google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
O sucesso do Ford Thunderbird nos anos 50 gerou um filhote alemão. A Auto Union, que precisava aumentar suas vendas, preparou um baby Thunderbird popular DKW. Porém, no seu lançamento em 1958 foi adotada a marca Auto Union, de maior prestígio. Nasceu o 1000 Sp (Sport).

O modelo das fotos é um 1960, do Eduardo Pessoa de Mello. As fotos foram feitas para a Car and Driver, assim como o texto do Arnaldo Keller. Infelizmente nesse dia não tive como dirigir o Sp.
A linhas do carrinho são atraentes mas de certa forma não ficam tão bonitas num carro pequeno. É estranho ver esses rabos de peixe num modelo alemão. Um detalhe que gosto é o recorte dos para-lamas traseiros encobrindo parte das rodas.

Quem tiver interesse de saber a história completa pode dar uma olhada no link: Auto Union 1000 Sp 1960.


O T603, fabricado pela Tatra até 1975


No Salão de Los Angeles de 2007, a empresa francesa Faurecia Interiores apresentou algo inédito. A modernização de um carro de projeto antigo, o Tatra 603, um carro checo de motor V-8 traseiro refrigerado a ar, que faz a alegria de quem gosta de carros diferentes.


O V-8 refrigerado a ar.
foto: Wikimedia


O carro usado para o trabalho foi fabricado em 1973, e todas as áreas onde a Faurecia Interiores atua foram alvo de criação de novos componentes. Isto abrange painel de instrumentos e de acabamento de portas, bancos, todos os revestimentos internos conhecido popularmente como tapeçaria e as tão importantes coberturas de airbags, peças pouco notadas pelo consumidor, mas que requerem muitas horas de trabalho para serem aprovadas e consideradas seguras.


As modificações foram extensas, inclusive alterando a estrutura do carro, como podemos ver pela coluna "B" (central) removida. Além disso, as portas traseiras passaram a ser do tipo suicídio, abrindo para trás. A coluna "C" foi deslocada 100 mm para trás.

A aparência é espetacular. Um carro de design antigo, apesar de bastante moderno para a época em que foi lançado (1956), com todo um interior de moderna tecnologia, inclusive com itens ainda e serem adotados em produção, como o apoio de braço da porta regulável, tanto manualmente como por assistência elétrica. O assento do banco do motorista sobe quando se abre a porta, facilitando entrada e saída.



Apesar de não ser novidade, o assoalho móvel, tipo gaveta, do porta-malas (onde está o motor no carro original), que facilita muito a movimentação de bagagens, foi incluído nesse carro, fruto de um trabalho muito bacana de um tipo de empresa conhecido como sistemista, que tem como característica auxiliar as fábricas de automóveis com projetos completos, desafogando os departamentos de engenharia dos fabricantes.
JJ

Ao que a olhos de muitos parecia impossível, aconteceu. Ontem o Conselho da VW autorizou a integração da Porsche, que passará a ser sua décima marca. Um passo adiante do acordo selado em 23 de julho deste ano, que levou o cargo do Sr. Wendelin Wiedeking, CEO e Holger Haerter, o seu braço direito, diretor financeiro, juntos. Vejam os detalhes dessa complexa operação financeira e seu conseqüente desastre, no texto do Marco Molazzano. Maiores detalhes dos possíveis desdobramentos familiares, junto com parte histórica da empresa, virão do MAO, mais adiante.


Esse talvez tenha sido o maior revés na história da Porsche, que é a perda da independência como companhia, a despeito dos press-releases apontarem que a autonomia permanece (a-hã...). Ironia do destino, até poucos meses antes, a empresa acumulara caixa suficiente para comprar não só a sua independência, como também para "comprar a independência" da VW de qualquer tentativa de aquisição hostil no mercado acionário alemão. Aliás, essa foi a alegação oficial, quando aportou 3,243 bilhões em ações ordinárias da VW em 25/09/2005 (astronômicos R$ 8,855 bilhões!!!). Seguiu aportando com seus lucros operacionais, mais compras de ações da VW... Obviamente havia por trás dessa ação, nada ordinária, e das que se seguiram, muito mais interesses envolvidos, como veremos mais adiante.


Ferry Porsche (centro), o Prof. Ferdinand Porsche (dir.) e o Porsche 356 nº1. Eles jamais imaginariam que sua empresa fosse depender de SUVs. À esquerda, Erwin Kommenda, o aerodinamicista.



