google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014): Arnaldo Keller
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Fotos: Paulo Keller


Que carro gostoso pra viajar!

O Bob e o Paulo Keller também acham, leia o que eles dizem adiante.

Na estrada, o RCZ, um cupê 2+2, está no seu melhor elemento. Por ele, viajaria a 180 km/h como velocidade de cruzeiro. Eu disse por ele e também por mim; não pela nossa Polícia Rodoviária.

Viajando com ele foi inevitável imaginá-lo numa Autobahn ou nas maravilhosas estradas da Patagônia argentina, onde tocar com o pé embaixo é sossegado e legal. Aí, sim, o RCZ e eu ficaríamos satisfeitos, já que ele foi projetado e construído pra isso e eu também.

A 120 km/h, em 6a e última marcha, o motor vira a 2.600 rpm, o que dá 46 km/h por 1.000 rpm. Isso significa que a 180 km/h seu giro vai a relativamente baixas 3.900 rpm. Isso é muito bom. Muito bom mesmo pra viajar.



Fotos: autor




Para a cidade ela é ótima. Sua boa visibilidade para todos os lados, sua estreiteza em relação às outras minivans, seu bom acerto de suspensão, e sua leveza e ligeireza a fazem uma boa e espaçosa minivan urbana.

Outra coisa que nos agrada é que mesmo ela sendo um tanto alta, nossa posição de guiada chega perto de estarmos num sedã, ou seja, não nos sentamos tão eretos como numa Scénic, por exemplo, na qual parece que estamos guiando uma Kombi.

A ergonomia é boa – fato comum aos carros da marca –, o banco é bem anatômico, tem também regulagem de altura e o volante varia altura e distância, então logo achamos uma boa posição para guiar. Se o volante pudesse chegar ainda mais perto de nós, seria bom. 


Bancos confortáveis e boa posição de guiar, mas apesar de o volante ser ajustável também em distância, poderia ficar mais perto do motorista

Foto: novoguscar.blogspot.com



— Noossa, vô! de primeira você colocou terceira! Pulou a segunda marcha, vô! – ainda molecote de uns doze anos, exclamei.

— Sossega, amorrrr (era assim que ele me chamava, e com sotaque um pouco arrastado, pois era suiço), esse motorr é forrte e assim no plano a gente pode pularr as marrchas.

Pois é, o Itamaraty tinha um 6-cilindros forte mesmo, motor de jipe; pouco giro, pouco potência máxima, porém já bom torque em baixa – e dava pra fazer isso mesmo, pular marchas quando no plano ou em descidinhas. E o vovô Frederico guiava macio e aquela banheira que era o Itamaraty ia suave que era uma beleza. Também, pudera! Outro modo não haveria dele guiar, pois esse foi um sujeito classudo de verdade, elegante e charmoso por natureza; punha o Clark Gable no chinelo, e punha mesmo. Ele simplesmente ficava desconcertado diante da grosseria. Ele não a entendia. Simplesmente não entendia como outros agiam estupidamente, já que ele simplesmente não tinha o gene da grosseria. Os genes que dela tenho certamente dele não vieram.

Foto: Paulo Keller



Quase tudo que é demais cansa. Dirigir demais cansa, enche a paciência. Dirigir em São Paulo tornou-se uma atividade que raramente nos dá prazer.

Mesmo estando num baita carrão gostoso, dos melhores que há, a única coisa que ele pode nos oferecer a mais é mais silêncio, mais maciez, melhor ergonomia, menos movimentos para ser conduzido e melhor controle da temperatura ambiente, além de um som melhor. De prazer em guiar, mesmo, do jeito que um autoentusiasta gosta, nadicas. 

Fotos: Divulgação Renault/Oswaldo Palermo



A avaliação inicial do Renault Duster foi feita a quatro mãos, o Arnaldo e eu. Veja  a seguir o que cada um achou

