google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014): MG TC
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Esse nosso mundo autoentusiasta é mesmo bacana. Acabei de receber um vídeo do Mestre Mahar que me fez escrever este post.
Tenho que confessar algo. Até há pouco tempo em não gostava muito, ou tinha muito pouco interesse em automóveis anteriores aos anos 1950. Sei lá; talvez pela distância no tempo e o pouco contato. Ou até pela paixão pela força e potência dos muscle cars e esportivos. Mas ao começar a trabalhar junto com o primo Arnaldo e seus maravilhosos clássicos essa figura se alterou muito.
Tudo começou quando fizemos uma matéria sobre um MG TC 1949. Um carro recém-restaurado e impecável. O jeito com que o Arnaldo tratou o carro e se interessou por cada detalhe me chamou atenção. O lugar onde estávamos e o lindo dia de sol fizeram o cenário das fotos muito prazeroso. Senti uma emoção diferente, forte, de natureza completamente dirversa de todas as emoções que já havia sentido antes. Não seria exagero dizer que foi um tipo de êxtase, algo próximo da plenitude, ou lembrando de outro post (veja a introdução desse post do MAO), algo com estar atendendo ao chamado. Essa emoção veio exatamente quando fiz essa foto abaixo.
Meses mais tarde nos encomendaram uma matéria para a comemoração dos 100 anos do Ford  modelo T onde fotografei um modelo 1926 e vi a dificuldade de dirigi-lo. Infelizmente a conjunção de fatores que levam ao êxtase não ocorreu dessa vez. Mas passei a olhar para o T com outros olhos. Com muito mais romantismo e emoção. Uma pena que eu não consegui expressar isso nesse dia.
E depois fizemos uma matéria sobre um lindo Fiat 509A 1927. Carros muito antigos são mais difíceis de rodar por aí. Um problema na linha de combustível dificultou muito o trabalho, pois não achamos um lugar tão bom para as fotos. Quanto mais antigo o carro maior o grau de dificuldade para fazermos uma matéria. Mas esse 509A também me encantou. A foto abaixo foi inspirada na foto do MG.
Mas o que me faz lembrar de tudo isso foi o vídeo enviado pelo Mahar que conta um pouco sobre a história do Ford modelo T e da massificação do automóvel. Está em inglês, mas as imagens dizem muito. Alguns pontos são bem interessantes.
O visionário Henry Ford, além de fazer carros, foi o maior responsável por viabilizar o acesso das classes mais baixas ao automóvel. Ele teve a grande ideia de tornar seus funcionários também seus clientes. Para isso, com os ganhos em produtividade e em escala passou a pagar mais para os funcionários do que outras indústrias pagavam na época. Antes do Ford modelo T os modelos eram fabricados à mão. Um  T demorava um décimo do tempo para ser fabricado. O Ford também reduziu o turno de trabalho de nove para oito horas, permitindo o trabalho em três turnos e aumentando o volume de produção e o número de empregados.
O Ford modelo T era simples, robusto, mais barato e era fabricado apenas em preto. Quando chegou ao mercado em 1909 seu preço era de 950 dólares. Ficou no mercado por 19 anos, até 1928, com pouquíssimas alterações, quando foi substituído pelo modelo A.
Ford modelo T 1926 e Ford modelo A 1929
As rodas eram de madeira e seu motor 4-cilindros de 2,9 litros tinha pouco mais de 20 cv de potência ligado a uma caixa de 2 marchas com troca feita por um dos pedais no assoalho. O acelerador é numa alavanca no volante - qualquer dia o Arnaldo explica como se dirige um T. Pesando próximo dos 550 kg dependendo do tipo de carroceria, atingia 70 km/h de velocidade máxima. O que o fazia muitas vezes mais rápido que um cavalo ou carruagem.
Havia uma linha de produção para o chassi e outra para a carroceria, também para ganhar produtividade. No ponto em que ambas estavam prontas elas se encontravam. Isso é assim até hoje em picapes, utilitários e caminhões. Muito versátil. ao longo dos anos foram vários tipos de carroceria: carro de passeio 2-portas e 4-portas, roadster, conversível, picape, picape conversível, furgão/perua. Dá pra ver algumas variações saindo da fábrica em Highland Park.
Com 19 anos de produção o modelo atingiu a marca dos 15 milhões de unidades. Essa unidade número 15 milhões pode ser vista no vídeo, no final da linha de produção com o Henry Ford como passageiro. E não deve ter passado pelo controle de qualidade. Vejam que o próprio Ford teve que dar uma forçadinha para fechar a porta. Nessa época já havia outras opções de cor.
O filme também destaca a versatilidade de uso do T. Vejam que impressionante sua capacidade de trafegar em diversas condições de rodagem que vão de uma estrada pavimentada, passando por neve e até fazendo trilhas fora de estrada. Coisa que um carro moderno não faz – ok, hoje temos ruas e estradas por todo lugar. Eu achei impressionante!
Não é à toa que o Ford modelo T foi eleito o Carro do Século. Merece todo meu respeito e admiração.