A história da Porsche, nos seus sessenta e um anos como companhia, já tivera outros percalços. Da outrora pequena fabricante de carros esportivos, teve no modelo 911 e suas variantes o carro-chefe de vendas por quatro décadas, cedo perceberam que somente uma família de produtos não seria suficiente para assegurar um futuro estável, no longo prazo, capaz de dar-lhe saúde financeira suficiente para enfrentar as oscilações dos mercados, novos concorrentes e, ao mesmo tempo, seguir satisfazendo os seus clientes, em lhes oferecendo o topo de tecnologia em automóveis esportivos, superlativos em performance, refino técnico, capazes de servir como carros de pista e de uso diário ao mesmo tempo.





O Porsche 356/1, em cores

As lições tiradas desses percalços, fossem originados de quedas de vendas causadas por ciclos econômicos, como dos insucessos mercadológicos de outros produtos não menos memoráveis, com os 914/924, 944, 928, fizeram da empresa mais rigorosa em seu planejamento estratégico e deram-lhe a obrigação de crescer.



Da última crise, no início da década de 90, linhas de produtos adicionais foram criadas, desta vez, mais bem-sucedidas. O Boxster, lançado em 1996 e celebrado por seus dotes dinâmicos mais equilibrados que o 911, foi posicionado como o Porsche de "entrada", começando em US$ 48 mil (MSRP EUA, ou Manufacturer Suggested Retail Price), a faixa de preço menor lhe rendendo uma competição muito mais acirrada, ou seja, menos preço não trouxe maiores volumes mas, sim, margens menores. Em 2002 veio o Cayenne, que não só torceu o nariz de muitos entusiastas e admiradores da marca, como também, mais tarde, ocupou a posição de "champion mix", desbancou o 911 em volume de produção (tabela abaixo). Os novos produtos não se limitaram a buscar mais compradores de carro de corrida de rua de menor poder aquisitivo, como também com outras preferências.
Um Cayenne V-6, 293 cv para quase 2 toneladas, tem aceleração de zero a 100 km/h em quase 8 segundos, fica atrás de uma infinidade de carros não esportivos. Seu preço de US$ 45.500 (MSRP EUA) foi situado abaixo do Porsche de entrada, o Boxster, e essa configuração ficou com quase 50% do mix de produção do Cayenne. Seguramente, o direcionamento de produto deixara de ser performance Premium em segmentos Premium e volume de vendas passara a ganhar uma importância impensável para os que começaram a Porsche e insuportável para uma legião de fãs e até a funcionários graduados da casa.


Porsche Cayenne V-6 em uso menos nobre para um esportivo

No exercício fiscal 2007/08 (começa em 1º de agosto e termina em 31 de julho do ano subsequente, vejam relatório no link), a Porsche superou os 105.000 carros produzidos. Foram 48.497 Cayenne, 34.303 ex-carros chefes 911 e 22.356 Boxster/Cayman. O relatório também aponta um lucro operacional recorde e um não operacional exorbitante, aliás, a peça-chave para concluírem seus objetivos de compra da VW, que o MM explicou. Faltou um pelo para conseguirem.



Há disponível no site da empresa o relatório de junho deste ano (link jun’09), antes da fatal virada de mesa, eles tratando a VW como uma de suas marcas, a Scania também, inacreditável. Mas já apontavam a queda nos seus mercados e que tombo! Vendas em euros, -15%, Cayenne, -25,1%, 911s -18,2%, Boxster/Cayman, -46,7%! EUA e Alemanha, que respondiam por quase 50% de suas vendas, haviam caído 30,1% e 18,7% respectivamente. Números dos primeiros nove meses do exercício fiscal 2008/09, comparados com mesmo período 2007/08. Um verdadeiro chute nas suas pretensões e no pau da barraca.
Pensemos bem, como se estivéssemos trabalhando na empresa, quem em sã consciência, se veria capaz de convencer o "board" a voltar a fazer somente carros esportivos, aliás, ainda o seu core business, que está não só em seu DNA como no seu nome? Mais um pouco a divisão financeira ganharia proporções semelhantes a bancos que se especializaram em trabalhar com capitais especulativos... E que foram considerados chaves no mal econômico que afligiu o mundo a partir de setembro de 2008. A riqueza gerada por especulação de capitais de risco não pode ser considerada gerada, mas transferida, está tirando de alguém, ou milhões de alguens, mesmo assim irresistível para muitos, até para a Porsche... Muito se escreveu sobre o futuro possível da agora décima divisão da VW.
Considero a maioria do que li mera especulação verbal, há boas informações de insiders, mas desconhecemos o que ficou do lado de dentro, como farão para reverter a encrenca que se meteram e o que estão tentando. O que podemos estimar, com grande chance de acerto, é que, como típico fabricante de automóveis alemão e estes especificamente dignos da marca que carregam por seis décadas, seguirão se esmerando em fazer produtos de elevado refino técnico. A linha Cayenne será renovada; os 911 seguirão evoluindo após ultrapassarem a perfeição que faz tempo; Boxster/Cayman também. Perfeccionismo seguirá sendo sua missão e valor principal.



