Foto: www.morimotors.com.br
Quando o post "Mau exemplo da líder" falando do comercial da Fiat do novo Uno que faz apologia dos vidros escurecidos por películas foi publicado anteontem (6/7), eu já sabia que no dia 30 último o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) havia baixado a Portaria n° 391 homologando o medidor de transmitância luminosa Translux II, produzido pela Ricci Eletrônica Ltda, do Paraná.
O colega e amigo Fernando Calmon foi quem me contou e pediu reserva, pois queria ele dar a notícia em primeira mão na sua coluna "Alta Roda", publicada em mais de 60 veículos de comunicação país afora toda terça-feira.
Com o medidor, agentes da autoridade de trânsito finalmente terão a ferramenta para proceder às autuações de quem insistir em fazer do seu carro um esconderijo sobre rodas e perturbar o trânsito como um todo, sem contar acidentes provocados por visibilidade precária.
Será possível, assim, verificar a transmitância luminosa dos vidros conforme estabelece a resolução n° 253 Contran, de 26/10/2007. Os valores de medição para efeito de autuação serão aqueles inferiores a 70% onde o limite for 75% (para-brisa), 65% onde for 70% (vidros laterais dianteiros) e 26% onde for 28% (demais vidros).
Diz ainda a resolução que a transmitância considerada para efeito de aplicação da penalidade é aquela medida pelo instrumento subtraída de três unidades percentuais. Desse modo será possível o para-brisa ter 67% de transmitância luminosa, os vidros laterais dianteiros, 62% e o resto, 23%.
De qualquer maneira, a possibilidade de ter o carro retido no meio de uma viagem e poder prosseguir somente se as películas forem retiradas já deverá fazer muitos pensarem duas vezes antes de mandar pôr ou continuar com vidros "filmados"
O Brasil, teoricamente, tem tudo para se livrar da epidemia do carro-esconderijo. Mas conhecendo a terrinha sei que o Congresso pode a qualquer momento votar lei que altere os mínimos de transmitância luminosa (há projeto de lei nesse sentido) ou, ainda fresquinho, o STJ agir como na Lei de Ficha Limpa, derrubando-a em alguns casos.
É esperar para ver se é mesmo o fim da farra. E torcer para que seja.
BS
julho 06, 2010
Amigos me informaram da mensagem no AUTOentusiastas, ilustrada por uma foto naquele maravilhoso encontro de carros antigos no Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, promovido pelo Veteran Car Club do Brasil - RJ, que registrou o meu reencontro com o dileto amigo Moisés Saubel que, certamente, compartilha comigo e com os pilotos, em especial os do Rio de Janeiro, o sentimento e a dor da perda daquele colaborador inesquecível que faz parte da história do esporte a motor.
Com privilégio, carinho e muita consideração, eu e o Moisés guardaremos essa imagem do meu e do nosso querido Luigi Ciai.
Bird Clemente
julho 05, 2010
Foto do autor
O termo é cada vez mais usado mas nem sempre o leitor sabe do que se trata, como tantos outros termos do automóvel.
Hoje eu e a família fomos à casa da minha cunhada almoçar e lá vi um velho fogão industrial que o marido comprou e pôs em uso. E o que vi no fogão? Um common rail! É o longo tubo que atravessa o fogão de um lado a outro na parte frontal e de onde saem quatro tubos de gás em direção aos queimadores.
No "Dicionário do Carro" de Quatro Rodas, de minha autoria, o verbete Common rail remete para tubo distribuidor, termo que escolhi para traduzir o original.
Mas além de tubo distribuidor pode-se dizer galeria única, tubo comum, enfim, como em todo termo técnico vale o bom senso e o sentido correto da palavra.
O princípio é muito simples. Pensando no fogão da foto, a bomba manda combustível para o tubo distribuidor sob pressão de 3 bars. Uma saída na outra extremidade leva combustível para o tanque, que fica em circulação permanente (já há circulação em circuito menor, para não aquecer o combustível no tanque e eliminar a longa mangueira de retorno).
O tubo distribuidor chegou com as injeções multiponto do final dos anos 1980. Do tubo saem pequenos tubos para as válvulas de injeção, popularmente chamados de injetores. O gerenciameno de injeção envia o sinal elétrico no momento certo para as válvulas de injeção abrirem. As válvulas podem injetar tanto no trato de admissão, antes da válvula, quanto na câmara de combustão, neste caso tratando-se de injeção direta. Nesta a pressão na válvula de injeção precisa ser bem mais alta, no mínimo 120 bars.
A Fiat italiana teve a grande e feliz ideia de aproveitar o esquema do tudo distribuidor para alimentar motores ciclo Diesel, que funciona exatamente da mesma maneira, só que a pressão necessária é pelo menos dez vezes maior que nos motores ciclo Otto, chegando a no mínimo 1.200 bars. Patenteou o sistema em 1997 porém precisou fazer caixa e vendeu a patente para a Bosch. Pronto, foi o que bastou para dar novo impulso aos motores Diesel, que por isso passaram a ser chamados de "eletrônicos".
E antes que o leitor estranhe no fogão as quatro saídas para três queimadores, é que o primeiro, à esquerda, é duplo, tem um anel interno e outro externo, comandados individualmente...
BS
(Atualizado em 5.07.10 às 9h20)
(Atualizado em 5.07.10 às 9h20)
julho 04, 2010