DUSTER, A RENAULT EM NOVO SEGMENTO
Por Bob Sharp

A Renault foi rápida. Um ano após o lançamento do romeno Dacia Duster na Europa lançou a versão de mesmo nome de modelo fabricada no Brasil, Em inglês, duster (dûs’ter, palavra paroxítona) pode ser tanto vestimenta guarda-pó, quanto aquele ou coisa que aplica ou remove pó ou poeira. Tem a ver com o tipo de veículo.
Com o Duster a fabricante francesa inaugura sua presença no fértil e disputado mercado de utilitários esporte, que em 2010 emplacou 217.000 unidades e não pára de crescer.
Foi em 1998 que a Renault adquiriu a Dacia e iniciou operação no Brasil, com fábrica em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba. A Dacia havia sido fundada na Romênia em 1968 e sempre produziu veículos sob licença Renault. Laços antigos, portanto.
O Duster é um utilitário de linhas modernas e elegantes, com um porte adequado até para as ruas apertadas das cidades, e vem em versões flex de 1,6 e 2 litros, neste caso motor Renault também - o do Mégane e não Nissan, como no Fluence. A tração é dianteira ou 4x4 do tipo sob demanda, esta casada com o motor maior e câmbio manual de seis marchas. Câmbio automático epicíclico de 4 marchas, só com tração dianteira.

Chega com preço convidativo. Básico 1,6, R$ 50,900; Expression 1,6, R$ 52.200; Dynamique 2-L manual, R$ 60.600; idem, automático, R$ 64.600; e Dynamique 4x4, só manual, mesmo preço. As dotações de itens de série e opcionais é farta (veja quadros específicos ao final). O conteúdo de peças nacionais começa com 67%.

Não era esta Brasília, mas era igual (foto aintigosverdeseamarelos.blogspot.com)

Isso já faz uns 20 anos. Nessa época ainda morávamos na fazenda. Para o dia-a-dia da roça eu usava o bugue Glaspac 1970 além da moto Honda 125 Turuna, fora o Buscapé, um cavalaço 1/2 sangue Árabe 1/2 sangue Mangalarga que era um doce de cavalo e tinha um trote macio e esticado, e o Gualixo, 1/2 sangue Árabe, que era o The Flash, rápido, ágil, boca sensível, fôlego infindável, um espírito de guerreiro, simplesmente o melhor cavalo do mundo.

Minha mulher tinha uma Belina ou outro carro qualquer, relativamente decente pra rodar e viajar. A minha diversão motorizada era a Brasília branca com motor de 2.100 cm³.

Olhando por fora, de diferente só se via um radiador de óleo abaixo do pára-choque dianteiro, e nada além disso. Rodas originais, pneus radiais gordinhos da Goodyear e amortecedores um pouco mais duros na traseira. Por dentro, só um discreto conta-giros Turotest embutido no painel, que foi presente do sogro, sobra de seus carros de corrida.

Conta-giros Turotest, igual ao que eu tinha na Brasília



BMW 750i: O GIGANTE GENTIL

O primo Paulo, no seu post de segunda-feira sobre o BMW 750i, disse que eu não estava lá muito empolgado para guiar esse sedã topo de linha da BMW. Não é totalmente verdade. É que eu já sabia o que pegaria pela frente, a perfeita doma da enorme potência do V-8 biturbo. Chassi, suspensão, pneus, freios, câmbio automático, controles eletrônicos, tudo isso, profundamente pensado e competentemente resolvido pela BMW, faz dele um gigante gentil, e muita gentileza não é coisa que faça meu sangue ferver, pelo menos não em estradas brasileiras.



O carro é tremendamente poderoso, anda barbaridade e faz curva barbaridade. É incrivelmente ágil para o tamanho e massa. Neutro nas curvas, vai certeiro e obediente pra onde se aponta, entra nas curvas já equilibrado, freia forte e suave. Acelera de 0 a 100 km/h em 5,2 segundos, o que é uma arrancada para esportivo dos bons, e faz isso sem quebrar o pescoço de ninguém, progressivamente, suavemente, sem assustar ninguém a bordo. Em suma, é um carro para colocar a rainha da Inglaterra no banco traseiro e sair numa perseguição policial e, se ela tiver bom estômago, coisa que certamente tem porque é rija feito pau de aroeira, nem vai perceber o rolo que está rolando.




Vá somando aí, caro autoentusiasta:

1- Pilotar no Circuito de Interlagos, no Autódromo José Carlos Pace, é gostoso pra burro, seja com que carro for.
2- Se a pista estiver vazia, com toda aquela imensidão só pra gente, fica estranho, legal, dá uma sensação de privilégio.
3- Se o carro for um Ferrari F430, excelente, porque não há críticas a nada, só prazeres ao degustar uma máquina de refinamento supremo.
4- E se ainda por cima você estiver trocando o volante com um bom amigo, que pilota o fino e tem muito a te ensinar, bom... bom... isso é como realizar um sonho.

