Os dois coletores são um para o meu Chevelle 67, que vai ser montado carburado, e o outro é para me ajudar a realizar um sonho antigo, montar um Maverick com motor 351C.
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Os dois coletores são um para o meu Chevelle 67, que vai ser montado carburado, e o outro é para me ajudar a realizar um sonho antigo, montar um Maverick com motor 351C.
Antes de mais nada, meu background automobilístico precisa ser esclarecido. Sou fã do automobilismo clássico e esportivo. Muito do que gosto hoje é resultado do que vi e vivi na infância. Meus sonhos automobilísticos sempre estiveram ligados de certa forma ao passado. A pista que eu sonhava andar, o carro que eu sonhava ter... A história tem um peso fundamental nas minhas escolhas.
Gosto de carros de rua que têm história. Por isso sou apaixonado pelos automóveis de tração traseira e motores aspirados e giradores. Eu costumava dizer: “Turbo pode ser mais rápido, mas a tocada não tem a mesma finesse” - “As rodas que tracionam não podem ser as mesmas que dão direção” - “4x4 é para jipe”.
Pois bem. A vida era assim até que uns seis meses atrás embarquei numa escolha que, desconfio, vai mudar para sempre minha concepção sobre automóveis. Comprei um Subaru Impreza WRX.
Queria um carro forte e usável sob qualquer circunstância e minha escolha caiu sobre o japonês.
O carro é forte, em sua configuração original são 225 cv e pouco mais de 30 kgfm de torque. Mas não se trata disso. Trata-se de dar motor tão cedo que exige uma recalibração do cérebro. Trata-se de readequar o estilo de tocada.
Ao chegar à curva, obviamente se freia o carro e se entra na curva, logo após o turn-in e bem antes de apex é possível dar motor de forma gradativa, a frente começa a esfregar, mas não é preciso tirar o pé. A frente escapa, mas a traseira empurra o carro pra frente. Um comportamento completamente novo para quem nunca andou de carro integral. Se o subesterço continuar muito pronunciado, tirando o carro da trajetória, basta levantar um pouco o pé que a traseira se pronuncia ainda mais e traz o carro de volta. Uma leve tirada de pé em saída de curva seguido de pé no fundo faz a traseira entrar em powerslide de forma absolutamente controlável.
A marcha ideal para se entrar numa curva é sempre uma marcha acima da que seria usada em um carro aspirado. Meu carro hoje conta um pouco mais de potência e o torque, fui preciso uma reeducação para entrar forte em curva a 3.000 rpm usando o torque a favor.
Certa vez sai de casa debaixo de um temporal para ir a Petrópolis, uma serra apertada de piso irregular e muitas curvas fechadas. Setei minha cabeça para ir devagar, sem forçar nada. A velocidade com que subi a serra foi a mesma que em um carro com tração dianteira no seco, qualquer um que tentasse acompanhar, certamente bateria. E eu não estava correndo.
Por tudo isso, acho que a escolha do WRX vai me fazer rever toda minha concepção sobre automóveis. Existe uma finesse na tocada de turbo, sim, 4X4 não é para jipe e as rodas que dão direção, também podem tracionar.
Passados menos de um ano do lançamento na Europa, vimos em São Paulo um Focus cinza-nublado-britânico com placa de fabricante, e tivemos a mesma sensação de irrealidade que se tem ao final de um filme espetacular no cinema. Seria possível que esse campeão já esteja sendo aprontado para ser vendido aqui ?
A resposta veio rápida, e no final de 1999 já tínhamos o Focus feito na Argentina, entre nós. De lá para cá, todo novo carro no mercado pode ser medido a partir do Focus, modelo original, que agora só possui o motor 1,6 litros e 8 válvulas. Basta andar com o novo modelo que se tem interesse, anotar o preço e equipamentos, e depois dirigir para valer o Focus velhinho, ver suas características e preço. Se o orçamento disponível for para um modelo usado, a covardia é mais marcante ainda, dada a qualidade de construção de carroceria, interior inclusive, do Ford. Difícil encontrar um exemplar usado que não tenha uma boa condição, passando a sensação de carro sólido.
Ainda não encontrei nada melhor em nosso mercado.
JJ
P.S. 1 - O modelo novo, apresentado no Brasil no Salão do Automóvel de 2008 é outro bicho. Ainda um pouco caro, já mais parelho com os concorrentes. Fontes desse blog nos afirmam que a dinâmica foi um pouco prejudicada devido ao maior peso, e que o modelo antigo é mais divertido de dirigir. Avaliarei em breve.
P.S. 2 - O Gino Brasil considera o Golf ainda melhor que o Focus, e combinamos dele contrapor o meu texto com um outro, sobre esse carro da VW.