google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Chrysler Airflow: fluxo de ar, o nome diz tudo sobre a prioridade do modelo, em 1934, quando ninguém pensava nisso.

Citroën DS, o máximo de inovação em 1955.

Convair B-36 Peacemaker. Dez motores e complexidade inimaginável.

Concorde, a mais bela máquina voadora.

Honda NS 500. Campeã do mundo sem sofrer nenhuma ameaça.
Yamaha V-Max. Impossível não notá-la ou escutá-la.

Cada vez que o assunto é carros antigos, escutamos o termo "clássico".
Sempre que alguém tenta vender um carro antigo, gosta de pensar que está oferecendo um clássico. Afinal, esse termo valoriza o produto.
Considerado chique, o designador foi adicionado ao Monza topo de linha, o bicolorido Monza Classic, que foi objeto de desejo de muitos. Vários anos depois de seu desaparecimento, o Corsa antigo foi rebatizado de Chevrolet Classic, já que o Corsa mais novo herdou o nome. Então, o "Classic", passou de um carro-médio topo de linha, para um básico, e isso na mesma empresa. Que diferença alguns anos fazem! Coisas do estranho mercado brasileiro. Visto o sucesso do pequeno sedã da GM, o nome deve trazer uma sorte grande. Ou seria o nome aceitável porque o carro tem reais qualidades? Bom, isso é assunto para outros textos, não para este.
Mas o que é um clássico, ou, porque muitos carros com características diferenciadas podem ou não ser considerados clássicos?
Na verdade, a Fiva, Federação Internacional de Veículos Antigos (http://www.fiva.org/), explica bem detalhadamente o que é um veículo histórico, mas não se debruça sobre a designação "clássico".
O veículo histórico deve atender às seguintes prerrogativas:
- no mínimo 30 anos de idade;
- preservado e mantido em condição correta;
- não utilizado como veículo de transporte diário;
- fazer parte da herança cultural e técnica.
Como se percebe, é fácil interpretar de diversas maneiras. O que seria uso diário? Se eu fosse trabalhar durante um mês inteiro com um Bugatti Royale, ele deixaria de ser um clássico?
Definições são criadas por pessoas, e pessoas são diferentes entre si. Muitas vezes de forma radical.
Para tentar entender o que é um clássico, podemos imaginar algumas características que os diferenciem da maioria dos carros:
- quantidade de unidades produzidas;
- preço;
- desenho elaborado por estilistas renomados;
- exclusividade de acabamentos internos e externos, como cores e materiais;
- marca desaparecida ou rara;
- desenho diferente dos concorrentes, fora do lugar-comum;
- histórico atribulado de desenvolvimento e/ou de sobrevivência.
Mesmo considerando vários quesitos práticos, há carros que são muito caros e não são clássicos, ou foram produzidos em pequena quantidade e também não o são. Um exemplo típico são as réplicas, ou carros "fora de série", melhor explicados como sendo de pequena produção, feitos em pequenas fábricas. Comuns no Reino Unido, já o foram aqui no Brasil também, e hoje são poucos. Seriam as réplicas e os carros de pequeno número produzido clássicos ainda não reconhecidos?
Mas tudo isso é algo definido pelos homens, e alguns carros vão além de categorias que se definidas tecnicamente.
Existem automóveis e outros tipos de veículos que parecem ter vida própria, tendo sido trazidos ao mundo em forma de projeto, apenas por necessidade de manufatura. Seriam como uma entidade imaterial mecânica que um dia se apresentou na mente de algum abençoado, que se pôs a trabalhar para convertê-la em matéria.
Alguns que me parecem ser dessa espécie são o Citroën DS, o Corvette Stingray 1963, o Batmobile de George Barris (da série de TV da década de 60), o Mini de Issigonis, o Ford T, o Fusca. Além desses óbvios e que todos conhecem, outros menos populares, como os grandes carros da década de 30, Packard, Duesenberg, Delahaye, Pierce-Arrow, Chrysler Airflow.
Fora do mundo dos carros, algumas motos, como a Yamaha V-Max de 1987, a Honda CBX 1000 de seis cilindros, a NS 500 de Freddie Spencer em 1983. E óbvio, aviões como o Concorde, o P-51 Mustang, Supermarine Spitfire, Convair B-36, Boeing B-52.
Boeing B-52 Stratofortress, mais de 20 mil km de autonomia. Com reabastecimento aéreo, o limite era apenas o cansaço da tripulação.
Estes são apenas alguns exemplos. Todos eles, veículos com características excepcionais, mesmo que seja apenas a mais subjetiva e pessoal delas, o desenho, o estilo.
Para entendermos o termo clássico, seria então melhor pensarmos em algo que apresente soluções inovadoras e que seja único. Pensem na forma de carroceria do Fusca, na longevidade da arquitetura de um Porsche 356/911, que provém do mesmo Fusca, ou na genialidade da suspensão do Citroën 2CV, por exemplo. Inconfundíveis, não? E o que dizer de um motor como o V-8 Chevrolet small block, ou o Chrysler Hemi? Seriam o coração de clássicos, bastando estarem debaixo do capô de qualquer carro para os fazer especiais e memoráveis?
Ferdinand Anton "Ferry" Ernst Porsche entre duas das várias obras-primas que seu pai gerou, e que ele sabiamente apoiou e fez crescer.
Chevrolet V-8 bloco pequeno: o motor mais produzido da história.
Como quero deixar claro, acredito que clássicos são veículos que podem ser antigos, mas que sempre aparentam não envelhecer. São sempre considerados belas obras do gênio humano, seja onde estiverem, e independem de terem ou não sido sucedidos por algo similar.
Um clássico fala ao coração e nos tira o fôlego, e isso não vem de classificações de comitês de especialistas.

