google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
O AUTOentusiastas divulgou aqui em nosso espaço a Carreata da Solidariedade 2010, que ocorre há vários anos no bairro paulistano de Moema. Estivemos presentes novamente, e vimos muitos carros bacanas e porta-malas cheios. As doações foram de bom tamanho, tanto de roupas quanto de alimentos.
Passear com os antigos foi mais uma vez bem divertido, com muita gente nas ruas para apreciar os carros que pouco rodam, mas que são uma atração a cada vez que ganham as ruas. Não que fosse algo de parar totalmente o trânsito, mas os participantes fazem um bom volume e enfeitam as ruas de Moema. Há gente que aparece de todos os lados com uma sacola cheia de doações.

Houve edifícios que já haviam feito um recolhimento prévio, e ao ouvirem o carro de som que seguia na frente, saíram vários moradores para entregar tudo que haviam arrecadado. Sem exagero, eram 5 carros juntos nesse momento, e teve sacolas para todos, muitas sacolas.
A organização foi ótima, com um bom número de pessoas, deslocando-se com motos, motonetas, patinetes motorizados e outros tipos de veículos de grande agilidade. Separavam os carros em grupos pequenos para abranger um maior número de ruas, e tornavam a juntar grupos maiores em um ponto mais à frente. Esse tipo de ideia aumenta a exposição dos carros frente aos moradores, e sem dúvida, rende mais doações.

Quem foi de carro também aproveitou para fazer a separação em casa, e foi grande o número de pessoas que chegaram já com itens para doação. Aliás, muitos disseram que já se tornou hábito esse procedimento de limpar armários todo mês de maio, quando ocorre a carreata.
Para os carros, o trajeto é um bom teste para o sistema de arrefecimento. Como as velocidades são baixas e muitas vezes fica-se parado alguns minutos, somado ao tempo total de mais de uma hora e meia, a carreata é uma validação para radiadores, mangueiras, sensores de temperatura, ventoinhas e correias. E quando se chega ao final, sem que o carro tenha falhado, a satisfação é imensa, e a alegria de saber que seu carro é confiável para passeios mais longos aumenta.

Assim, quem não foi perdeu um programa muito bom, devido aos carros muito legais que lá estavam e à oportunidade de ajudar quem realmente precisa.

O inverno vem logo, e uma nova Carreata da Solidariedade só daqui a um ano. Mas estaremos esperando por ela, prontos para ajudar novamente.


Algumas alegrias são para ser compartilhadas e essa aí em cima é uma delas. Sábado, 25 de outubro de 1980, portanto já se vão praticamente 30 anos.

Copa Fiat 147, motor 1300 a álcool, carburador Weber duplo do 147 Rallye. Andava muito. Cetibrás era uma concessionária Fiat em Betim cujo dono era um italiano boa-gente chamado Giuseppe Cavina. Já vendeu a concessionária faz tempo mas continua por lá até hoje. Volta e meia nos falamos pelo Skype. Na época eu trabalhava na Fiat, de modo que tudo estava mais ou menos em casa.

O autódromo é o que está por desaparecer, o do Rio de Janeiro, em Jacarepaguá. A curva, se não estou enganado, é a Um, depois dos boxes. Pelo visual, uma daquelas frentes frias típicas da primavera, chuva não torrencial mas que dá para molhar tudo e mais alguma coisa.

Como o sábado amanhcesse chovendo, liguei para um borracheiro conhecido e perguntei se ele tinha o Dunlop SP 145SR13. Tinha, que sorte! Passei na loja dele, coloquei os quatro pneus dentro do meu 147 de serviço e fui para o autódromo para a montagem e balanceamento.

Por que o Dunlop SP? Eu já tinha boa experiência com eles como pneus de chuva. Uma delas foi incrível, classificação para a prova SPI 200, em Interlagos, 1973, Opala 4100 Divisão 1. Com esses Dunlops a aderência no molhado era tão grande que na Curva do Sol — traçado antigo — cheiro de borracha invadia o habitáculo, isso apesar da toda a água no asfalto!

A dupla era eu e o José Carlos Ramos, um bom amigo que também era o dono do carro. Ele estava bem de vida, já tinha um Porsche 911 Carrera daquele ano e queria praticar automobilismo, o que teve todo meu incentivo e ensinamento. Nesse dia eu lhe disse, "Zé, você é quem vai classificar o carro". Ele ficou meio receoso, estava chovendo, mas topou o desafio. Resultado: terceiro tempo, com todas as feras do automobilismo da época correndo, mais um exército de Maverick V-8. Ele, claro, ficou exultante. Primeira fila! E eu, orgulhoso do progresso do amigo. Acabamos a corrida, que foi no seco, em quinto, razoável para um grid de mais de 50 carros.

Mas fomos o primeiro Opala, o que nos valeu um troféu em memória do jornalista e piloto gaúcho Pedro Carneiro Pereira, falecido num trágico acidente com Opala divisão 3 em Tarumã, onde perdeu a vida também outro piloto gaúcho, Ivan Iglesias. O troféu, salvo engano, foi oferecido pela concessionária Chevrolet Simpala, de Porto Alegre, que patrocinava o Pedro.

Aquele momento não saía da minha cabeça enquanto os pneus Dunlop SP do Fiat eram montados num borracheiro perto do autódromo. Foi espantoso ver a reação das pessoas (pilotos) no box ao ver aquele Fiat n° 11 receber pneus Dunlop em vez dos habituais Pirelli Cinturato CN36 cinco-estrelas, de composto especial, que a Pirelli produzia especialmente para corrida. Reação de incredulidade de todos, inclusive por serem 145SR13 e não 165/70R13 como os CN36.