PK
Com uma semana de atraso, cansado de protelar o momento de relatar aqui nosso passeio, decidi que era hora de falar sobre o Encontro Paulista de Autos Antigos. Mas sem apelar pro clichê e o jornalismo comum. Esse tipo de coisa você leitor encontra em qualquer outro lugar.

Fizemos um passeio legal, eu e o amigo MAO, saindo de São Paulo com o raiar do sol. A estrada tranquila e vazia, a capota aberta na montaria do dia (uma Alfa - sim, sempre elas - Spider, mas dessa vez uma 96, V-6.) e o Who tocando alto no rádio combinavam como poucas coisas na vida. MAO, velhinho que é, reclamou do frio boa parte da viagem, mas aproveitou o passeio, temendo por sua vida só no trecho final de serra entre Lindóia e Águas de Lindóia.

Chegando à cidade ainda dormindo, vazia, sem trânsito, tranquila, pudemos estacionar o carro numa boa vaga, atrás de um Chevette S/R que deixou MAO pirado. Depois de alguns minutos, seguimos para a praça, onde o mesmo de todos os anos nos aguardava. Nada de excepcional, nada de fenomenal, porém, nesse ano nada de situações ridículas como no ano passado. A média geral dos carros subiu, algumas peças interessantes, mas nada tão digno de nota assim.

Uma bela Corvette de primeira geração e a sombra de nosso intrépido colunista MAO



Como prometido, o troféu AUTOentusiastas para o veículo que mais gostaríamos de dirigir vai para o belo MG TC da foto abaixo, de um colecionador de São Paulo:



Criando um novo troféu, o do veículo que mais gostaríamos de levar para casa e chamar de "meu", vai para o inerentemente cool Chevy 56 abaixo:


Das negativas

Num evento já marcado pela falta de significado e ganância, o desse ano surpreendeu por não ter afundado ainda mais que o anterior. Ponto para a organização, ou para a sorte, ou para a crise, não sei. Só nos resta torcer para que ano que vem o evento talvez volte a ser o que era há 7 ou 8 anos. There´s always next year.


Vendo o atual wallpaper disponível no blog, com o Arnaldo sentado dentro daquele delicioso anacronismo sobre rodas, não pude deixar de lembrar do maior anacronismo dentre eles todos. Velho conhecido dos leitores da americana Road&Track, Nigel Shiftright, personagem criado por Phil Frank (1943-2007), era tudo aquilo que somos quando confinados a nossos automóveis antigos e, mais notavelmente, aqueles de nós tomados por um caso terminal de British fever (ela está voltando, by the way, mas isso é assunto para um outro post...), vivendo num mundo paralelo dentro de sua mente, romântico como todos nós gostamos de ver a história.

Infelizmente, a internet, sempre tão cheia de informações, numa primeira busca não mostra muito deste personagem tão maluco quanto nós. Resta-nos então R&Ts velhas e empoeiradas. JJ e MAO têm estantes cheias delas...

Para aqueles com a grave falha no currículo de não conhecer a revista, um ótimo jeito de começar é lendo o teste completo do Shiftright Special, o MG TC de nosso herói.