Honda CBX 1000: uma moto construída ao redor do som de um motor.
JJ
Foto: autoshow.uol.com.br


Semana passada e início desta o assunto cambagem positiva foi bastante discutido e suscitou enorme interesse dos leitores. Gostaria de compartilhar com vocês um pouco do que aprendi esses anos todos tanto por lhes ser útil quanto por ser um tema apaixonante.

O carro de foto é uma Variant II e está aí só para que se veja como a roda dianteira direita está positiva em cambagem. Quando as rodas forem colocadas retas em frente esse excesso de cambagem positiva desaparece. Por que? Porque ele produzido exclusivamente pelo cáster pronunciado.

A foto acima foi publicada no post do Fiat 500, que tivemos a oportunidade de avaliar logo no começo de 2010. Colocamos o carrinho em uma vala de posto de serviços para visualizar detalhes que podem não interessar a muitos leitores, mas que com certeza interessa a alguns, ainda que poucos.

Quem são esses "alguns"? Pode começar pela equipe do blog, que procura sempre ter um contato aprofundado com os veículos que são cedidos para nossa avaliação. Avaliação superficial qualquer um pode fazer, basta ir a uma loja ou concessionário e pedir para conhecer o produto desejado.

Outra vantagem de se procurar minúcias é evitar qualquer tipo de equívoco na descrição técnica do automóvel avaliado. Não são raras as vezes em que a assessoria de imprensa (que tudo deveria saber) não sabe responder questões técnicas mais aprofundadas, seja na apresentação do produto ou na hora de redigir o press release.

Um exemplo claro disso ocorreu agora na apresentação do Peugeot Hoggar (onde não estive presente): pelo menos duas publicações se equivocaram na descrição da suspensão traseira, uma descrevendo o sistema simplesmente como "barra de torção" e a outra afirmando se tratar de um "eixo de torção".

É claro que eu dei um puxão de orelha nos colegas das duas publicações, ainda que qualquer um de nós esteja sujeito a errar. Mas a bronca foi válida, pois mesmo que o fabricante não permita um contato mais aprofundado cabe ao jornalista pressionar a assessoria de imprensa para dirimir qualquer dúvida. Outros colegas o fizeram e publicaram a informação correta.

Como não tive contato com o novo produto da Peugeot e ninguém sabia responder a minha pergunta, tive que recorrer ao Bob Sharp, que matou a charada na hora: a suspensão traseira é independente por braço arrastado, com barra de torção como elemento elástico e amortecedor quase horizontal para frente.

Conheço bem o sistema, mas ainda não me dei por satisfeito: assim que eu estiver com a Hoggar em mãos a primeira coisa que vou fazer é procurar um posto de serviço com vala ou elevador, para ficar um bom tempo embaixo do carro, olhando, analisando e procurando pelo em ovo, tentando imaginar o que cada engenheiro pensou como solução ideal.

Aposto que não sou o único que gosta de fazer isso.

FB

Numa discussão ontem do nosso grupo sobre limpeza preventiva de bicos injetores, resultado de um vídeo em que um reparador discutia o assunto e culpava a imprensa pela difamação do serviço, segundo ele necessário sim (não é mesmo!) falou-se da profilaxia de se usar gasolina aditivada ou colocar aditivo no tanque. Aí me caiu a ficha.
É absolutamente ridículo e anacrônico termos gasolina comum e gasolina comum aditivada, algo que acabou na maioria dos países há quase 20 anos. Todas as gasolinas vendidas mundo desenvolvido afora contêm aditivos detergentes-dispersantes. Até na vizinha Argentina.
Nessa foto, feita em San Carlos de Bariloche no começo de fevereiro, ao volante de uma VW Amarok, com o intuito de obter preços dos combustíveis lá, lê-se, de cima para baixo, gasolina super premium, (98 octanas RON) gasolina premium (95), diesel europeu, diesel normal e gás natural. O diesel europeu é o de teor de enxofre ultrabaixo (ULSD), 50 partes por milhão, que também começa a ser vendido aqui em determinadas capitais e será obrigatório em 2014 em todo o país.
Note-se que na tabela nada há sobre gasolina comum e gasolina aditivada. Mas no enorme país da América do Sul, lá estão, nos postos, a gasolina comum e a gasaolina aditivada. E a que preços!
Nos preços da tabela mostrada, muliplique por 0,45 para saber os preços em reais: vai tomar um susto de ver como estamos sendo explorados. A mais cara custa R$ 1,82 o litro..
A razão de as gasolinas serem aditivadas há tantos anos mundo afora? Manter os motores dentro das especificações originais por mais tempo, o que inclui os bicos injetores. Assim as emissões de gases nocivos  serão as menores possíveis. Fácil e sensato, não? Por que não é assim aqui? Afinal, a gasolina premium e a Podium já são.
Cada vez mais acho que temos uma maldição energética...
BS