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Automotive Business nº 1, edição especial de Powertrain, a respeito das próximas gerações de veículos que virão ao mercado. Publicação com endereço específico aos profissionais do setor automotivo, oferece versão digital, que permite livre acesso no
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Para alívio de muitos de nós entusiastas, o zuuuuuum dos elétricos não haverá tomado as nossas ruas, cidades e estradas, até o fim da próxima década, segundo projeções da consultoria PriceWaterhouseCoopers (PWC). Resta torcer para que os esportes a motor fiquem na mesma opção por ICE (Internal Combustion Engines).
Sou fã da inovação técnica, automotora, acompanho de perto o que estão fazendo e há trabalhos respeitabilíssimos, como o elétrico Mitsubishi MiEV, o campeão de autonomia de 2009, 160 km com baterias de íons de lítio.
Sem querer entrar no mérito da acuidade de previsões ou projeções e, desconhecendo os fatores empregados pela PWC, que a levaram a esses números, fiquei feliz com o que vi: em 2015, a indústria despejará pouco mais de 80 milhões de automóveis no mundo, 3,7 milhões de híbridos (Otto ou diesel/elétricos) e somente 415 mil elétricos puros, 0,5%, ufa! Que passem longe daqui.
Não é difícil estimar que devem haver sido considerados fatores como produção industrial em todos os mercados, investimentos em aumento de produção, projeções de crescimento econômico por país, demanda por veículos novos, informações de novas plantas produtivas, investimentos no setor de distribuição e abastecimento de energia elétrica, a lista é longa.
Cena ainda rara daqui a uma década
Uma vez, com os resultados na mão, deduz-se que devem estar mais próximos da realidade futura. Por outro lado, a mim são inéditas as projeções de qualquer quebra de paradigma, simplesmente por que, se existissem, seria um verdadeiro Deus nos acuda. Ainda está para nascer aquele que estima uma verdadeira "zebra", a maioria acredita e, pior, acontece. Alguém já imaginou deparar-se com um estudo que diz que os motores ICE vão morrer em cinco anos, o petróleo vai acabar em quatro, as baterias custarão 10% do que custam hoje? Não teria o menor crédito!
Aproveitando que ainda não ocorreu, procuro pensar que o prazer-entusiasta está garantido por ao menos mais uma década; ele não está só na liberdade de ir e vir. Acredito que desenvolvemos nossos prazeres sensoriais em uma série de parâmetros, muitos já discutidos em vários posts aqui: ruído do motor (o quanto a Ferrari investiu para chegar na música que emite hoje), trocas de marcha feitas manualmente, automatizados, dupla embreagem, cheiro de gasolina, de lenha, aquela mistura de materiais a alta temperatura dos discos de embreagem, das pinças de freio, dos pneus que invade nossas narinas depois de uma volta quente num autódromo, enfim... Não querendo ser apocalíptico, o que sobraria disso no dia que os elétricos tomarem conta? E o Ogro do planalto? Faço um encomenda de V-8 antes que acabe, ou espero ele aparecer com uma adaptação de motor elétrico num Opala? Deus me livre!!! Mais provável, seria ele telefonar dizendo que acabou de instalar um 350 sbc (small block) num elétrico ou ex-elétrico, para alegria do dono...
CZ