google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Symbol

Fiquei quase uma semana com o Renault Symbol, motor de 1,6 litro e cabeçote de 4 válvulas por cilindro. Pouco há o que acrescentar à avaliação do Bob Sharp, porque o camarada é “sharp” mesmo e dele não escapa nada.


Mas dessa vez escapou, porque acho que ele se esqueceu de comentar sobre o banco traseiro. Eu, como sou preguiçoso, coloquei minha mulher pra guiar, com minha filha a seu lado, e me mandei pro banco de trás. Pra entrar atrás já meti uma cabeçada na borda da capota – cabeçada mesmo, de lado – e olha que sou de estatura mediana, 1,80 m, e não sou destrambelhado.


Sentado, ficava com a cabeça encostada no teto. É uma pena esse inconveniente, pois o carro é delicioso de guiar. Muito macio e silencioso. Parece um cadillaquinho de tão confortável para quem vai na frente. Quem quiser bom espaço no banco traseiro, e quiser um carro da marca, que opte pelo Logan, que é imenso atrás. O pecado do Symbol é esse.

Mas seu isolamento acústico e a boa suspensão são suas qualidades mais marcantes. Vale notar que os carros da marca, Logan, Sandero, Clio, Mégane, todos têm suspensão de primeira, que aliam o conforto à boa estabilidade.

Esse motor é dos bons. Muito elástico, bom de giro e de funcionamento liso. Anda pra burro e é bom de torque. Saindo com calma e no plano, a gente pode pular marchas (como disse, sou preguiçoso). No plano, basta levar o giro a 4 mil rpm, que, ao pularmos a marcha, a seguinte já entra na faixa de bom torque do motor. No plano e em 4ª marcha, a 1.800 rpm, basta uma acelerada que ele responde de pronto e acelera decidido. Isso é conforto, assim como é conforto suas marchas serem bem escalonadas e longas, adequadas à boa elasticidade do motor, e isso evita muitas mudanças.

A alavanca de câmbio é um pouco pesada, não prazerosa, e isso se deve ao acionamento por varão, como bem notou o Bob. Mas o estranho é que o Clio tem o mesmo sistema e o dele é bem mais leve. O Symbol é tão gostosinho de guiar, tão jeitosinho, que merecia que o acionamento fosse por cabos para que o ato de cambiar fosse um prazer, assim como o é com o Mégane.

O volante tem regulagem de altura e seria ótimo que tivesse também de distância. Gostei que ele e não é leve demais. Tem o peso certo e não é excessivamente rápido. Carro com direção rápida demais é bom pra pista, mas é chato para o dia a dia.


Procurei onde engatar meu pendrive pra colocar as músicas que minha filha grava pra mim, mas não encontrei. Hoje em dia isso é um mimo que não custa nada oferecer, pois é só um par de fios e um encaixe USB, e usar pendrive e aipóde é bem mais prático. Mas que o som de fábrica é bom, é.

O Symbol forma um ótimo conjunto para quem quer um carro pequeno, silencioso, com suspensão macia e confortável. Tanto é que merecia ter câmbio automático, ou mesmo o automatizado, como opcional, pois tem motor de sobra pra isso e atenderia o motorista que deseja o que o Symbol oferece no geral: conforto para o motorista.

Clio

Em seguida, deixando o Symbol, peguei um Clio Campus. O Clio só vem com o motor 1-litro de 16 válvulas, flex. E que motorzinho! Capetinha. Com álcool produz 77 cv a 6.000 rpm e 10,2 mkgf de torque a 4.250 rpm. Esse, sim, é ainda mais silencioso e suave. Marcha-lenta a 500 rpm, o que mostra quão bem balanceado vem de fábrica. Por barbeiragem, deixei-o morrer e em seguida dei a partida duas vezes, sendo que ele já tinha pegado na primeira, ou seja, da segunda vez dei a partida com ele ligado, pois não percebi o seu funcionamento.


Sua pegada vem a partir das 3.500 rpm, que é quando ele fica macho e vai rapidinho às 6.000. Mas mesmo em giro baixo o motorzinho macho de 1-litro tem potência suficiente para acelerar com esperteza. É interessante notar que, apesar dele ter quatro válvulas por cilindro, ele tem um só comando. Uma interessante e eficiente simplificação na engenharia.


