google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Essa semana um dos nossos amigos nos mostrou fotos de um Brasinca 4200 GT que ele deseja adquirir e uma breve discussão se iniciou. Aquela conversa típica entusiasta, com o amigo interessado mencionando o quanto gosta do carro e o alguns amigos tentando dissuadi-lo da idéia, por "n" motivos.

Conversa vai, conversa vem, lembrei que foi o primeiro automóvel no Brasil a ser submetido a testes de análise aerodinâmica no túnel de vento do Instituto Tecnológico de Aeronáutica, o ITA, em São José dos Campos, SP. O teste apontou, entre outras alterações, a necessidade de alongar o cano do escapamento em 30 cm, para fugir da zona de turbulência que se formava atrás do carro e não haver risco de entrada de gases no interior do veículo.



Estamos desmontando umas máquinas velhas de fiação de lã. É sempre uma pena ver isso, máquinas que já prestaram bom trabalho terem que parar e serem encostadas. Mas assim é a vida, os velhos devem abrir espaço aos novos, e a beleza da vida está justamente nisso.

E lá estava eu xeretando a desmontagem quando observei direito uma das plaquetas: Société Alsacienne de Construtions Mécaniques, Mulhouse (France) – 1950, como está na foto. Sempre escutei e falei dessas máquinas como “As Alsacienes”, e nunca havia me ligado que elas provinham da mesma região, a Alsácia, hoje francesa, dos lendários Bugatti. Aí fui ligando os fatos, aí me toquei das conexões:

Mulhouse é onde fica o museu que mais contém exemplares da Bugatti. É o museu formado pela coleção dos finados irmãos Schlumpf, dois malucos milionários – cuja origem da grana foi a indústria da fiação de lã. Então, oras, estas máquinas de fiação vieram da mesma cidade onde está o museu, sul da Alsácia.


Esse conceito hoje em dia soa estranho, pois qualquer carro sai com caixa de cinco marchas e alguns até com seis, o que permite definir a última marcha para rotações mais baixas em velocidade de cruzeiro, ainda que poucos fabricantes assim configurem.

Mas no lançamento do Passat 83, na falta de uma caixa de cinco marchas (que chegaria com o Santana), utilizou-se essa forma de escalonar as marchas para conseguir um carro mais econômico e agradável em velocidades de cruzeiro. Olhando a tabela do post do primeiro Santana branco, vejo que o código da caixa utilizada nesse Passat (nas Paratis e Voyages também) foi a de código PN, com relações 3,45/1,70/1,06/0,78, com a 4a. só um pouco mais curta do que a 5a. (0,73) utilizada na caixa PX, uma 4+E que veio equipar os carros com motor de 1,6 litro nos anos seguintes.

Equipado com o então novo motor MD-270, também chamado de Torque, por ter priorizado mais potência em baixas rotações em relação aos antecessores, o Passat com caixa 3+E (houve opção com caixa de marchas normal) atingia as seguintes velocidades nas marchas: 44 km/h em primeira, 90 em segunda e 144  km/h em terceira, calculado com limite de rotações a 5.800 rpm, rotação de potência máxima - 98 hp - pela norma SAE J1349 (81 cv a 5.200 rpm pela NBR 5484). O resultado era elasticidade nas 3 primeiras marchas e conforto e economia em viagens com a quarta longa. A revista Motor3 comparou as duas versões à época do lançamento, e nosso querido JLV relatou ter gostado muito mais da 3+E.

Eu tive a oportunidade de guiar uma Parati equipada com esse câmbio, uma bela solução para quem dispunha de caixa com apenas quatro marchas.

Hoje em dia, mesmo com as caixas de marchas contando com uma ou duas relações a mais, o que notamos é a última marcha calculada para velocidade máxima, atendendo aos que têm preguiça de reduzir marchas mas maculando o consumo e o conforto nas velocidades de cruzeiro em rodovias. Tirando o Polo Bluemotion, carro que nunca vi nas ruas, e o Uno Mille, creio que nenhum carro nacional adote mais o conceito "x+ E".

Os fabricantes não podiam oferecer parte da produção de câmbios com marchas mais longas, para melhor aproveitar os motores mais potentes e evoluídos de hoje em dia?

AC
Fotos: Autor














No Salão, duas cenas que me chamaram a atenção. No estande da BMW (acima) todos - rigorosamente todos - os carros e até a decoração são brancos. Um mundo branco que ficou mesmo muito bonito e agradável aos olhos.