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Divulgação |
“I have walked through many lives,
some of them my own,
and I am not who I was,
though some principle of being abides,
from which I struggle not to stray.” - Stanley Kunitz
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Divulgação |
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(pelicanparts.com) |
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Ah, se tivesse competido... |
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Freios incandescentes, visão normal |
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Mais de 350 cv de apenas 3,2 litros |
O belíssimo Mk2 dos Egan, e logo atrás, o Mille |
De dentro da Mercedes, pode se ver o Mille e o Jaguar. (Foto: Rafael Tedesco) |
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Tom Walkimshaw (1946–2010) |
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O SS1 Airline, um dos primeiros carros de Lyons |
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O Jaguar E-Type e Sir William Lyons, em frente de sua casa, Wappenbury Hall |
Mas um SS100 é da época em os carros de Lyons ainda não eram potentes felinos; da época que a empresa ainda se chamava SS e não Jaguar; da época em que, devido ao uso de chassis e mecânica da Standart Motor Company, eram conhecidos como carros de exibidos, carros para quem apenas queria parecer rápido sem necessariamente ser.
Mas desde meados dos anos 90, graças a Roger Williams e sua Suffolk SS, algo melhor está disponível. Sua réplica Suffolk SS100 é em diversas maneiras muito melhor e mais desejável que o original.
A primeira coisa que se nota é que o carro é idêntico ao original em aparência. Tão idêntico que muitas peças suas são usadas como reposição dos carros dos anos 30. As rodas e pneus, coisa muitas vezes negligenciada pelos replicadores em favor de unidades modernas, são do mesmo tamanho e desenho do carro copiado, fazendo com que as proporções continuem perfeitas. O que há de melhor em um SS100, o seu corpinho de proporção e forma incrivelmente atraentes, é carregado sem nenhuma alteração para a réplica. O interior também replica exatamente o original.
Mas as semelhanças param por aí. A carroceria básica (acima) é em uma peça única de resina poliéster com fibra de vidro, laminada a mão em molde aberto. Este molde foi feito a partir de uma carroceria de SS100 original. A capa do radiador é fabricada na empresa também, em metal, e o radiador em si é uma unidade específica, em alumínio. O capô é em folha de alumínio, e os “louvres” (pequenas aberturas para saída de ar estampadas), são reproduzidos tal e qual o original em forma e quantidade. Tudo feito a mão com o maior cuidado.
O chassi é também feito na Suffolk, e utiliza toda a mecânica, revisada e melhorada, de um Jaguar XJ doador. Desta forma, tem-se uma suspensão traseira independente (igual a do famoso XK-E, com dois amortecedores/molas por roda), freios a disco “inboard” ventilados, suspensão por triângulos sobrepostos na dianteira, discos ventilados e direção por pinhão e cremalheira assistida. O Motor é o famoso seis em linha XJ, de duplo comando de válvulas no cabeçote e mundialmente conhecido por ser um dos motores mais bonitos de se ver da história do automóvel (e, portanto, muito diferente do horrível motor do original). Neste carro desloca 4,2 litros, usa dois carburadores SU duplos, e é regulado para algo entre 200 e 230cv. Acoplado a ele uma caixa Jaguar de 4 velocidades, e lá atrás, aparafusado ao chassi, está um diferencial autoblocante Salisbury, com várias relações finais possíveis.
Com radiador, motor e cambio montados bem recuados, em posição central-dianteira, traz uma interessantíssima distribuição de peso: são 1188kg apenas, distribuídos 46% na frente e 54% atrás. Com as bem resolvidas suspensões, potencia e torque abundantes do motorzão Jaguar, e sentados lá atrás, quase em cima do eixo traseiro, sem sombra de dúvida deve ser um carro fantástico para se dirigir.
Williams já produziu 200 carros como este, e sem dúvida logo teremos mais exemplares dele do que o original. Para mim, nada mais lógico e merecido: Juntando o que de melhor a Jaguar já fez (a mecânica dos XJ/XK-E dos anos 60) com a beleza clássica do SS100, a Suffolk SS criou algo muito melhor e mais desejável do que qualquer coisa que tenha saído da linha da Jaguar. É admirável que a tentação de alterar algo na clássica aparência, seja nos pequenos detalhes, seja no resultado geral, tenha sido religiosamente deixada de lado. O carro é um SS100 sem tirar nem por, mas é muito, mas muito, melhor que o original.
Ao contrário do Singer 911 sobre qual falei esta semana, este carro aperta todos os botões corretos. Posso listar uma dúzia de Porsches originais tão interessantes quanto um Singer, mas não há Jaguar tão incrivelmente correto quanto esta réplica que junta o melhor da empresa.
Eu sei que quero um, no mais escuro negro possível.
MAO