O Panamera começou sua produção no último semestre, as estimativas de vendas ficam na casa das 20 mil unidades anuais. O bom do Panamera é que não há nenhum V-6 ou 4-cil. para ele, por enquanto... Ou seja, aparentemente, esta nova linha de produtos está direcionada a fazer Porsches de verdade, com somente um pouco mais de espaço para pernas aos ocupantes do banco traseiro. Nada mau.

CZ

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Análise Marco Molazzano

Vinte e cinco de setembro de 2005. A Porsche começa a comprar ações da VW. O preço de mercado é cerca de € 41. Quando ultrapassa 30% de participação, em abril de 2007, é obrigada a fazer uma oferta pelas outras ações da VW. Aparentemente mera burocracia e o discurso é que a Porsche gostaria de proteger a VW de uma compra hostil (hostile takeover) por um fabricante ou fundo de investimento estrangeiro. A oferta não é aceita por ninguém e a Porsche mantém seus 30%.

A Porsche começa a levantar enormes empréstimos pra fazer essa operação e as próximas.
Rápida explicação: o Estado da Baixa Saxônia (o Estado alemão onde fica a sede da VW) possui 20% das ações da VW desde 1940. Na Alemanha, a lei diz que uma empresa assume controle total de outra quando ultrapassa 75%, através de um contrato específico. Esse contrato, denominado Contrato de Controle e Transferência de Ganhos e Perdas (Domination and Profit and Loss Transfer), dá acesso ao controle financeiro da empresa. Nesse Estado alemão, existe uma lei (chamada de Lei VW) que exige mais de 80% para que isso ocorra. Obviamente dá a proteção desejada devido aos 20% que são propriedade do Estado local.

Note, uma coisa é ter mais de 50% e ter poder pra trocar diretores e influenciar a empresa no longo prazo. Outra é acessar TUDO, inclusive o caixa da empresa. Nessa situação, os
10 bilhões do caixa da VW eram a jóia da coroa. Voltando à operação, em março de 2008 o Conselho de Administração da Porsche autoriza sua divisão financeira a aumentar a participação para mais de 50%. Começa a parte mais engenhosa da operação. A Porsche não comprou apenas ações no mercado à vista, mas fez vários contratos de opções com bancos e fundos hedge (equivalente aos nossos multimercados). Nesses contratos, ela fixava preço e data de exercício, mas ainda exigia que se votasse conforme suas intenções caso isso fosse necessário.

Ou seja, ela não aparecia como virtual controladora para quem olhasse de fora, mas em um certo momento as ações seriam dela, a um preço já fixado.
Em outubro de 2008 (quando estourou a atual crise global), a Porsche declarou que tinha ações ou opções de ações que somavam 74% da VW. O preço das ações da VW ultrapassa € 1.005 (note, era € 41 no começo desta operação). Por 1 dia, a VW foi a empresa mais valiosa do mundo (é a 14ª em condições normais), posto normalmente ocupado por uma das gigantescas empresas petrolíferas Exxon ou Shell. A Porsche divulga um balanço anual digno de um banco de investimento. Lucro de 1 bilhão do negócio de vendas de carros e 6 bilhões de lucros financeiros.

Muito se discute que os contratos que a Porsche fez com vários bancos e fundos do mercado levou-os a comprar ações na Bolsa alemã, para se proteger em caso de aumento de preços. Oras, 20% nunca são negociados (do Estado), A Porsche possui algo entre 30% e 49% (ela só precisa divulgar ao ultrapassar 50%), pouco sobrou no mercado, principalmente porque a ação continuava a subir sem motivo real pra isso, com a crise global já detonada! Acusações de manipulação de mercado começam, principalmente porque muitos apostavam que a ação da VW deveria cair, como TUDO estava caindo no mundo àquela época.


Em janeiro de 2009 a Porsche declara que possui 50,8% das ações da VW e começam a divulgar que ela é a nova controladora da empresa. Ela já havia entrado com uma ação em um tribunal europeu contra a tal Lei VW já imaginando alcançar 75% em breve (a lei, de fato, caiu pouco depois, pois um Estado não tem poder de fazer uma lei que conflite com uma lei federal, neste caso, as leis da comunidade européia). Nesse momento, o nível de empréstimos seria brutal e os 10 bilhões de caixa da VW seriam cruciais para desmontar toda essa operação. Um mega investidor do Qatar é envolvido pra garantir o empréstimo que falta para concluir a operação. Chegam a divulgar, em março de 2009, que possuem mais
10 bilhões em empréstimos garantidos para comprar mais ações da VW.

