google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Hoje fiz o test-drive do Audi A3 com transmissão DSG, de dupla embreagem.

É incrível. Definitivamente o melhor de dois mundos. Automático quando precisa, manual quando se deseja. A sensação de caixa manual é tão grande que mais de uma vez procurei a embreagem para parar ou para reduzir. A Audi sabiamente fez o pedal de freio apenas um pouco maior que o pedal de um carro com câmbio manual convencional, caso contrário teríamos batido a testa no para-brisa. Os power downshifts que a caixa faz são uma diversão à parte. Em modo esporte a caixa obedece o que você quer, vai a quase 7 mil rpm e só troca se o piloto demandar a mudança, reduz na hora em que recebe o comando, não importa em que condição.

Foi o primeiro carro com dois pedais que eu gostei. É realmente sensacional.

Recomendo a todos o test drive. Esse é o futuro sem dúvida.

VR
A ideia de alguns posts começa pelo texto. Algo que leio, uma notícia, uma propaganda, uma matéria ou até posts dos colegas colunistas que me fazem pensar e refletir, se transformam em um texto. Sempre tento anexar alguma imagem para ilustrar esse texto.
Em outros casos a ideia vem a partir de uma imagem. Ao visualizar uma foto penso num texto para transmitir o que vejo.
Essa foto aí de baixo estava na pasta de fotos para o blog já faz um bom tempo, à espera de que um texto sobre ela saísse da minha cabeça. Não saiu nada!

Talvez alguns dos leitores consigam adicionar palavras a ela.
No post do Milton Belli sobre o Monteverdi ele menciona que o Lamborghini Miura tinha uma disposição do motor diferente, transversal.
Ao olhar a foto do Monteverdi tenho a impressão da sua estrutura não ser muito resistente a torção. Já a do Miura me parece muito rígida. Seria legal descobrir um comparativo entre os dois.
Reparem abaixo as disposições do motor e a estrutura dos dois carros.

Lamborghini Miura
Monteverdi Hai
A Suíça hoje é conhecida pela forte exigência ambiental, rigorosas normas de emissões e leis de trânsito que podem colocar o infrator na cadeia. Não exatamente o lugar mais lógico para se criar um dos esportivos mais raros e refinados dos anos 70.

Peter Monteverdi, um suíço de ascendência italiana, criara em 1967 o modelo 375, seu primeiro carro na fábrica que levava seu nome, e posteriormente diversas variações do modelo, com conversíveis, Grand Turismos e o sedã de luxo, todos equipados com motores americanos de elevado deslocamento volumétrico. Mas o grande lançamento ainda estaria por vir, em menos de três anos após a inauguração da fábrica. No Salão do Automóvel de Genebra de 1970, Monteverdi mostrou ao mundo sua obra prima, o HAI 450 SS.


Peter era uma pessoa curiosa, pois além de engenheiro, era artista e um bom negociante. Criou um chassi tubular para acomodar um motor central na posição longitudinal, diferente da posição adotada no Miura dois anos antes. Em 1969, Peter foi aos Estados Unidos para uma reunião com a engenharia da Chrysler, empresa que lhe fornecia os motores para o modelo 375. Enquanto a engenharia apresentava o 440 pol³ Magnum "F Series", Peter estava mesmo de olho no motor da bancada ao lado, o HEMI de 426 pol³ que empurrava os Dodges e Plymouths para vitórias nas corridas da NASCAR.


Com as medidas do 426 em mãos, voltou para a Suíça e projetou o chassi tubular do novo carro, já pensando na transmissão ZF de cinco marchas que usaria. Por conta da carcaça da transmissão, Peter criou uma ponte De Dion sobre a transmissão com interligação por um sistema Watts e braços de controle laterais. Os freios traseiros eram montados na saída do diferencial, o famosos sistema in-board utilizado nos carros de corrida. A dianteira era composta de braços sobrepostos. Peter também sempre projetou seus carros para ter a melhor distribuição de peso possível, sempre perto dos 50/50, e a disposição do motor reduz o momento polar de inércia, que faz o carro ser mais rápido em transiente e mudanças de direção.



Com o chassi pronto, a carroceria de aço foi feita na Fissore, com elementos de design que remetem novamente ao Miura. Baixo perfil da carroceria, frente em cunha, motor potente e chassi bem estruturado permitiam ao novo carro atingir 280 km/h de velocidade máxima, respeitável até para os padrões de hoje.

Faltava um nome para sua criação, logo Peter o nomeou de HAI 450 SS. HAI significa tubarão em alemão, em alusão à carroceria, e 450 remete aos 450 hp que o V-8 da Chrysler produzia, ou pelo menos divulgavam, pois com os dois carburadores quádruplos, é provável que fosse mais forte. O primeiro protótipo foi pintado de roxo metálico (Purple Smoke como era chamado), e era claramente um carro de performance. O próprio Monteverdi afirmava que o carro não era fácil de ser dirigido esportivamente e era esse mesmo o intuito, ser rápido e bruto, uma experiência única de relação homem-máquina. Quem quisesse um carro mais tranquilo, optasse por um modelo da série 375. Mas isso não significava que o HAI era um carro espartano com péssimo acabamento, muito pelo contrário, era altamente refinado, com ar condicionado, vidros elétricos, vidro traseiro aquecido, bancos revestidos com couro Connolly e espaço revestido no bagageiro.


No ano seguinte, mais um carro foi produzido com o nome HAI 450 GTS, com o entre-eixos um pouco aumentado (de 2.548 mm para 2.610 mm), motor Chrysler 440, melhor posição de dirigir, além de detalhes de carroceria como a maçaneta da porta mais alta para facilitar a abertura. Apenas estes dois carros foram fabricados, seu preço elevado era proibitivo. Posteriormente, mais duas reproduções foram feitas.

Peter Monteverdi não era mais um maluco fabricantes de carros com sonhos utópicos. Ele mesmo afirmava "eu sempre quis construir carros", mas tinha a consciência de que "se eu não construísse carros, provavelmente seria infinitamente mais rico e mais saudável, mas com certeza não seria mais feliz".