google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

Acho que sempre tive muita sorte na vida, pelos pais que eu tive e me ensinaram muito, bem como as pessoas inspiradoras que conheci por causa deles, entre eles o Bob Sharp.
Portanto eu vou dividir com vocês uma lembrança muito boa de menino que tenho do Bob. Meu Pai sempre me disse que para ser grande na vida era preciso dois ingredientes muito importantes: trabalho honesto duro e humildade. Infelizmente, confundimos dentro da nossa cultura humildade com humilhação por serem palavras relativamente parecidas porém com sentido completamente diferente. O Bob é um cara fora de série porque ele tem essas duas qualidades. Era muito legal a atenção que ele sempre dava a todos os meninos, que como eu, ouviam as suas conversas e experiências com total admiração. Acho que dei certo também porque apreendi com os grandes como o Bob Sharp.
Devido à família do meu Pai ter acesso a certas coisas desde cedo, ele apreendeu a dirigir com 8 anos de idade, bem antes de imigrar para o Brasil. Porém ele apreendeu a dirigir de uma forma bem diferente do normal: através do chauffeur do meu avô, um ex-piloto inglês de Grand Prix (leia-se F-1). Naturalmente, meu pai entende um pouco sobre dirigir automóveis, bem como pilotar, e me ensinou também desde cedo.
Mas por que contei isso sobre meu pai? Bem, uma certa vez quando tinha por volta de 12 anos de idade tive uma grande sorte de ser levado por ninguém menos que o Bob Sharp para uma volta de arrepiar por Interlagos antigo num carro que pertencia ao departamento de competições da VW, no qual o Bob trabalhava. Minha mãe, claro, ficou preocupada, mas meu pai me chamou ao lado antes para me dar uma recomendação: "Filho, observe como o Bob segura no volante, como ele senta no carro, e como ele entra nas curvas, que é tudo que tentei sempre te explicar. Esse sabe muito, um verdadeiro piloto." Palavra do meu pai e ele estava mais do que certo.
Claro não esqueci disso nunca. Mas além dessa experiência fantástica de andar com um grande piloto vencedor por Interlagos, teria outras oportunidades de conversar com o Bob. Na época o Bob não era pai ainda mas era de uma atenção e gentileza sem igual com os meninos entusiastas como eu. Ele tinha uma super -paciência para explicar e semear ainda mais o entusiasmo na garotada.
Ainda, um dia mostrei ao Bob um livro de fotos sobre corridas no Brasil e no exterior. O Bob estava com outros dois pilotos e um era o ex-diretor do Grande Prêmio do Brasil. Eu, menino, só fiquei olhando eles se divertirem com o livro até que o Bob achou uma foto dele, essa que vocês estão vendo aí. Não teve dúvida, me autografou a foto:
"Ao Nando ---> Bob Sharp 29-07-1974 12 horas de Goiânia Primeiro Lugar"
Desnecessário dizer que tenho esse livro até hoje e sempre o carreguei por todos os lugares do mundo onde morei.
Mas tem mais, depois do Bob Sharp ter assinado esse livro deu uma sorte tremenda. Outros pilotos também iriam assiná-lo, a citar: Alain Prost, Riccardo Patrese, Michele Alboreto, Keke Rosberg, Nelson Piquet, Nigel Mansell, Chico Landi, Ari Vatanen, para citar alguns de memória. Sim, conheci a todos e tenho uma boa lembrança de ter jogado pingue-pongue com o Nigel Mansell, um cara também muito legal mesmo.
É legal quando você tem pessoas que te marcam, sempre lembra delas. Ano passado fui procurar no Google sobre o Bob Sharp para ver se ele ainda escrevia. Lembro muito bem da época que era adolescente e ele escreveu o teste do Ferrari F40, que a Fiat brasileira ganhou pelos Uno Mille vendidos, e que o Bob fez para a Quatro Rodas. E então descobri o AUTOentusiastas. Logo contatei o site e o Paulo e Arnaldo Keller mandaram meu e-mail para o Bob. E aqui estou em outro país degustando o AUTOentusiastas.
Mas o que eu queria dizer mesmo era obrigado para o Bob Sharp por ser um cara de muito bom coração e por ter sido bem atencioso comigo quando era menino. Hoje, com 37 anos e um entusiasta já formado, agradeço à vida por ter conhecido alguém tão bacana e inspirador como o Bob. O Bob é realmente um cara que merece sempre tudo de bom por sempre ter sido um homem muito bom, além de um vencedor na vida. São pessoas assim que me inspiram e quero ensinar isso aos meus filhos, além claro, segurar no volante de um carro esporte devidamente como o Bob Sharp faz.
Dia desses eu relembrei da minha última estada na Califórnia. Mais especificamente na Rodeo Drive, em Los Angeles. Numa extensão de pouco mais de um quilômetro, essa rua é uma das mais badaladas dos Estados Unidos e talvez do mundo. Lá ficam as lojas de todas as grifes mais luxuosas do globo e muita gente rica circula por lá. E por isso a Rodeo Drive e suas transversais são palco de um desfile constante de carros exóticos e caros. Enfim, um lugar bacana para ficar sentado e observar os carros mais bacanas do mundo passarem de um lado para o outro. Muitos deles ficam circulando, apenas para serem mostrados pelos seus donos. Lá eu deixei minha mulher entrar em todas as lojas e demorar o quanto quisesse.

