filhas, sobrinhos, amigos das filhas, peão, filho de peão – quem passava por lá, e não soubesse guiar, eu acabava ensinando.

O bugue Glaspac: com meu tio Roberto
Outro dia, e é por isso que escrevo este texto, minha filha caçula estava lembrando de quando a soltei sozinha no nosso velho bugue Glaspac 1970. Ela tinha coisa de uns sete ou oito anos. Estávamos num campo de feno, ou seja, um imenso gramado de alguns alqueires de chão, quando a coloquei no banco do motorista com almofadas nas costas. Fiquei no banco do carona, estiquei as pernas pra alcançar a embreagem e acelerador, engatei a 1ª e botei o bugue pra andar.

Me mudei recentemente, estou morando próximo ao autódromo Nelson Piquet (ou o que restou dele) aqui no Rio, no bairro de Jacarepaguá, e hoje percorro diariamente três avenidas que são as grandes artérias da região da Barra da Tijuca e Jacarepaguá-autódromo, que são as avenidas das Américas, Ayrton Senna e Embaixador Abelardo Bueno.

Outro dia me surpreendi como percorri uma boa parte do trecho entre os shoppings Barrashopping e Downtown (o mais movimentado) e só parei em um sinal de trânsito, mas isso não é a regra. Esse trecho tem menos de 5 km, com sinais sincronizados e com tempo de verde entre 2min e 2min30, provavelmente seria possível sair do primeiro assim que abrisse e cruzar todo o percurso sem parar em sinais, melhorando a fluidez do trânsito na região.

Quase me acabei de rir ao ver a pergunta acima na seção "Correio Técnico" da revista Quatro Rodas, edição de janeiro de 1965. E, como não poderia deixar de ser, metade do riso foi para a resposta, inimaginável no mundo pasteurizado de hoje.

Tempo bom que não volta, a vida era mais simples até nisso! Não se falava em preparação de motores, mas sim em veneno: o próprio termo já dava uma noção de coisa proibida, maléfica, que fatalmente comprometeria a vida do motor.


Há uma boa polêmica no nosso grupo sobre qual tipo de leitura de velocímetro é melhor, a tradicional analógica ou a digital. Eu sempre fui muito tradicional nesse ponto, sempre apreciei o ponteiro ques sobe na sua escala, até mesmo compondo o visual do quadro de instrumentos com o conta-giros. Mas  revi esse conceito e hoje prefiro saber em que velocidade está o carro lendo um número diretamente.