google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Os leitores em geral e os apreciadordes do Chevette-Lotus em particular poderão ver agora as mesmas fotos postadas originalmente, só que digitalizadas por um profissional a partir de slides. Estão bem melhores. A iniciativa foi do próprio Luiz Dränger.
BS
Conversando com uns colegas notei que existem muitas dúvidas sobre o funcionamento de sistemas 4x4 em picapes e SUVs. Então preparei uma explicação simplificada sobre os 3 principais tipos de tração 4x4 usando modelos da Toyota (Hilux, SW4 e RAV4) como exemplo.

1- 4x4 part time - Hilux (e outras picapes)

É o sistema mais utilizado para aplicações fora de estrada e para transpor obstáculos sendo assim o preferido pelos "jipeiros".

O acionamento ou engate da tração 4x4 é feito numa caixa de transferência que na grande maioria das vezes também possui uma reduzida. Nesse sistema o 4x4 só deve ser utilizado em condições de piso com baixa aderência como terra, lama ou molhado. No asfalto seco deve-se usar sempre o 4x2, pois pela ausência de um diferencial central, apesar de robusto, o sistema pode ser danificado devido a diferença de rotação dos eixos dianteiro e traseiro.

Quando em 4x4, em situações mais extremas se usa a reduzida, que proporciona mais força ao veículo e deve ser utilizada em velocidades baixas (apenas para transpor algum obstáculo).

Na Hilux temos o seguinte:

4x2 - H2 (High 4x2) operação normal em asfalto seco, o H, de High, significa que a reduzida não está engatada
4x4 - H4 (High 4x4) para uso em piso com baixa aderência como terra, lama ou molhado
4x4 - L4 (Low 4x4) com engate da reduzida para uso em condições mais extremas como rampas com grande inclinação e transposição de obstáculos.

2 - 4x4 permanente - SW4 e outros SUVs com chassis (derivados de picapes)

Neste caso a tração 4x4 é permanente. Ou seja, o veículo está sempre na condição de 4x4. Isso é possível devido à adoção de um diferencial central que distribui a tração entre as rodas dianteiras e traseiras, evitando que o sistema seja danificado no caso de utilizações em asfalto seco.

Esse sistema possui um diferencial central com sistema de distribuição de torque ("torque sensing" - saiba mais) e deslizamento limitado (LSD - limited slip diferential). A função desse diferencial central é distribuir o torque entre as rodas dianteiras e traseiras de acordo com a condição de rodagem.

Os benefícios sãos:

> Melhor aderência em qualquer condição de piso, contribuindo para uma melhor estabilidade direcional
> Mais aderência nas entradas e saídas de curvas, contribuindo para uma melhor dirigibilidade
> Maior segurança ativa

Para uso off-road, em adição ao sistema de distribuição de torque e deslizamento limitado, o diferencial central ainda pode ser bloqueado. O bloqueio do diferencial central distribui o torque (força) entre os eixos dianteiro e traseiro na proporção de 50% para cada eixo, garantindo torque para os dois eixos independente da condição do piso.
Para situações mais extremas ainda existe a reduzida, que proporciona mais força ao veículo e deve ser utilizada em velocidades baixas.

Então na SW4 temos o seguinte:

4x4 - H (High 4x4) operação normal para uso em qualquer terreno incluindo asfalto seco, o H, de High, significa que a reduzida não está engatada.
4x4 - HL (High com Lock 4x4) bloqueio do diferencial acionado para uso off-road proporcionando um melhor capacidade de tração diante das variações constantes de aderência
4x4 - LL (Low com Lock 4x4) reduzida e bloqueio do diferencial acionados para uso em condições mais extremas como rampas com grande inclinação e transposição de obstáculo.

4x4 Integral vs 4x4 Permanente

O termo integral tem sido utilizado por muitos em referência a "tempo integral". Porém pode ser considerado como integral no sentido de tração por inteiro, ou nas quatro rodas. Daí dizer 4x4 integral fica redundante. O correto seria dizer tração integral. Portanto acredito que 4x4 permanente deixa mais claro que a tração é 4x4 sempre.