Aqui no Brasil a Rua Oscar Freire, no Jardins, em São Paulo, é a rua que tem todas as lojas de grife. No entanto, o desfile de carros exóticos e caros acontece na Avenida Europa (que muda de nome para Colômbia ao longo de sua extensão). É na Avenida Europa onde estão as lojas independentes e algumas concessionárias de carros de luxo. Como o asfalto é bom, e a via é de duas mãos, com duas pistas para cada lado, é o lugar ideal para desfilar.

Nesse sabadão de Carnaval resolvi levantar cedo e visitar a Avenida Europa empunhando minha câmera. Afina,l a felicidade está bem mais perto de nós do que imaginamos  Quando cheguei todas as lojas estavam fechadas. Os carros do lado de dentro e em espaços apertados, o que dificultou um pouco as fotos. Muitas delas foram feitas através dos vidros, onde tive que usar os reflexos a meu favor para fazer algo diferente. Nem sempre foi possível. Mais tarde, quando as lojas abriram, nenhuma permitiu fotos internas.

Como foram muitas fotos não dá para colocar todas no post. Fiz uma divisão em sete partes com um slide show para cada uma delas. Para cada parte tem um link para um slide show em tela cheia e para galeria de fotos. Quase todas as fotos na galeria estão em tamanho grande e podem ser baixadas.

Foi uma manhã muito rica onde pude ver e ouvir muitos carros interessantíssimos. É um passeio equivalente, ou até mais legal que o Salão do Automóvel de São Paulo. Recomendo a todos entusiastas que façam esse passeio, chegando na Av. Europa por volta das 9h30, no trecho entre a Rua Rússia e a Avenida Brasil. Eu diria que dá até para levar uma cadeira de praia, um isopor com umas latinhas de cerveja e sentar numa das esquinas para assistir o desfile confortavelmente.

Se não der para fazer isso, se acomode na cadeira e curta as imagens feitas especialmente para os leitores do AUTOentusiastas.


MUSCLE CARS


Existem Mustangs, Camaros e Challengers, além de Chargers, em algumas lojas independentes. Na Só Veículos, a maior loja independente, havia várias unidades dos três muscles modernos. E o mais notável é que muitos nas versões mais bravas, como GT500, SS e SRT.  Esses três alinhados realmente são de tirar o fôlego. O GT500 branco é tentador, mas o SS preto tem cara de mau, e o Mopar SRT prata com seus quatro faróis e baixo volume é mais exclusivo. Ainda bem que não posso levar nenhum, pois escolher um entre eles seria muito cruel. Mas acho que levaria o GT500. No final da galeria tem três Mustangs que circulavam pela avenida.




Veja em tela cheia: MUSCLE
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CAMARO


Logo que cheguei por lá assistí a chegada e o desembarque de um Camaro RS "Bumblebee" zero-quilômetro, também para a Só Veículos. O amarelho vibrante e o olhar malvado ajudaram nas fotos.





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DETALHES


Como eu disse, as lojas não permitem fotos internas. O jeito foi tentar boas imagens de detalhes. A Platinus, representante da Pagani e da Spyker, e a Só Veículos são as lojas com mais carros exóticos. Pagani Zonda F, Spyker C8, Cadillac CTS-V, Porsche Panamera, Bentley Continental, Bentley GT, Bugatti EB110 são alguns dos que consegui ao menos um detalhe.





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FERRARI


Entre os que estavam nas lojas e as que vi passando foram mais de dez. Teve 550 Maranello, 355, 360, alguns 430, inclusive Spider e Scuderia, e até um Scaglietti. Os donos de Ferrari são os que mais desfilam. Ficam indo e vindo várias vezes e por isso lembrei do Juvenal, que os odeia.

O segurança de uma das lojas me disse que aos domingos, cedo, tem racha de Ferraris e outros exóticos. Os carros emparelham nos semáforo e arrancam forte na luz verde. Eu já combinei comigo mesmo de voltar lá num domingo para conferir isso. Não posso esquecer a filmadora.

O melhor nos Ferraris é o urro do motor. Consegui fotos de algum em movimento porque sempre escutava sua aproximação ao longe. Já os Porsches chegam despercebidos, por isso todos que fotografei foi meio no susto, sem chance de ajustar a câmera adequadamente.





Veja em tela cheia: FERRARI
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LAMBORGHINI


Onde ficava a loja da Ferrari agora fica a recém-inaugurada Lamborghini. A Ferrari mudou de lugar, para ali perto, mas não na Avenida Europa.

Com o anunciado fim da produção do Murciélago eu reparei que nunca fotografei um desse raro espécime. Mas os dois que vi estavam entocados. Um LP-670 na Platinus e um na loja da Lambo. Na loja da Lambo há vários modelos principalmente de Gallardos; LP-560 4, Conversível, Superleggera, de diferentes cores. Lá dentro também tem um Aston Martin DB9. Mas apesar da vitrine ser grande, o segurança não me deixou avançar muito nas laterais, para que eu conseguisse fotos de todos.

Também encontrei um Superleggera em outra loja e um LP-560 no lava-rápido. Foi nessa hora em que encontrei uma garota alucinada fotografando tudo para o fórum Exclusivos no Brasil.





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VÁRIOS

Aqui fiz uma seleção de tudo que vi. Os destaques são Mercedes McLaren SLR, Aston Martin DB9, Maserati Gran Turismo, alguns Porsches, Jaguar XF R, Mercedes AMG SL63 e outros mais normais.





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CLÁSSICOS

Além dos exóticos, muitos clássicos circulam na avenida. Entre os destaques estão um Citroën SM e um De Tomaso Longchamp.





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PK
Imagem: alvescar.com.br
Esquema típico de rodízio de pneus, usando o estepe e não.

Bem no começo deste ano falei sobre os pneus novos na dianteira e deu certa confusão, pois minha opinião conflita com a de fabricantes de pneus, que insistem em novos atrás. Seja como for, cada um é livre para adotar a solução que achar melhor. O que posso afirmar é que em 50 anos dirigindo (com CNH, fora alguns anos na clandestinidade...) nunca a minha escolha resultou numa perda de controle da traseira no molhado, nem mesmo ameaça.
Hoje o tema é não menos polêmico: fazer ou não rodízio de pneus. Pelo título o leitor já sabe que não faço. Vou dar meus motivos.
Todo pneu assenta no canto do carro em que ele está. Depois que assenta totalmente, o que ocorre dentro de 200 a 300 quilômetros, têm-se o melhor contato com o solo e  como consequência as melhores respostas às forças a ele impostas -- direção, tração, frenagem, força lateral em curvas. Faça-se o rodízio e durante aquelas centenas de quilômetros não se conta com a melhor aderência. Fora que, para assentar, haverá um certo e acentuado desgaste do pneu.
Por isso, minha sistemática sempre foi nunca fazer rodízio com o objetivo de obter desgaste igual dos quatro ou cinco pneus (um interesse inequívoco no caso de veículos 4x4). Pneu morre onde nasceu e ponto final.
Assim, num carro de tração dianteira típico, minha rotina típica de troca, considerando até 4 mm  (novo: 8 mm) de profundide de sulco, é:
- Primeiro par dianteiro, formando o par com o estepe (se der, se for de mesma rodagem)
- Segundo par dianteiro
- Terceiro para dianteiro. A essa altura considero o desgaste dos traseiros: se tiverem chegado a 4 mm de profundidade de sulco, é hora de trocar os quatro.
Mas, e se chegar um momento em que o dianteiros estão com, digamos, 6 mm e os traseiros com 4 mm? Vou comprar um par novo e colocá-los onde? Na traseira! Mas não pelos motivos alegados pelos fabricantes de pneus, e sim para não mudar a posição dos dianteiros que, com 6 mm, ainda são bons de molhado. Quando chegarem a 4 mm os traseiros estarão praticamente novos. Então, novo par dianteiro.
Pelos que os pneus duram atualmente, nesse processo o carro já deverá ter atingido 100.000 km
Mas há uma desvatagem em não fazer rodízio, por incrível que pareça: pode acontecer de o modelo de pneu que você usa sair de linha. Então, ou o carro fica com pneus de modelos diferentes, o que é feio e não é recomendável, ou se compra dois pneus sem necessidade, o que doi no bolso.
BS

