google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)






Rageous: gíria para outrageous, muito ofensivo, imoral, chocante, inconvencional.
Poucas vezes um nome de carro foi tão forte. E poucas vezes um carro conceito ficou tão perfeito ao traduzir o seu nome em linhas de estilo, por dentro e por fora.
O carro assusta. Coisa de tirar Hummer da frente só de aparecer no retrovisor.
Essa criação do SVE da General Motors (Special Vehicle Engineering), departamento devidamente extinto pelas crises da outrora maior empresa do mundo, foi finalizado em 1997, e surpreendeu positivamente aqueles que viam a Pontiac como a marca de maior ousadia da GM.
A mecânica era convencional, e já provada pela organização. Motor V-8 de 350 polegadas cúbicas (5,7 litros), o LT1, com 315 cv a 5.400 rpm, câmbio manual de 6 marchas, suspensão dianteira do Firebird e  traseira do Corvette, freios a disco nas 4 rodas também do Corvette.
Esse pacote mecânico foi vestido por uma das mais belas carrocerias já vistas em carros que não chegaram ao estágio de produção, com a interessante versatilidade da traseira se abrindo como uma tampa de caçamba de pick-up, fechada por uma porta como de um carro hatch. O alvo seria os jovens ou nem tanto, praticantes de esportes que necessitam de equipamentos grandes, ou até mesmo pessoas que gostam do estilo esportivo mas precisam de um carro com espaço para bagagem de fácil acesso. Acima das saídas dos escapamentos, duas luzes para auxiliar na carga e descarga no escuro.

Idéia ótima, estilo ousado, mecânica pronta.
O que fez a Pontiac não o aprovar como carro a ser desenvolvido e vendido?
Difícil imaginar melhor oportunidade para chacoalhar o mercado, mostrar que a marca estava viva, forte e criativa. Vender e faturar.
Mas não deu certo, e o resultado 12 anos depois, foi o fim da divisão de performance da General Motors.
Uma pena.
JJ


Lendo o primeiro parágrafo do último post do MAO, não pude deixar de lembrar do filme "Laranja Mecânica" (A Clockwork Orange), de Stanley Kubrick, talvez um dos primeiros filmes a relatar com maestria um futuro pessimista, já no longínquo ano de 1971.

Ambientado numa futura Inglaterra sombria e decadente, o filme é protagonizado pelo jovem Alexander DeLarge (Malcolm McDowell), líder de uma gangue de arruaceiros, fanático por Beethoven e ultraviolência. Após uma cena memorável, Alex e sua gangue fogem da polícia a bordo do Durango 95, uma espécie de superesportivo futurista capaz de chamar a atenção de qualquer entusiasta.

Pesquisando sobre o carro, descobri que trata-se do Probe 16, obra dos irmãos Dennis e Peter Adams, antigos empregados do fabricante inglês Marcos. O Saloma falou sobre ele uma vez, de modo que há pouco a acrescentar sobre a história do carro: apenas três unidades foram construídas, das quais apenas o segundo exemplar apresenta condições de rodar (o do colecionador canadense Phillip Karam).

Tudo indica que o primeiro exemplar (que supostamente havia sido destruído num incêndio) foi encontrado pelo blog Jalopnik e o terceiro apareceu no programa Top Gear há cerca de 5 anos, mas ninguém mais teve notícias desses carros. Realmente uma pena, considerando a importância histórica de um carro que causou frisson suficiente para conquistar o prêmio de melhor exercício de estilo no Salão de Londres de 1969.



Para quem aprecia a obra de Kubrick, vale a pena curtir o relato do delinquente Alex:

"O Durango 95 ronronava bem horrorshow, mandando uma vibração gostosa pras nossas entranhas. Logo havia só árvores e escuridão, irmãos, a escuridão do campo. Nós nos divertimos com outros viajantes noturnos, brincando de donos da estrada. Aí fomos para o oeste. O que queríamos, agora, era fazer a velha visita-surpresa. Era muito legal, bom pra rir e liberar a velha ultraviolência."

FB

Foi em 2003. A última noite do ano. Em uma praia em Vitória, Espírito Santo, para comemorar o ano novo. Lá na praia tinha um palco para artistas. Chegou um grupo ”cover” e tocaram a música ”Poeira”, de Yvete Sangalo, bem famosa naquela época. Só que esse grupo fez a música mais ”rock”, assim eu gostei bastante.

