google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Foto: maxicar.com.br

...exatamente em 26 de maio, ano de 1938, era lançada a Pedra Fundamental -- Grundstein -- da fábrica do Carro do Povo (Volkswagen), na vila de Fallersleben, no centro da Alemanha.
Diante do palco reservado a autoridades e personalidades, e do pedestal para Hitler discursar, três versões do carro que conquistaria o mundo, mas só depois da Segunda Guerra Mundial: sedã, sedã com teto solar de lona e conversível:
Antes de passar a fábrica para o controle inglês, ainda em maio de 1945, os americanos rebatizaram a vila com o nome de Wolfsburg, o Castelo do Lobo, hoje sede mundial da Volkswagen.
BS
Foto: topspeed.com
A história do Audi Quattro é relativamente simples. Quando Ferdinand Piëch, neto do Professor Ferdinand Porsche, era diretor de engenharia da Audi, passou um fim de semana com um jipe VW Iltis, que era a evolução do jipe DKW que chegou a ser fabricado no Brasil, e gostou do esquema de tração integral. De volta à fábrica na segunda-feira, mandou aplicar o conceito do Iltis em um Audi 80. Pouco depois nascia  o Audi Quattro.
Mas houve um momento no desenvolvimento que deixou todos da engenharia da Audi perplexos. Num dia qualquer estavam medindo velocidade máxima em Ehra-Liessen, com suas duas retas de 10 km, quando um engenheiro teve curiosidade em saber quanto aumentava a velocidade com tração só nas rodas dianteiras.
Retiraram as duas semi-árvores traseiras e foram medir o carro. A velocidade máxima piorou! Ninguém entendeu nada e mandaram os cronômetros de volta para o fabricante para verificação, pois era a única explicação plausível naquele momento, problema nos cronômetros, já eletrônicos.
Alguns dias depois, receberam os cronômetros de volta com a informação de que estavam perfeitos. E lá foram para a pista. Primeiro mediram máxima com a tração integral e depois repetiram a operação de remover as duas semi-árvores traseiras. Piorou...
Os engenheiros foram embora naquele dia com a sensação de impotência diante de um problema. E assim ficaram um ou dois meses até que um deles leu por acaso um estudo da Goodyear que mostrava a influência da tração sobre a resistência ao rolamento do pneu. Sob tração o pneu apresentava resistência ao rolamento menor do que sendo apenas impulsionado. Eureka!
Estava explicado por que o carro andava menos com tração dianteira apenas do que com as quatro rodas em tração. Só faltava comprovar tudo isso na pista de teste e logo o carro foi  ansiosamente levado para medição. Teoria confirmada! Deste vez pondo de volta as semi-árvores e a velocidade crescendo de novo.
BS

Só um lembrete: a Carreata da Solidariedade de Moema e neste domingo, dia 30 de maio.
Como vocês podem ver abaixo, a concentração é na Al. Jauaperi, esquina com a Av. dos Eucaliptos, em frente à Igreja Nossa Senhora da Esperança, de onde os carros partem para duas carreatas distintas pelo bairro, uma seguindo pelo lado conhecido como "Pássaros", a outra, pelo lado conhecido como "Índios", tomando a Av. Ibirapuera como divisor.
Os carros e os voluntários seguem pelas ruas colhendo doações, sejam entregues pelas pessoas nas ruas, pelos porteiros de prédios que já separaram suas doações, ou até mesmo jogadas pelas janela.
Se você tem um carro antigo, ou simplesmente quer ajudar, encontre-nos lá na concentração, a partir das 9h da manhã do dia 30 de maio. Se quiser fazer sua doação de roupas ou de alimentos não perecíveis, vá à concentração, ou nos aguarde pelas ruas do bairro. As entidades ajudadas agradecem.
Os AUTOentusiastas estarão presentes, e esperamos vocês lá!