Foto: bradleystokejournal.co.uk
 Sonhei que só se vendia gasolina nos postos para veículos com motores de ciclo Otto e óleo diesel para motores de ignição por compressão. Gasolina, sem etanol ou com no máximo 5%, como aliás é hoje a gasolina da Fórmula 1, que tem precisamente 5,75% de etanol na gasolina, isso desde a temporada de 2008.
Sonhei que poderia viajar pelo países vizinhos a dentro e reabastecer sem nenhuma dificuldade e com a certeza de estar usando a gasolina especificada para o meu carro -- e sem a menor inveja dos brasileiros que têm carros a diesel e não têm o problema em reabastecer seus carros fora dos nossos limites territoriais.
Sonhei que carros importados poderiam sair rodando dos navios ou de dentro dos contêineres e receberem carga de gasolina encontrável nos postos -- eles devem ser transportados praticamente secos, por questão de segurança -- e depois encostarem num posto e terem seus tanques abastecidos. Sem necessidade alguma de recalibração das centrais eletrônicas que gerenciam a mistura ar-combustível para ficarem aptos a rodar no país.
Sonhei que os apaixonados por carros antigos não tinham nenhum tipo de problema de funcionamento dos motores desenhados para gasolina sem etanol, que hoje enfrentam problemas sérios com o material emborrachado de diafragmas de carburadores e bombas de gasolina devido ao ataque químico do etanol, e que funcionam mal devido à mistura ar-combustível pobre em função de um quarto da gasolina ser etanol (um quinto, deste fevereiro até maio).
Sonhei as octanagens das nossas gasolinas eram as mesmas do resto do mundo desenvolvido sem o recurso da quarta parte de etanol, resultando em níveis de consumo mundiais e não os que vemos por aqui e que tanto apreciamos -- e nos surpreendemos -- quando dirigimos no exterior.
Sonhei que os preços dos derivados de petróleo obedeciam aos ditames dos mercados internacionais do petróleo e do câmbio e não também ao humor de fazendeiros e usineiros, que sobem preço ao bel-prazer,  na maior cara de pau, isso consequentemente influenciando o preço da gasolina.
Sonhei que o comércio varejista de combustível era 100% honesto, que o produto que se comprava nos postos era aquele especificado, sem nenhum tipo de adulteração. Que não era preciso jamais desconfiar de um posto de bandeira branca -- embora posto com bandeira conhecida não seja garantia de honestidade faz tempo.
Sonhei que o nosso interior era verdejante mas não de cana-de-açúcar e que por isso odor no ar era o dos campos americanos e sul-americanos, notadamente argentinos e uruguaios, não o enjoativo doce desta planta. E que nunca havia fuligem no ar empesteando tudo e todos, por vezes enfraquecendo a luz do sol, resultado das queimadas. E que se viam por aqui, em grande quantidade, as paisagens bucólicas do gado vacum nos pastos.
Sonhei que quem quisesse poderia ter seu carro a diesel, numa escolha absolutamente natural, sem a ridícula proibição brasileira de automóveis com motor Diesel -- caso único no mundo.
Mas acordei.
BS