Alguns dias depois, dirigindo um Palio alugado até Salvador na BR-101, como em um videogame para não entrar nos buracos, escutei a música original no rádio algumas vezes. Pensei que “Poeira” parecia um pouco como Chimaera (quimera), um carro da TVR. Legal.

Em março de 2004 chegou um e-mail de um amigo na Inglaterra. Ele sabe bem que sou meio louco por bons sons de motores de carros e motos, e perguntou se eu não poderia ir à TVR em Blackpool para visitá-lo e também gravar alguns barulhos bons. Pensei que sim, por que não, e fui até lá, tomar cerveja estranha e gravar barulhos bacanas.

Mas pensei que um disco com só som dos TVR iria ser barulho demais. E lembrei da música "Poeira". Como não sei tocar nenhum instrumento, já que barulho de ferramentas não vale, como eu poderia fazer uma música assim? E como se pode ter permissão de fazer uma versão nova de uma música que já existe? Não é só roubar a música de alguém e colocar no CD, pelo menos não se faz assim nesta parte do mundo. Pensando mas um pouco sobre isso, já tinha muitas perguntas.

Comecei a tentar resolver isso, e a primeira pergunta, quem tem os direitos da música? Pesquisei bastante em vários sites e com vários telefonemas até para a EMI e BMG, ficou claro. Então, como eu poderia ter o direito de mudar as letras e gravar uma outra versão da música aqui (na Suécia)?

A resposta foi que eu precisava mostrar: a nova letra, nome do artista ou grupo, que tipo de CD vai ser, nome da empresa, quantos CDs que seriam fabricados. Simples. Para eles, não para mim.

Hmmm… o problema principal foi que eu não conhecia nenhum grupo de rock. Acabei telefonando para uma pessoa que eu escutei no rádio achando que ele fazia boa música. Com  grande surpresa, ele falou que sim, claro que ele poderia me ajudar. Verdade? Sim muito bom. Ok. Vou fazer a letra, e se tudo der certo ligo de novo.

Mandei todas informações para a empresa com o direito da música, demorou uns meses. A resposta foi, sim, você pode fazer isso. Hurray!

Liguei para o artista. Ele disse que ele não tinha tempo… puxa, o que eu vou fazer agora? Pesquisei outros. Perguntei para alguns que não eram profissionais. Um grupo tentou fazer algo mas ficou ruim, nada para colocar em um CD. Entrei em contato com outros cantores semi-famosos mas não deu certo. Sempre tinham uma desculpa ou problema. Demorou meses mas, no fim, encontrei alguns caras que se interessaram. Podemos chamar eles de “Back Seat Boys”. Pelo menos o cantor é meio famoso aqui na Suécia.

E o resultado? Abaixo a letra da música original e a minha versão do TVR na linha seguinte. E umas partes da música um pouco cortada (editada). Foi rock mesmo.

Como pensei aquela noite na praia ai no Brasil, alguns anos atrás.

Vou contar mais uma outra vez.

Sorte grande (Poeira)
Good Luck (Chimaera)
A minha sorte grande
It was a stroke good luck
Foi você cair do céu
Found outside my garage
Minha paixão verdadeira
That someone left a blue, Chimera
Viver a emoção
As no one was around then
Ganhar teu coração
Not a single fellow
Pra ser feliz a vida inteira
Nothing much to really fear, ah?
É lindo teu sorriso
Had to get inside it
O brilho dos teus olhos
Smelling all that leather
Meu anjo querubim
And a little gasoline
O doce do meu beijo
Firing up that vee-eight
Calor dos meus braços
Rumblin loud at idle
Perfume de jasmim
What a marvelous machine
Chegou no meu espaço
I took of feeling happy
Mandando no pedaço
Revving up the gears
Com amor que não é brincadeira
Good I didn't take that beer – ah
Pegou, me deu um laço
With a grin in my face
Dançou bem no compasso
Building up a good pace, in this
De prazer levantou poeira
Star mist blue, Chimera
Poeira, poeira, poeira
Chimera, Chimera, Chimera
Levantou poeira
Star mist blue Chimera
Uma parte da música está aqui.
HJ

A foto abaixo está na capa do jornal O Globo de hoje. Taipei, em Taiwan, tem 8,8 milhões de motos nas ruas.

E eu reclamo dos motoboys de São Paulo...