Foto: Vemag S.A.
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Pedro Max Droese: foi esse o nome que o Euclides Denadai (último à direita, seta sobre a cabeça) me informou ser o do sujeito do meio da foto, também com um seta indicativa. O Euclides era o instrutor-chefe da Escola Mecânica Vemag, na fábrica, no bairro do Ipiranga, subdistrito Vila Carioca. Como a Volkswagen absorveu a Vemag em agosto de 1967 (na realidade, o negócio foi feito um ano antes), muitos funcionários da Vemag passaram a ser da VW. O Euclides foi um deles e até hoje está no treinamento mecânico da VW, já nos seus 80 anos. Grande amigo!
E já era amigo quando fiz o curso de mecânica Vemag no final de 1964, tanto que ficávamos de papo após as aulas, trocando ideias, era muito bom. Foi numa dessas conversas que ele me deu a foto acima depois de dizer que um tal sujeito fora o melhor que já tinha aparecido por ali. Um gaúcho de Pelotas. Guardei seu nome na cabeça imediatamente, fui abençoado com uma boa memória: Pedro Max Droese.
Início de 1965. Estava no meu posto de trabalho de subchefe de oficina na Auto Central, concessionária Vemag no Rio de Janeiro, em Botafogo, quando me aparece pela frente um sujeito perguntando se tinha vaga para mecânico. Olhei para ele e disse, "Tem sim, Pedro Max Droese, quando quer começar?"
O coitado ficou vermelho tipo branquela insolado, não sabia se falava alguma coisa ou se ficava quieto, deixei-o realmente embaraçado. Para aliviá-lo contei a história do curso, do Euclides, da foto. Começou a trabalhar imediatamente e ali começou uma grande amizade.
Que competência! Que seriedade! Que profissional! Hoje está com 77 anos, mais dez que eu, e aniversaria em 12 de novembro, dois dias antes de mim. Por que me lembrei dele? Por causa da Copa do Mundo de Futebol. Apaixonado, fanático? Nada disso
O Pedro não dava a menor atenção a futebol. Quando, anos depois, ele era chefe de oficina na concessionária VW onde eu era sócio, a Cota, durante os jogos à tarde (como na Copa de 1974, na Alemanha) ela aproveitava e ficava mexendo na sua velha e fiel Norton 500.
Vim morar em São Paulo em agosto de 1978 e perdi todo contato com ele. Só o veria de novo no dia 12 de março de 2005, quando ele apareceu para o funeral de minha mãe, no Rio. Tinha vindo de longe, de Tubarão, SC. Mas estava no Rio por outros motivos, não foi para o enterro.
Mas semana passada me telefonou alguém que se identificou como Pedro Max. Voz de jovem, uns 30, 40 anos no máximo. Duvidei que fosse ele, mas à medida que o papo se estendia, mais pontos iam batendo. E não é que era ele mesmo? Ficamos de papo quase uma hora. Foi tão bom!
Ele tem um galpão em Tubarão e mexe nos carros de uma pequena clientela -- mais amigos do que clientes. Mais que amigos, felizardos de poder contar com uma mão de obra e um caráter desse quilate.
BS