google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Chico Landi e o Opala SS 1975. Impossível imaginar um garoto propaganda melhor.

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Hoje, durante minha surfada diária pelo mundo automotivo encontrei fotos da nova Meriva a ser lançada na Europa. Logo que bati o olho achei-a bem parecida com vários modelos como Mercedes B e A e Honda Fit. Poderia também se passar perfeitamente por um novo modelo da Hyundai.


Os fabricantes tem muita dificuldade para fazer designs muito inovadores nos segmentos de maior volume, onde precisam agradar a um grande número de consumidores. Se inovarem demais podem passar do ponto e aí acabam agradando apenas a um aparte dos consumidores. O Renault Megane hatch com aquela traseira truncada é um bom exemplo. Alguns arriscam mais e acabam se dando bem, como o Honda Civic no mercado local.
Em linhas gerais, os inovadores que se deram bem acabam sendo copiados ou servem de "inspiração" para os concorrentes. E os modelos mais tradicionais, que já tem nome consagrado e uma grande clientela cativa, acabam no play it safe, ou seja, arriscam pouco. O Golf, que muda muito pouco a cada geração é um bom exemplo. Como resultado, vemos uma mesmice nos segmentos de maior volume.
Mas voltando a Meriva, a Opel tentou resolver esse problema fazendo um desenho atraente para qualquer pessoa, algo mais genérico, sem riscos, mas também incluindo um ítem pouco convencional, as portas traseiras invertidas.


Pouco relacionado com sua utilidade ou funcionalidade, que serão exploradas ao extremo pelos vendedores da marca, o motivo maior para essas portas invertidas é fazer a Meriva se destacar dos concorrentes em pelo menos um argumento de vendas. Ter um argumento de vendas exclusivo, unique selling point/proposition no mundo dos marqueteiros, é fundamental para chamar a atenção para um novo modelo que faz exatamente o mesmo que todos os outros concorrentes.

Seja por conservadorismo dos consumidores, medo dos fabricantes de arriscar ou regulamentações a serem cumpridas, todos os carros dos grandes fabircantes, em um mesmo segmento, são muito parecidos com diferenças sutis em performance, dirigibilidade, conforto e segurança. Ou seja, não há grandes saltos que tornem um modelo super cobiçado. Não existem iPhones no mundo dos automóveis.

E assim a evolução do automóvel caminha a passos pequenos, sem grandes saltos, com fabricantes tateando pouco a pouco novas tendências e inovações que não desafiam muito os conceitos atuais. Tudo com muita cautela.

Outro exemplo de argumento de vendas exclusivo é o vidro dianteiro do novo Citroen C3, já usado em carros de outros segmentos, mas pela primeira vez em carros compactos.


Ao meu ver, nem sempre esses argumentos de vendas exclusivos tem uma grande utilidade, porém atuam muito bem no emocional das pessoas.

Motivado pelo post FILHO(A) DE PEIXE..., o leitor Pedro nos enviou um desenho do seu filho Pedrinho, um entusiastinha nato, que na época em que desenhou o coupe baixo tinha 8 anos.
O Pedro, louco pela La Bruta Bellezza, o Fiat Coupe, entitulou o lindo desenho do filhote de "Meu Coupe".
Convidamos todos os pais de entusiastas mirins a nos enviar desenhos de carros de seus filhões ou filhotas. Se não tiverem algum recente peçam para que eles façam um bem especial para o blog.
Enviem os desenhos para autoentusiastas@gmail.com. Assim que recebermos alguns faremos um post para aumentar ainda mais o entusiasmo dos pequenos.
PK
Mercedes-Benz G5 (acima e abaixo)

BMW 325, nas duas fotos abaixo.




Antes da Segunda Guerra Mundial, e já se preparando para deflagrá-la, o governo nazista da Alemanha emitiu em 1933 uma ordem aos fabricantes de automóveis para construir um carro para uso em qualquer terreno. Designado como LEPKW, ou Carro de Passageiros Uniforme com Tração nas Quatro Rodas, teve o conceito bem restrito, como seria de se esperar naquele tempo de ditadura, e limitou a criatividade do que deveria ser feito, entregando os desenhos para uma arquitetura básica obrigatória: tração nas quatro rodas permanente com três diferenciais bloqueantes, direção nas quatro rodas, suspensão independente de molas helicoidais nas quatro rodas, e transmissão de cinco marchas.
A BMW gerou um modelo batizado de 325, com motor seis cilindros, válvulas no cabeçote, em uma época em que válvulas laterais no bloco era a regra quase que geral, 2 litros de deslocamento e por volta de 50 HP.
Já a Mercedes-Benz nomeou o seu jipe de G5, com motor de quatro cilindros em linha, de 48 HP.
Notem nas fotos como são parecidos, resultado do projeto feito dentro de regras rígidas, onde a criatividade foi muito restrita. Exceto pelas portas ausentes no Mercedes, e pela estrela no radiador, são facilmente confundíveis.
Os modelos foram construídos de 1937 a 1940, e hoje, raríssimos, valem muito dinheiro. Recentemente, um G5 foi anunciado por cerca de 500.000 Euros.
São mais uma curiosidade dessa época tão fértil em desenvolvimentos técnicos, e tão humanamente retrógrada.
JJ