Pesei-o e, apesar do manual dizer que o modelo pesa 1.025 kg, ele pesou 935 kg com tanque de combustível cheio. E o “meu” tinha ar condicionado e tudo, daí que este é o mais pesado. Portanto, é um carro leve, 935 kg, e isso é bom. No eixo dianteiro, com motorista a bordo, recai 60% do peso, o que não é mau para um carro com motor e tração dianteiros. Convém que corrijam o manual do carro.

As marchas são curtas, como devem ser para que o motor seja mantido cheio, e as trocas de marcha são relativamente leves e confortáveis.

Não medi o gasto de combustível, mas ele me pareceu bastante econômico. Só usei álcool.

Viaja muito bem, mesmo com quatro pessoas a bordo, pouca bagagem e ar condicionado ligado. A 120 km/h o giro está em 4.200 rpm e seu funcionamento suave e silencioso tornam essa velocidade muito agradável. E ele pede mais. Notei que ele poderia viajar a 130 ou 140 km/h com tranquilidade, sem forçar o motor. Muito estável na estrada.

Nas curvas é show. Mergulha nelas com vontade e as faz com equilíbrio, bem apoiado, com pouca tendência de sair com a frente, muito pouca. Um carro realmente entusiasmante, o que prova que não é necessário assim tanto motor para que um carro dê prazer a quem sabe guiar.

Suspensão macia na cidade. Encara a buraqueira de São Paulo na boa e nos dá conforto no meio dessa pedreira. Na verdade, como gosto das ferramentas certas para cada tarefa, depois de uma semana com o Civic Si, outra com o Renault Symbol e esta agora com o Clio, por incrível que pareça acho que vou sentir mais falta é do Clio, apesar dele ser o que tem o motor mais fraquinho, ser o menorzinho e coisa e tal.

O que falta é a regulagem de altura e distância do volante, pois quando me ajeito nas pernas não alcanço direito o cimo do volante (e não venham dizer que sou um cara torto, desproporcional, porque minha mãe me disse que tá tudo certo comigo e que o defeito é do carro e quero ver e Renault encarar a minha mamãe).





Quando eu era pequeno, ganhei um autorama usado de um amigo de meu pai cujo filho havia falecido. Triste.
O fato é que um dos carrinhos eu demoraria uns bons anos para saber do que se tratava: um Cheetah.
Agora há pouco um amigo me lembrou do Cheetah Continuation Collectible, fabricado pela empresa BTM, que retomou em 2006 o que a empresa incendiada de Bill Thomas parou de fazer em 1965, após apenas 23 unidades produzidas, movida pela necessidade imperiosa de derrotar o Shelby Cobra com trem de força Ford.
Em 1964, sem chegar às 100 unidades produzidas para poder ser inscrito no campeonato do SCCA (Sports Car Club of America), os Cheetah venceram 11 corridas em categorias menores, mostrando que os 200 kg a menos que o Cobra eram mesmo ameaçadores.
Em uma manobra de bastidores, o regulamento do campeonato principal do SCCA foi modificado para 1965, subindo para 1000 unidades o número mínimo necessário para um modelo participar.
Piorando a situação de Bill Thomas, um incêndio destruiu a fábrica, e a Chevrolet, com interesse em promover o Corvette, retirou o apoio que dava ao empreendimento.
O Cheetah foi mostrado pela revista Hot Rod na edição de agosto de 1964. Esta matéria pode ser encontrada no site da BTM, e detalha bastante o carro original, que eu considero um "carro-motor", já que as dimensões são facilmente percebidas como diminutas olhando-se as fotos, e o motor está bem no meio do carro, para uma distribuição de massas equilibrada. O entre-eixos é de apenas 2,28 m, e o peso em ordem de marcha, 704 kg.