MAO
As pessoas que me conhecem bem já sabem que sou fã de carros mais antigos que tiveram um início de vida interessante, mas que hoje estão no mais completo abandono. Caindo aos pedaços. Calhambeques com fogo saindo do motor e fumaça da traseira. Carros sem freios. Carros sem motor! Caixa de câmbio? Cadê? Será que tem?
Bem, como todos os nossos carros aqui em casa.
Qualquer pessoa pode ter um carro completamente restaurado, em perfeitas condições. Carro 100-pontos. Carro de Pebble Beach. Claro, ter que ser qualificado para isso. Quem tem carro assim tem que ter muito dinheiro e a disposição de gastá-lo. Mas, afinal de contas, que graça tem um carro desses?
Sempre me atraem os carros que são realmente uma vergonha. Cacos. Desgraças. Carros tão ruins que as pessoas querem tapar os olhos. E de vez em quando tapar o nariz também.
Depois dessa conversa toda, apresento-lhes um carro bem ao meu gosto. Um Facel Vega Excellence escondido numa garagem em Norco, Califórnia. Acredito que o ano deve ser 60 ou 61, por aí. Talvez preto. Talvez não. Digamos que a cor é “escura”. Com ferrugem, claro. Na época, o carro mais extravagante e caro da linha Facel. De quatro portas clamshell, tipo concha, as traseiras “suicidas”. E hoje dia esperando num canto de garagem com dezenas de carros mais ou menos assim. Esperando o quê? Ninguém sabe.
O propósito desse artigo não é descrever a história da gloriosa marca francesa Facel Vega. É suficiente dizer que nos anos 50 e até 1965 a Facel Metallon fabricou os carros mais exclusivos e finos da França. E para os fregueses mais interessantes. Stirling Moss tinha um. Peter Sellers, outro. E Ringo Starr. Ava Gardner. Dean Martin. Maurice Chevalier. Le roi du Maroc. O escritor e filósofo francês nascido na Argélia, Albert Camus, morreu num ao sair da estrada a alta velocidade e bater num poste ou árvore, não me lembro exatamente.
Quem quer saber mais pode pesquisar o livro “Facel Vega: Excellence, HK500, Facelia”, por Jean Daninos, o fundador e diretor da empresa Facel. Também o livro definitivo da marca, “Facel Vega – Grande Luxe Sportif”, por Martin Buckley.
E esse carro nas fotos? O motor é Chrysler V-8. Provavelmente 383, mas talvez 413. Menos provável 361. Não importa. Pelo menos tem motor. Câmbio Torque Flite. Grade de alumínio fundido. Possivel que as rodas raiadas não vieram originalmente com o carro. Mais provável rodas de aço com calotas. E os pneus atuais vieram de uma picape ou utilitário esporte. Fora disso, notem-se os bancos com estrutura de alumínio fundido. Imagine-se o custo disso, especialmente para uma peca invisível!
Sabiam que o painel parecia de madeira, mas não era? Era de metal pintado com aparência de madeira por um funcionário na fábrica que só fazia isso. Com pincel! Incrível. E por isso ainda está intacto hoje, uns 50 anos após ter sido produzido.
As pessoas de outros países pensam que todos os carros aqui na Califórnia são do tipo 100-pontos. Claro, muitos são. Mas é bom saber que há exceções. Muitas, inclusive. E que pesquisando bem podemos descobrir carros assim em vários lugares por aqui. Como dizemos, carros “congelados no tempo”.
Bem, um carro assim nos leva a perguntar: o que fazer com ele? Na condição atual é evidente que não ser pode usá-lo na rua. E uma restauração completa iria levar anos e, pelo menos aqui, custaria centenas milhares de dólares. Isso para um carro com atual valor máximo de, digamos, 60~90 mil dólares. O investimento não compensa. Pelo menos este carro fica num lugar fechado, escuro e seco. Com isso, ele não degrada. E como disse antes, fica esperando.
RP
Escrevendo, como sempre, de Huntington Beach, Califórnia