Mas a história não era bem essa. Os bancos começaram a exigir o pagamento dos empréstimos dados à Porsche devido à crise e falta de liquidez global. A Porsche inicia conversas com a VW para uma fusão, ao invés de compra. Mas reuniões entre executivos da Porsche e VW não evoluem. A postura dos executivos da Porsche é de quem já ganhou a guerra e chegam a causar revolta no pessoal da VW.
Finalmente as conversas cessam e até o investidor do Qatar agora está alinhado com a VW de Piëch e faz uma oferta pelas ações da VW que a Porsche possui.

Em 23 de julho, o CEO e o CFO (presidente executivo e diretor financeiro) da Porsche caem. A Porsche anuncia um balanço igualmente ínédito, com perdas financeiras de
6,6 bilhões (vem fácil, vai fácil). Hoje a VW controla a Porsche, já divulga planos de mudanças em várias linhas de carros para o futuro... E as ações voltaram a valer razoáveis € 95. Mas no mínimo é interessante notar que que Piëch, neto de Ferdinand Porsche, fez carreira na VW, pois nenhum membro desse lado da família trabalha mais na empresa do avô (apesar de manter ações da Porsche). E agora Piëch controla ambas...

MM

Relatório financial performance link 07/08


Celso Pitta (1946-2009)
Foi ele. Deve ter ficado de olho grande com o rodízio ambiental  imposto pela Cetesb em 1996/1997/1998 na região da Grande São Paulo, de maio a setembro, das 7h00 às 20h00, e resolveu fazer o dele, o do município. Mandou o projeto de lei para a Câmara Municipal, onde os vereadores lambe-sacos aprovaram-no sem pestanejar. Estava dada a autorização para o Executivo implementar  a "Operação Horário de Pico", nome que sugere suprema gozação. Quando mais se precisa do carro, não se pode usá-lo. A "Operação" objetivou reduzir congestionamentos...Na época o presidente da CET, Nelson Maluf El-Hage, disse que o rodízio não traria problemas para a população. Era só as pessoas mudarem seus horários! Essa eu ouvi no rádio.
Se existe Comissão de Constituição e Justiça na Câmara de Vereadores, o livro das regras nem aberto foi. Aos municípios compete restringir a circulação somente quando se tratar de reduzr a emissão global de poluentes. Está no Código de Trânsito Brasileiro, lei federal n° 9.503 de 23/9/97, no art. 24 inciso XVI. Antes de o rodízio ser criado não houve nenhum alerta ambiental que requeresse redução de tráfego (tampouco no rodízio da Cetesb, totalmente desnecessário também; tanto que acabou em 1998).
Quando o vivaldino do Celso Pitta inventou o rodízio, a frota paulistana era de 3,5 milhões de veículos. Hoje é de 6,5 milhões -- e o esquema do rodizío permance intocado com apenas 20% de vias a mais, se tanto. Algo não bate, evidentemente.
O que bate, isso sim, são as moedas caindo aos borbotões nos cofres da prefeitura de São Paulo. É o maior faturamento com multas no município. Não admira que Marta "Martaxa" Suplicy o tenha mantido, o mesmo fazendo a locupletada dupla José "Fujão" (para o Chile) Serra/Gilberto "Taxab" Kassab. São 12 anos de vergonha para os paulistanos. Como devem rir de nós, os bobos do Brasil, nas outras cidades.
Entre no site WebMotors e veja os anúncios de carros. O final da placa é sempre informado. Este dígito pode atrapalhar um negócio, pois o "rodiziomóvel" é um fato consolidado entre nós. Não existe nada mais ridículo.
A inconveniência do rodízio fala por si só. Imagine o cidadão que viajou e deixou o carro no aeroporto. Na viagem de volta o voo atrasou e chegou no horário proibido do carro. Solução: deixar o carro e buscá-lo mais tarde. Se o aeroporto for o de Cumbica e o cara morar em Santo Amaro...
Ou então o sujeito atravessou a cidade para chegar ao trabalho, uma hora mais cedo por causa do rodízio, e em seguida a mulher liga para ele vir para casa correndo porque o filho se machucou. Ou o chefe manda ele fazer alguma coisa de caráter profissional após as 17 horas e o carro está no dia proibido.
Não dá. Isso é espelho da insegurança jurídico-legislativa por que estamos passando e que pelo andar da carruagem só tende a piorar.
Por tudo isso, o inventor do rodízio já vai tarde. Pode ser um pensamento desumano, mas ninguém tem o direito de prejudicar a vida de milhões de pessoas e ficar por isso mesmo.
BS