Pois é, mais um sonho que realizei, e foi neste último dia 6, e sou grato a muitos por isso, principalmente ao Ronaldo Carbinatto, meu amigo de longa data, que nos emprestou sua máquina sem ciúme algum, dizendo: “Vai fundo. Esse carro foi feito pra isso, ele precisa disso!” Como veem, esse é um verdadeiro autoentusiasta, esse é um a quem Don Enzo Ferrari venderia com gosto uma de suas máquinas, pois ela estaria em boas mãos.

Vamos lá.

 Fotos: Autor

O Honda City, como o nome sugere, é realmente bom na cidade. O motor responde rápido, o carro é leve, ágil e tem boa visibilidade geral. A ergonomia é boa (o volante tem regulagem de altura e distância), apesar do banco ser um pouco firme demais – característica dos Honda brasileiros. 

O moderno motor, com bloco e cabeçote de alumínio, é silencioso na dose certa: em baixa é quase inaudível e em alta tem o ronco de um motor nervoso. E empurra bem, acelera rápido, surpreendentemente rápido para um motor de 1,5 litro. São 116 cv a 6.000 rpm, o que dá 77 cv/litro de potência específica.

Por Arnaldo Keller


Semana passada fizemos uma enquete entre os leitores autoentusiastas. Foi dada uma lista de sete carros que a loja Só Veículos colocou à nossa disposição e dentre eles o leitor daria seu voto, escolhendo qual carro desejaria que experimentássemos. Ganhou a picape Ford F150 V-8 Raptor SVT. Em segundo veio o Porsche Turbo.

Como a picape, recém-importada, está ainda acertando a documentação, tratamos logo de andar no Porsche enquanto esperamos a liberação da Raptor, que em breve estará nas mãos dos autoentusiastas.

Arnaldo Keller e Bob Sharp andam no GT40 da Americar, o GTA40. Veja abaixo as impressões de cada um.

ARNALDO KELLER


Sábado de manhã o Bob e eu fomos ao revendedor Chamonix na Av Bandeirantes. Eu queria que o Bob guiasse a recém-lançada réplica do Ford GT40 fabricada pela Americar Veículos, de Santo André, SP.

Uma, porque o Bob estava interessado no carro para uma matéria, e essa reportagem seria com o próximo GT40 que está no forno e prestes a sair, e outra porque adoro andar com o Bob guiando, seja lá com que carro for.

Sua tocada impecável é sempre uma prazerosa aula, ainda mais quando em suas mãos está um carro danado de forte. Alegra-me observá-lo domar com delicadeza e suavidade uma máquina bruta e nervosa.

E como eu já guiara esse GT algumas vezes, na Rodovia Bandeirantes, na pista da Goodyear e em Interlagos – quando testei o carro para a Car and Driver Brasil – eu sabia que o GT40 estava na medida para um bom passeio de arrepiar o cangote.

Motor central-traseiro, um V-8 da Ford Racing. O motor veio dos EUA na caixa, já preparado e prontinho para uso. Cilindrada de 5 litros, bloco do Mustang dos anos 1990, cabeçotes de alumínio, 340 cv de potência. O motor é novo, pois continua a ser fabricado. Carburador Holley quadrijet de 750 cfm, portanto, um 5-litros bem alimentado. Transeixo de 5 marchas. Pouco peso, só 1.150 kg distribuídos em 43% na frente e 57% atrás. Traciona barbaridade.

Estimo o 0 a 100 km/h abaixo dos 5 segundos e velocidade máxima de 280 km/h, ou mais. A 240 km/h eu já o tocara e foi moleza, com muita velocidade a crescer. Carro de macho.

Como eu já estava bem acostumado com o carro, preferi sair guiando para ver se estava tudo em ordem e fomos até o primeiro posto da Rodovia dos Imigrantes, onde paramos para calibrar os pneus.

É sempre assim, a primeira coisa que faço, após verificar os fluidos, é parar pra regular pneus. A experiência ensina. Volta e meia recebo carros com pressões erradas e/ou desparelhadas nos pneus, o que além de criar certo perigo atrapalha a correta avaliação do veículo. Esse estava com elas em ordem, 28 na frente e 32 atrás.

