google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)


Partindo do pressuposto que um Lotus Seven e seu sucessor técnico e espiritual Caterham Seven, como sendo o carro mais básico que pode existir para um entusiasta dos esportivos, chegamos, após breve análise, à conclusão que o Land Rover Defender é idêntico ao Seven, apenas com a adição de terra.
O Seven e o Defender são similares em muitas características que podem ser chamadas de subjetivas, apesar de serem totalmente antagônicas:
- britânicos;
- de projeto muito antigo;
O Defender foi o primeiro Land Rover, se chamava Series I, quando foi apresentado em 1948. O Lotus Seven começou a ser vendido pela empresa de Colin Chapman em 1957, como kit desmontado, ou como carro pronto.

- espartanos;
O Defender atual conta com amenidades de conforto como ar-condicionado, vidros elétricos e até mesmo controle de tração. E isso me deixa preocupado. Mas ainda é bastante tosco, e como os ingleses dizem, de comportamento agricultural, pois sua condução se assemelha à de um trator no campo. Já o Seven é um kart com carroceria, e com algum esforço, tem um rádio. O primeiro modelo, o S1, tinha os limpadores de pára-brisas como opcional, imaginem.
- deixam entrar água de chuva com relativa facilidade;
Capota e janelas de plástico flexíveis no Seven, sem nem mesmo uma opção de algo mais sólido e assentado em guarnições de borracha, como fibra-de-vidro, por exemplo, garantem que uma boa chuvada vai mesmo molhar o interior. No Defender, apesar de todas as melhorias com o passar dos anos, ainda não se pode confiar cegamente em deixar algo importante no assoalho interno. Seja junto aos bancos, seja no compartimento de carga. Pelo menos ele possui umas frestas estratégicas para deixar a água sair.

- focados em uma missão apenas;
Seven: ser dirigido para diversão. Defender: andar com facilidade onde não há calçamento. Não são carros homogêneos, que fazem diversas coisas com relativa tranquilidade. São exatamente o contrário: ótimos para uma finalidade apenas.
- problemas básicos decorrentes da antiguidade de projeto;
O Seven é pequeno por dentro, pouquíssimo confortável, sem acessórios de conforto e entretenimento, a segurança passiva é hedionda, e nem se cogita pensar em acidente quando se dirige um. É melhor se concentrar em evitar problemas, porque, se bater, vai machucar.
O Defender tem posição de dirigir que deixa o motorista todo desalinhado entre volante, bancos e pedais. Os limpadores de pára-brisas tem funcionamento irregular, mesmo quando o carro é pouco usado, tem pedal de embreagem pesado na operação, alguns pontos críticos de vazamento de óleo da transmissão, como a caixa de transferência, e sua carroceria, na maior parte feita em chapa de alumínio, amassa muito facilmente.
- denotam a vida simples desejada por muita gente, trazendo uma tranquilidade relativa ao dono. Se o feliz usuário de um desses carros não se incomodar com os problemas já mencionados, e aproveitar o que eles tem de melhor, irá se sentir muito bem, com uma paz de espírito dificilmente igualada. Mas poderá inventar para si um inferno pessoal, se quiser, por exemplo, fazer a compra do mês com o seven, ou viajar em uma estrada asfaltada que sobe serras, em um Defender. Definitivamente, não são para isso.
- são apaixonantes;
Por incrível que possa parecer para quem não é entusiasta de nenhum desses carros, há pessoas fanáticas por eles. Quem entende um carro como uma exibição de tecnologia, como mostruário de bens de alto preço, como show de sempre o mais novo é melhor, se arrepia e considera ridículo o comportamento de gente exaltando as características desses dois museus que se movem. Por isso mesmo são importantes: a maioria não os entende.
Dois carros de história extensa e grande importância. Quero os dois.
JJ





Não muito tempo atrás li em algum lugar que não me recordo uma breve história sobre corridas náuticas dos anos 20 e 30. Alguns dos grandes nomes da história do automóvel já foram relacionados com outras formas de esporte a motor.

Harry Miller, um gênio dos motores a combustão interna e de grandes carros que fizeram história em Indianápolis e afins, certa vez já trabalhou com barcos. Em 1927 ele construiu três exemplares de um V-16 de 10-litros em alumínio com duplo comando, que foram utilizados em barcos de corrida da classe Gold Cup. Na sua configuração original, o motor produzia 425 cv, mas um deles foi adaptado para sobrealimentação e produzia mais de 1000 cv.