O motor não poderia deixar de ser um Chevrolet small block, começando com o 327 polegadas cúbicas lá na década de 60, e agora, o muito conhecido e super-simples 350.
Há mesmo carros que são eternos, mesmo sendo torturados pela história.
JJ
Mesmo em meio a crise e a onda verde o último salão de Frankfurt foi palco de lançamentos de superesportivos impressionantes. Os três principais foram o novo McLaren MP4-12C (que já comentamos aqui), o Ferrari 458 Italia e o Mercedes Benz SLS AMG. Isso nos mostra que nem tudo está perdido para os entusiastas, mesmo que seja improvável que eu coloque minhas mãos em algum desses 3 modelos.

Mas enquanto esse dia não chega posso continuar sonhando ao falar um pouco sobre eles.

Acho que a Mercedes deve ter iniciado o projeto do SLS se perguntando como fazer um carro a altura do Mercedes McLaren SLR. Aí olharam para o passado e buscaram inspiração em um de seus maiores ícones. Apesar da semelhança acho que a Mercedes soube fazer um novo carro com personalidade própria, sem ser uma cópia modernizada do 300 SL.

300SL 1955 e SLS AMG 2010, 55 anos separam os dois animais alados



O contorno da carroceria do SLS com o longo capô, a cabine mais recuada, e a traseira bem curta o remete diretamente ao 300 SL "Gullwing". Mas são as portas "asas de gaivota" que completam a conexão com o passado. Outros detalhes como as saídas de ar nos para-lamas dianteiros e a grade frontal com o grande emblema também foram herdados. Ficou faltando os famosos sobressaltos longitudinais no capô do SLS, um detalhe marcante já usado no SLK.


Eaglewing

Fiquei pensando nessa história de Gullwing. Gaivota, por que pensaram numa gaivota e não em outro pássaro? Tá certo; gaivota é um pássaro elegante que voa com classe e adora planar com suas longas asas abertas. Mas não inspira agressividade, agilidade e excitação. Já uma águia teria mais características similares a esses Mercedes. Então, por que não chamar o SLS de Eaglewing, ou asa de águia?



A longa frente deve beirar os 2 metros de comprimento desde a ponta do capô até a base do para-brisa.



As saídas de ar no capô seguem o desenho das saída de ar nos para-lamas dianteiros.



A forma atlética do SLS, musculosa, mas sem ser anabolizada, é suportada por uma leve estrutura de alumínio. Os painéis externos também são de alumínio para manter o carro leve. Para se ter uma idéia, o SLS pesa 1620 kg enquanto o BMW M3, de porte similar, com teto em fibra de carbono e algumas partes da carroceria em alumínio, pesa 1675 kg com uma fração da performance do novo Mercedes.




A estrutura espacial de alumínio pesa apenas 241 kg que representa uma redução da ordem de 50% de uma estrutura feira em aço. A estrutura é composta por paineis, perfis e peças fundidas, além dos reforços no quadro do para-brisa serem feitos de aço para uma maior resistência.



O trem de força é composto por um motor entre-eixos dianteiro com transeixo (caixa mais diferencial) traseiro com um tubo de torque, por onde passa o cardã, ligando os dois. As suspensões são de duplo A na frente e atrás. O peso é distribuído 47% no eixo dianteiro e 53% no eixo traseiro assegurando um excelente comportamento dinâmico.



O motor é o conhecido V-8 de 6,2 litros (que a Mercedes / AMG insistem em dizer que é 6.3), aspirado e com quatro válvulas por cilindro, que gera potência máxima de 571 cv a 6.800 rpm e um torque máximo de 65 kgfm a 4.750 rpm. Essa cavalaria o leva a 317 km/h de velocidade máxima, o acelera de 0 a 100 km/h em 3,8 s e consome 13,2 litros a cada 100 km (7,6 km/l) - dados preliminares.

Para conseguir extrair essa potência do V-8 AMG toda a parte de admissão foi retrabalhada, incluindo as caixas de ar, filtros e dutos.



Na foto abaixo podemos observar o recuo do motor para trás do eixo dianteiro. Repare também no reservatório de óleo à frente do motor.



O motor foi instalado o mais baixo possível para manter o centro de gravidade também o mais baixo possível. Repare na ilustração como a parte mais baixa do motor está na altura do assoalho.


Para conseguir baixar tanto o motor foi necessário a adoção de um sistema de lubrificação do motor com cárter seco, com reservatório instalado à frente do motor. Para garantir uma lubrificação apropriada em curvas de alta velocidade e alta força G existem duas bombas, uma de pressão que envia o óleo para o motor, e outra de sucção que suga o óleo que desce pelo interior do motor e o envia novamente para o reservatório.


A caixa de mudanças segue a tendência e é manual automatizada de dupla embreagem. São sete marchas acionadas apenas por borboletas no volante, ou automaticamente - não existe alavanca de mudanças. O conjunto transeixo ainda possui diferencial autobloqueante mecânico que ajuda a manter a aderência quando se despeja toda a potência nas rodas.



Um tubo de torque também de alumínio (fundido) liga o motor ao transeixo garantindo ao conjunto rigidez torcional e a flexão. Por dentro do tubo passa o eixo cardã que é feito de plástico reforçado com fibra de carbono. A peça tem 1,71 metros, pesa apenas 4 kg e transmite os 65 mkgf de torque do motor para a transmissão.



A suspensão, também de alumínio, é de duplo A tanto na frente quanto atrás.



Os discos de freio podem ser de carbono (cerâmica reforçada com fibra de carbono) como opcional. As pinças têm seis pistões e são pintadas em amarelo/dourado quando os discos são de carbono.



O sistema de direção de pinhão e cremalheira para melhor precisão e possui com assistência progressiva. Esse conjunto dianteiro, direção e os triângulos inferiores, é fixado ao chassi por um sub-frame que melhora o isolamento de vibrações e asperezas e consequentemente aumenta o conforto.



Para aumentar o down force e melhorar a estabilidade há um aerofólio retrátil na traseira que levanta automaticamente ao se atingir 120 km/h.



O interior é elegante e bem simples sem nenhum destaque. O painel é todo revestido de couro.



Os mostradores também são simples, mas contém o "shift-light", leds indicadores de rotação que passam da cor verde para o amarelo e finalmente para o vermelho acusando a necessidade de troca de marcha. Muito útil para tocadas fortes onde os olhos têm que ficar ligados na pista e nos oponentes. O shift-light pode ser "visto" com a visão periférica.



O console central abriga os comandos que mais nos interessam. A pequena alavanca quase não tem utilidade, serve apenas para colocar a caixa em drive ou acionar a ré. O parking é acionado por um botão. Os dois comandos que gostamos são o de modo de atuação da transmissão e o de ajuste do controle de estabilidade.

Existem 5 modos de atuação da transmissão:

C: Controlled Efficiency - otimiza o consumo e o conforto, sempre utiliza a segunda marcha para partir do repouso,

S: Sport - faz as trocas mais rápidas (20%),

S+: Sport Plus - faz as trocas mais rápidas que o Sport (20%),

M: Manual - poderia ser F, de Fun, - faz as trocas ainda mais rápidas que o Sport Plus (10%),

RS: Race Start - autometicamente utiliza aceleração máxima nas arrancadas, ou largadas.

Outro botão divertido é o do controle de estabilidade que serve para ativar, desativar ou acionar o modo Sport.

Existem ainda o botão que retrai ou eleva o aerofólio traseiro e o botão AMG, que ativa todas as regulagens pré-selecionadas dos outros botões em um único toque. Aparentemente o botão AMG não atua na suspensão, resposta do acelerador e assistência da direção (essa informação não foi divulgada). Apenas como curiosidade o botão M do BMW M3 também comanda esse outros ajustes.

O quinto botão mostrado na foto é o de partida do motor.



Termino com uma seleção de outras fotos que eu gostei muito, e gostaria de ter sido o autor.

Está meio em cima da hora mas ainda é possível se programar para comparecer ao XI Encontro de Picapes e Carros Antigos que será realizado entre os dias 9 e 12 de outubro na cidade de Águas de São Pedro, no interior de São Paulo.

Se o tempo ajudar vale muito a pena passar o dia com amigos ou familiares numa cidade bem agradável e ver muitas picapes e carros antigos. Se tiver um solzinho eu vou no domingo.

Estive lá em 2007 e tenho algumas poucas fotos do evento, que naquele ano estava muito bom.

Para a programação e maiores informações visite o site do Pick-ups Club.