Bob no volante e caímos na estrada. O Bob estava curtindo. Pela cara dele, por aquele som delicioso de motor forte e invocado que tomava a cabine, eu via que ele estava curtindo.

Agora o Bob conta. É a vez dele de levar adiante.


BOB SHARP


Assim que entrei no GT40, veio-me a lembrança de quando dei umas voltas num Lola-Chevrolet T70 no Autódromo do Rio, ali por volta de 1968/1969. O carro era dos irmãos Márcio e Marcelo de Paoli, éramos amigos e eles me ofereceram uma guiada. Era um dia de treino e eu estava andando com o meu DKW com carroceria de painéis de plástico. O motor do Lola também era de 5 litros e o porte do carro, muito próximo do GT40.

Essa réplica é mesmo muito interessante. Chamou-me a atenção a precisão com que as portas fecham, apesar do difícil e original desenho de avançarem sobre o teto, maneira conhecida de tornar o entrar e sair com alguma facilidade em um carro tão baixo. Como muitos sabem, o “40” do nome era a altura do carro em polegadas, que corresponde a 1 metro e 16 milímetros.

A cabine, logicamente, é apertada porém não-claustrofóbica, bem profissional. Não há luxos nem amenidades, pois o carro, assim como o que lhe deu imagem e semelhança, foi feito para andar rápido. E isso ele faz muito bem.

Pegar o tato da dura embreagem e do trambulador do câmbio até que não demorou muito e logo foi possível explorar a aceleração desse verdadeiro esporte protótipo. Com 3,4 kg/cv de relação peso-potência e uma área frontal pequena, devido à pouca altura, o resultado só poderia ser aceleração estonteante. Que prazer ir empilhando marchas e ver a paisagem passar cada vez mais rápido!

O notável neste GT40 é a estabilidade direcional mesmo em alta velocidade. O carro não mexe. Como as boas supermáquinas, 200 km/h para ele é velocidade de passeio. O motor é um primor. Mesmo com algum desenvolvimento, gira baixo uniformemente e levanta com disposição. Puxei uma vez 6.000 rpm mas nem precisa, pois a 5.000 já faz um estrago danado. Impressionante como engole as marchas, não interessa em qual esteja. Mesmo vindo em quinta a 2.000 rpm, a resposta com as quatro bocas abertas é instantânea.

Carros dessa estirpe devem dobrar e frear bem e isso o carro da Americar faz à perfeição. O carro é minimamente subesterçante e o chassi aceita potência no meio da curva sem reclamar, como foi possível sentir nas alças de acesso e de saída. A elevada força-g lateral encanta. Na hora de parar, nada de surpresas, os freios trabalham bem e em total harmonia entre eles.

Não é carro feito para andar no trânsito denso, mas anda, sem problema. E com uma vantagem, ele não impõe respeito, é reverenciado. É como se os outros motoristas pensassem “ali vai um símbolo, não tem muita visibilidade, vou facilitar”, e recebe-se toda sorte de cortesia.

Prova de que o Brasil não é o país só do futebol.












Falar do XK120 deve ser chover no molhado para a audiência desse blog. A não ser que o texto seja do Arnaldo Keller, que está na Car and Driver desse mês (número 11) e onde podemos literalmente viajar no tempo ao ler a memorável descrição do dia em que o XK120 ultrapassou as 120 milhas por hora de velocidade máxima em 1948 (origem do seu nome). Portanto, nem me atrevo a escrever sobre esse carro.

Então acho que as imagens abaixo valem mais que minhas palavras.

Para um melhor entendimento da emoção de algumas fotos lembro que o Arnaldo teve um XK120 quando tinha 16 anos e viveu muitas histórias com essa máquina deslumbrante.

A primeira foto mostra o momento em que o Arnaldo, afastado durante anos de seu amigo, dá a partida no XK despertando lembranças que estavam adormecidas. Durante a sessão de fotos procurei me manter um pouco distante respeitando a intimidade do reencontro e desfrutando da beleza do carro e do relacionamento.

"Carros tem alma"

Não percam a revista Car and Driver desse mês. Tem uma matéria maravilhosa do Arnaldo Keller (com fotos minhas) sobre um Corvette 1958 impecável e a parte inicial da história do ícone americano, que nasceu bem comportado e foi amadurecendo aos poucos.

Aí embaixo tem algumas fotos de ensaio.

PK