Com o tempo, um dos motores que sofrera danos por uma quebra de biela, foi alterado para a nova capacidade de 12-litros e teve o compressor revisado, aumentando ainda mais a potência.

Hoje mais do que raríssimos, estes motores são obras de arte das competições náuticas. Sr Miller, como sempre, se superando a cada nova empreitada.

Por uma limitação do Blogger, onde está o AUTOentusiastas, toda vez em que se clica numa foto para abrí-la, ela abre na mesma janela já aberta. Aí quando voltamos a página para continuar lendo o post a página sempre volta para o topo. Então temos que ficar rolando as páginas até a parte do texto onde paramos. Percebi isso no longo post do Mercedes SLS. Isso é muito chato!

Então minha sugestão para visualizar as fotos em tamanho maior é clicar sobre a foto com o botão direito do mouse e selecionar a opção "abrir link em uma nova janela". Assim para voltar ao texto após ver a foto ampliada basta fechar a nova janela.

Pode parecer uma dica tola. Mas acho que pode ajudar muitos leitores. Faça o teste na foto abaixo.


Atualização

O nosso assíduo leitor, Marlos Dantas, e o Marcelo deram dicas complementares. Obrigado.

Marlos - "Uma outra é que usuário do Internet Explorer 7 ou 8 pode clicar com o botão direito e selecionar "Abrir link na nova guia" e a foto se abrirá numa outra guia da mesma janela. Para usuários dessas versões do Internet Explorer que tenham mouse com scroll (roda para rolar a página), é so clicar com a roda, pois ela funciona como um terceiro botão, aí a foto abrirá automaticamente numa nova guia, sem ter que fazer todo o processo com o botão direito. Sempre faço assim quando tenho que abrir um link e não quero fechar a página de origem."

Marcelo - "Mas se usar o Firefox desde a versão 1 é só clicar na foto apertando a tecla CTRL que automaticamente já abre em outra aba"

Essas dicas valem para também para abrir links, nos dois programas.

Symbol

Fiquei quase uma semana com o Renault Symbol, motor de 1,6 litro e cabeçote de 4 válvulas por cilindro. Pouco há o que acrescentar à avaliação do Bob Sharp, porque o camarada é “sharp” mesmo e dele não escapa nada.


Mas dessa vez escapou, porque acho que ele se esqueceu de comentar sobre o banco traseiro. Eu, como sou preguiçoso, coloquei minha mulher pra guiar, com minha filha a seu lado, e me mandei pro banco de trás. Pra entrar atrás já meti uma cabeçada na borda da capota – cabeçada mesmo, de lado – e olha que sou de estatura mediana, 1,80 m, e não sou destrambelhado.


Sentado, ficava com a cabeça encostada no teto. É uma pena esse inconveniente, pois o carro é delicioso de guiar. Muito macio e silencioso. Parece um cadillaquinho de tão confortável para quem vai na frente. Quem quiser bom espaço no banco traseiro, e quiser um carro da marca, que opte pelo Logan, que é imenso atrás. O pecado do Symbol é esse.

Mas seu isolamento acústico e a boa suspensão são suas qualidades mais marcantes. Vale notar que os carros da marca, Logan, Sandero, Clio, Mégane, todos têm suspensão de primeira, que aliam o conforto à boa estabilidade.

Esse motor é dos bons. Muito elástico, bom de giro e de funcionamento liso. Anda pra burro e é bom de torque. Saindo com calma e no plano, a gente pode pular marchas (como disse, sou preguiçoso). No plano, basta levar o giro a 4 mil rpm, que, ao pularmos a marcha, a seguinte já entra na faixa de bom torque do motor. No plano e em 4ª marcha, a 1.800 rpm, basta uma acelerada que ele responde de pronto e acelera decidido. Isso é conforto, assim como é conforto suas marchas serem bem escalonadas e longas, adequadas à boa elasticidade do motor, e isso evita muitas mudanças.

A alavanca de câmbio é um pouco pesada, não prazerosa, e isso se deve ao acionamento por varão, como bem notou o Bob. Mas o estranho é que o Clio tem o mesmo sistema e o dele é bem mais leve. O Symbol é tão gostosinho de guiar, tão jeitosinho, que merecia que o acionamento fosse por cabos para que o ato de cambiar fosse um prazer, assim como o é com o Mégane.

O volante tem regulagem de altura e seria ótimo que tivesse também de distância. Gostei que ele e não é leve demais. Tem o peso certo e não é excessivamente rápido. Carro com direção rápida demais é bom pra pista, mas é chato para o dia a dia.


Procurei onde engatar meu pendrive pra colocar as músicas que minha filha grava pra mim, mas não encontrei. Hoje em dia isso é um mimo que não custa nada oferecer, pois é só um par de fios e um encaixe USB, e usar pendrive e aipóde é bem mais prático. Mas que o som de fábrica é bom, é.

O Symbol forma um ótimo conjunto para quem quer um carro pequeno, silencioso, com suspensão macia e confortável. Tanto é que merecia ter câmbio automático, ou mesmo o automatizado, como opcional, pois tem motor de sobra pra isso e atenderia o motorista que deseja o que o Symbol oferece no geral: conforto para o motorista.

Clio

Em seguida, deixando o Symbol, peguei um Clio Campus. O Clio só vem com o motor 1-litro de 16 válvulas, flex. E que motorzinho! Capetinha. Com álcool produz 77 cv a 6.000 rpm e 10,2 mkgf de torque a 4.250 rpm. Esse, sim, é ainda mais silencioso e suave. Marcha-lenta a 500 rpm, o que mostra quão bem balanceado vem de fábrica. Por barbeiragem, deixei-o morrer e em seguida dei a partida duas vezes, sendo que ele já tinha pegado na primeira, ou seja, da segunda vez dei a partida com ele ligado, pois não percebi o seu funcionamento.


Sua pegada vem a partir das 3.500 rpm, que é quando ele fica macho e vai rapidinho às 6.000. Mas mesmo em giro baixo o motorzinho macho de 1-litro tem potência suficiente para acelerar com esperteza. É interessante notar que, apesar dele ter quatro válvulas por cilindro, ele tem um só comando. Uma interessante e eficiente simplificação na engenharia.


Pesei-o e, apesar do manual dizer que o modelo pesa 1.025 kg, ele pesou 935 kg com tanque de combustível cheio. E o “meu” tinha ar condicionado e tudo, daí que este é o mais pesado. Portanto, é um carro leve, 935 kg, e isso é bom. No eixo dianteiro, com motorista a bordo, recai 60% do peso, o que não é mau para um carro com motor e tração dianteiros. Convém que corrijam o manual do carro.

As marchas são curtas, como devem ser para que o motor seja mantido cheio, e as trocas de marcha são relativamente leves e confortáveis.

Não medi o gasto de combustível, mas ele me pareceu bastante econômico. Só usei álcool.

Viaja muito bem, mesmo com quatro pessoas a bordo, pouca bagagem e ar condicionado ligado. A 120 km/h o giro está em 4.200 rpm e seu funcionamento suave e silencioso tornam essa velocidade muito agradável. E ele pede mais. Notei que ele poderia viajar a 130 ou 140 km/h com tranquilidade, sem forçar o motor. Muito estável na estrada.

Nas curvas é show. Mergulha nelas com vontade e as faz com equilíbrio, bem apoiado, com pouca tendência de sair com a frente, muito pouca. Um carro realmente entusiasmante, o que prova que não é necessário assim tanto motor para que um carro dê prazer a quem sabe guiar.

Suspensão macia na cidade. Encara a buraqueira de São Paulo na boa e nos dá conforto no meio dessa pedreira. Na verdade, como gosto das ferramentas certas para cada tarefa, depois de uma semana com o Civic Si, outra com o Renault Symbol e esta agora com o Clio, por incrível que pareça acho que vou sentir mais falta é do Clio, apesar dele ser o que tem o motor mais fraquinho, ser o menorzinho e coisa e tal.

O que falta é a regulagem de altura e distância do volante, pois quando me ajeito nas pernas não alcanço direito o cimo do volante (e não venham dizer que sou um cara torto, desproporcional, porque minha mãe me disse que tá tudo certo comigo e que o defeito é do carro e quero ver e Renault encarar a minha mamãe).