Foto: topspeed.com
A história do Audi Quattro é relativamente simples. Quando Ferdinand Piëch, neto do Professor Ferdinand Porsche, era diretor de engenharia da Audi, passou um fim de semana com um jipe VW Iltis, que era a evolução do jipe DKW que chegou a ser fabricado no Brasil, e gostou do esquema de tração integral. De volta à fábrica na segunda-feira, mandou aplicar o conceito do Iltis em um Audi 80. Pouco depois nascia o Audi Quattro.
Mas houve um momento no desenvolvimento que deixou todos da engenharia da Audi perplexos. Num dia qualquer estavam medindo velocidade máxima em Ehra-Liessen, com suas duas retas de 10 km, quando um engenheiro teve curiosidade em saber quanto aumentava a velocidade com tração só nas rodas dianteiras.
Retiraram as duas semi-árvores traseiras e foram medir o carro. A velocidade máxima piorou! Ninguém entendeu nada e mandaram os cronômetros de volta para o fabricante para verificação, pois era a única explicação plausível naquele momento, problema nos cronômetros, já eletrônicos.
Alguns dias depois, receberam os cronômetros de volta com a informação de que estavam perfeitos. E lá foram para a pista. Primeiro mediram máxima com a tração integral e depois repetiram a operação de remover as duas semi-árvores traseiras. Piorou...
Os engenheiros foram embora naquele dia com a sensação de impotência diante de um problema. E assim ficaram um ou dois meses até que um deles leu por acaso um estudo da Goodyear que mostrava a influência da tração sobre a resistência ao rolamento do pneu. Sob tração o pneu apresentava resistência ao rolamento menor do que sendo apenas impulsionado. Eureka!
Estava explicado por que o carro andava menos com tração dianteira apenas do que com as quatro rodas em tração. Só faltava comprovar tudo isso na pista de teste e logo o carro foi ansiosamente levado para medição. Teoria confirmada! Deste vez pondo de volta as semi-árvores e a velocidade crescendo de novo.
BS