Fora que eu havia pedido para colocar amortecedores de série no carro (deixá-lo mais macio por causa da chuva) e um piloto da nossa equipe, o experiente mineiro Toninho da Mata, que estava lá só assistindo,deu uma balançada no carro e diz que não ia funcionar, estava mole demais.

Carro na pista, eu não acreditava. Parecia que não estava chovendo! Os pontos de freada eram os mesmos de pista seca. O "cherinho", uma curva para a esquerda feita de pé embaixo meio no limite no seco, continuava a ser feita sem aliviar acelerador.

De dentro do carro dava para notar certa agitação nos boxes. Eu estava literalmente cantando na chuva — nas curvas e para mim mesmo. Pelo jeito eu devia ter feito a pole.

E fiz, com 1,2 s sobre o segundo colocado, um sujeito rapidíssimo chamado Átila Sipos. Era um abismo em termos de diferença de tempo, dada a competividade da categoria.

No dia seguinte, sol de verão. Mesmo com os pneus CN36, de seco, caí para terceiro na largada, mas o motor começou a perder potência mais e mais e....foi-se a junta do cabeçote.

Mas o dissabor de abandonar não apagou a alegria do dia anterior. E nem a admiração por essa obra-prima de pneu chamado Dunlop SP.

Tentei achar na internet uma fotografia da banda de rodagem dele, que nada tinha de especial, para mostrar a vocês, mas foi em vão. Só achei fotos dos mais novos. Mas passado um par de horas um amigo, o Bruno Kussler Marques, de Uberlândia, achou a foto de um Dunlop SP, que tinha o sugestivo nome de Aquajet, e me mandou. Admirem-no:


Nunca mais tive contato com os pneus Dunlop. Sei que existe o SP Sport 2000 na medida 205/60R15, mas não tenho experiência com eles. Sei também que a Dunlop pertence à Goodyear hoje. Será que os Dunlops ainda têm essa excelência no molhado? Desconfio que têm.

BS
(Atualizado em 14/06/10 às 11h48 com informação sobre a prova SPI 200, lembrado há pouco pelo amigo José Carlos Ramos)
Essa semana, o jornalista-colecionador-piloto-de-Lada-praticante Flávio Gomes nos brindou com a descrição de mais um dos absurdos da cidade de São Paulo, a inspeção veicular obrigatória.
Flávio levou seu Gol ano 1982 para a inspeção, e foi reprovado.
A inspeção trata carros de coleção ou de hobby como qualquer outro, o que é injusto por definição, já que esses carros rodam muito pouco, e o que poluem é desprezível numa cidade deste tamanho.
Nesta mesma semana, encontrei nas minhas bagunças uma revista com uma foto similar às que estão abaixo.


Trata-se de um General Dynamics F-111, um avião já fora de operação nos EUA, país onde foi desenvolvido, mas que ainda opera na Austrália. Os australianos, povo cabeça-fresca que sabe viver, inventaram essa demonstração, conhecida por dump and burn (joga fora e queima, em tradução livre), ou, como os pilotos do one-eleven a chamam, "zippo", em alusão aos famosos isqueiros.
O que vemos é combustível sendo alijado pela válvula localizada entre as saídas dos motores. Quando isso ocorre ao mesmo tempo em que os jatos estão com a pós-combustão ligada, forma-se a espetacular língua de fogo, de efeito ótimo para shows aéreos. Não é necessário comentar que a emissão de poluentes deve ser tão alta que nem dá para medir.
Esse tipo de procedimento nunca foi permitido nos EUA, país onde a febre anti-poluição está cada vez pior.
O alijamento de combustível é prática prevista em quase todos os jatos, até mesmo os comerciais, e serve para diminuir o peso do avião e consequentemente o risco de incêndio, na necessidade de um pouso forçado ou quando nada mais há a ser feito antes de encontrar o solo ou a água.
Pois bem, o drama de Flávio Gomes com seu Gol me remeteu a uma vontade pouco civilizada de levar um F-111 à tenda da inspeção, e efetuar um "zippo" no equipamento sem inteligência que joga carros de coleção no balaio dos carros comuns, sem direito a defesa ou argumentação.
Seria um absurdo, mas muito divertido.
A única saída é o carro ter mais de trinta anos e estar com a placa preta. Isso coloca um grande número de carros já pertencentes a colecionadores, que pouco rodam e que estão em ótimo estado, na classificação de reprovados, não podendo ser licenciados e nem rodar livremente pela cidade.
Esperamos que a Prefeitura de São Paulo acorde e passe a usar as cabeças pensantes que lá transitam, para definir limites mais reais para carros desenvolvidos em um tempo em que a vida tinha menos chatices.
JJ
Faleceu hoje o ator e cineasta Dennis Hopper, que escreveu, dirigiu e estrelou o mais famoso road movie de todos os tempos: Easy Rider (Sem Destino, 1969).

Neste filme, Hopper intepretou Billy, um motociclista que cruza o sul dos Estados Unidos ao lado de Wyatt "Capitão América" (Peter Fonda), ambos em busca da liberdade e paz de espírito.

Cerca de 30 anos após o filme, Hopper fez uma paródia de si mesmo ao gravar o comercial para o Ford Cougar. Não acredito que a Ford tenha convencido muitos consumidores, mas Hopper mostrou a todos que a sua irreverência permanecia a mesma. 

Rest in peace, Billy!

FB