3- 4x4 on demand - RAV4 (e outros SUVs/crossovers derivados de carros de passeio)

Este sistema não tem o propósito de um uso off-road. Seu principal objetivo é aumentar segurança ativa em curvas ou vias escorregadias, caso de chuva, garoa, e neve/gelo. Mas também ajuda em estradas de terra molhada.

Neste caso o carro é um 4x2 de tração dianteira na maior parte do tempo. Em determinadas condições (que variam de modelo para modelo) a tração nas rodas traseiras é acionada através de um diferencial central com acoplamento gerenciado eletronicamente.

No caso do RAV4, nas acelerações o diferencial central reparte a tração deixando cada eixo com 50%. Na reta com aceleração constante, para melhorar o consumo de combustível, a tração é transferida 100% para o eixo dianteiro. E nas curvas a distribuição da tração se divide de acordo com a condição de aderência de cada eixo.
Ainda no caso do RAV4 pode-se fazer o bloqueio desse diferencial central para sair de alguma condição de piso escorregadio através de um botão no painel. Ao atingir a velocidade de 40 km/h o bloqueio é desativado automaticamente. O EcoSport 4WD (4 Wheel Drive) e outros carros de passeio (Fusion) utilizam um sistema similar.



A foto da viatura acima está rodando pela internet há alguns dias, mostrando uma VW Parati G4 da Polícia Militar do Paraná, "personalizada" com filme G5 nos vidros, suspensão rebaixada e rodas de liga leve Giovanna de aro 18, calçadas em pneus de perfil 35.

Perguntas que não querem calar:

- Quem financiou a personalização? Essas rodas (e pneus) não custam pouco. É dinheiro do contribuinte? Se não for, de onde veio?

- A polícia está acima da lei? Pode modificar/descaracterizar o carro da maneira que bem entende?

- E a conservação do patrimônio público, como fica? É sabido que essas rodas enormes costumam sacrificar bastante as suspensões, ainda mais em um carro cujo projeto prevê o uso de uma roda de aro 13, no máximo aro 15.

Curioso isso, mesmo sabendo que no Brasil existe uma cultura favorável à personalização de viaturas policiais. Quem é que banca essas viaturas "tunadas"?

O colega André Antônio Dantas me fez lembrar o ano de 1990, quando vi pela primeira vez na revista Quatro Rodas uma reportagem sobre o Volkswagen Futura.

Aproximadamente dois anos depois a VW apresentou um conceito muito mais próximo da realidade da época, o Volkswagen Chico. Foi o segundo carro urbano da VW com motor refrigerado a água.

Digo segundo pois o primeiro VW refrigerado a água com a mesma proposta foi o Volkswagen Polo de 1975, nada mais que um clone do Audi 50 de Ludwig Kraus, apresentado um ano antes.

Ao contrário do Futura, o Chico chegou às ruas seis anos depois, materializado na forma do Volkswagen Lupo. O Lupo surgiu para ocupar o lugar do Polo de terceira geração, que por sua vez já passava a ocupar o lugar do Volkswagen Golf em tamanho e peso.

Curiosamente, o Lupo teve uma versão GTI (foto acima), com motor 1.,6 16V de 125 cv, câmbio manual de 6 marchas e peso contido de apenas 975 kg. Era uma resposta da Volkswagen a todos aqueles que diziam que o espírito do Golf GTI de 1976 havia se perdido nas novas gerações, cada vez maiores e mais pesadas.

Era o ressurgimento do hot hatch, a ressureição do GTI de 1976: acelerava de 0 a 100 km/h em 9,2 segundos, com um comportamento dinâmico dos melhores, verdadeiro carro de entusiasta. A idéia deu tão certo que a VW chegou a criar a Lupo Cup, nos mesmos moldes da década de 70, quando se utilizava dessas competições para promover o Golf GTI.


A produção do Lupo foi encerrada em 2005, sendo substituído pelo insosso Volkswagen Fox, que, até agora, não teve uma versão GTI sequer cogitada. E acredito eu que nem deve, pois de hot hatch o Fox não tem nada. É o primeiro (e Deus queira que seja o último) carrinho da VW sem um pingo de pretensão esportiva.

O futuro do Chico já é passado, mas para aqueles que ficaram curiosos em saber como era a performance do Lupo GTI, segue o vídeo abaixo. Com certeza foi uma das melhores concretizações de um carro conceito da Volkswagen: