google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014): motos
Mostrando postagens com marcador motos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador motos. Mostrar todas as postagens


Convivo com motos há muito tempo para, basicamente, não desgostar de nenhuma. Já tive custom, street, offroad e qualquer coisa com duas rodas me faz feliz. Muitas vezes fui consultado sobre estilos (qual é melhor ou pior) e sei que frustrei muitos que esperavam uma opinião definitiva sobre a "melhor" moto ou a "melhor" categoria de motos. Não respondi simplesmente porque há resposta certa. A melhor moto para você, hoje, pode ser diferente da melhor ontem ou amanhã. Depende dos seus objetivos, sua idade, limitações físicas e uso pretendido. O melhor mesmo é ter algumas na garagem pra poder variar!

Brincadeiras à parte, a ideeia hoje era discutir sobre cross training, muito comum entre esportistas, que consiste em praticar outro esporte para melhorar a performance na modalidade principal. Não são poucos os pilotos de Fórmula 1 que praticam mountain bike ou pilotos de motovelocidade que optam por motocross ou cross-country pra aguçar a sensibilidade às reações da moto em condições de pouca aderência.

Em um país como o Brasil, a experiência no fora-de-estrada ajuda muito, seja em inevitáveis passeios por estrada de terra, seja no rali diário que somos obrigados a encarar com nosso péssimo asfalto, seja urbano ou em estradas malconservadas.

Eu tive a oportunidade de fazer trilhas nos finais de semana com um grupo de amigos e de viajar a Costa Rica para um passeio exclusivamente offroad, a bordo de uma XR400. Eu já tinha feito viagens de moto, mas em estradas asfaltadas, não poderia ser algo tão diferente assim.

Engano meu, CLARO que poderia. E foi. O grupo era muito pequeno, eu, o guia e dois irmãos americanos. Um (45 anos, um pouco acima do peso) morava no subúrbio de Denver e brincava com sua moto de trial em seu enorme quintal para manter os reflexos em dia. O outro irmão, mais novo, era aposentado precoce. Trabalhou muito tempo como bombeiro das Força Aérea Americana na Espanha. Na juventude, ele competiu e ganhou campeonatos regionais de motocross na Flórida. E eu, recém-retornado às motos, com uns 3 meses de experiência de trilhas leves nos arredores de São Paulo. Pra quem não sabe, os EUA mantêm uma base aérea nesse país e a usa em lançamentos de ônibus espaciais, pois é um ponto possível de aterrissagem, dependendo de qual altitude acontece um problema no lançamento (de Cabo Canaveral, Flórida).

Pra dizer o mínimo, foi uma dose cavalar de treinamento na veia. O primeiro dia foi muito longo, pois quanto mais eu caía, mais eu me cansava e caía novamente. Foram cãimbras espalhadas por todo o corpo e, ao final do dia, eu tinha dores onde jamais imaginei que tivesse músculos! Alguns podem se surpreender, mas a dupla americana foi sempre muito prestativa, me ajudaram muito mais do que o razoável, jamais reclamaram do trabalho que eu estava dando e ainda me ensinaram muita coisa. Para derrubar qualquer estereótipo em relação aos americanos...


O passeio incluiu trilha travada e trechos de maior velocidade, um delicioso passeio pelo leito de um largo rio com cascalho, praias e visitas a crateras de vulcões dormentes (a Costa Rica é famosa pela quantidade de vulcões que possui, muitos ativos). Obviamente voltei muito mais piloto do que eu fui e percebia isso claramente ao voltar às atividades de trilheiro de fim de semana no Brasil. Eu disparava na frente dos amigos e nem percebia. Descobri, a duras penas, que conservar energia é o segredo. Menos cansaço, menos erros, menos quedas, mais diversão.

Pra equalizar o grupo, procuramos algum tipo de treinamento pra tornar nossos finais de semana mais prazeirosos. Encontramos dois ótimos instrutores, os baixinhos Soichi e Luiz Mingione (sim, ele mesmo, o brasileiro da Honda que fez o Paris-Dacar com uma XR 250, ou seja, uma Tornado preparada, quando o rali ainda era em continente africano). Curso básico, ensinando desde frear na terra (reduzimos o espaço em 80%!), conduzir a moto em pé até saltos e curvas rápidas. Melhoramos muito, valeu cada centavo. Mais rápidos, seguros e aproveitando muito mais as trilhas na região de Alphaville que antes pareciam tão desafiadoras. Recomendo. Esse ou qualquer outro treinamento equivalente.

No dia-a-dia, circulando de moto, algumas vezes utilizei as técnicas mesmo no asfalto, quando alguma emergência acontecia por problemas no piso ou pelo descuido dos motoristas no trânsito. Mais do que isso, a tranquilidade com que se encara uma atitude atípica da moto pode ser a diferença entre um susto e uma queda.

Lembrei-me particularmente de uma ocasião quando li o texto recente do MAO sobre ABS. Eu tenho uma moto que eventualmente fica parada algum tempo e a bateria obviamente reclama dessa inatividade. Apesar de seus 11 anos, minha BMW R1100S possui injeção, catalisador e ABS. Ao ligar pela manhã, quando a bateria não está em boa forma, a queda na carga faz o ABS entrar em estado de erro e desligar-se. O que eu fazia (e sei que não é recomendável), é desligar a moto em uma descida e religá-la no tranco, evitando essa condição de erro. E o ABS volta a funcionar! Uma certa manhã preguiçosa me esqueci de fazer isso no local habitual. A certa altura, um carro fez uma manobra brusca à minha frente, dobrando em uma entrada sem sinalizar, me fechando. Eu já estava freando, mas reagi no susto e travei a roda de trás. A moto de 230 kg ficou de lado, eu contraestercei instintivamente, aliviei o freio de trás e recuperei a moto com uma tranquilidade que nunca imaginei. Eu tinha feito trilha dias antes. Sem a muleta eletrônica do ABS me tornei um piloto pior e nem percebi, mas o treinamento nas trilhas me permitiu encarar a situação com a calma necessária para não ter danos físicos nem financeiros. Foi só um susto.



Algo parecido aconteceu em algumas montanhas nos Alpes. A técnica mais usada para derreter a neve que cobre o asfalto é derramar sal, que cria uma grossa camada de lama escura em algumas estradas. Mesmo que apenas por algumas centenas de metros, nas maiores altitudes das estradas, encarar esse piso com uma moto esportiva com pneus sem nenhuma pretensão offroad não é das melhores experiências. A brincadeira de andar muito lentamente, explorando o equilíbrio da moto em baixíssimas velocidades, ajuda, e muito.

Treine, aprenda os limites, seu e da máquina, torne-se um condutor melhor. Não espere da eletrônica algo que você pode carregar para sempre consigo.


MM


Andaluzia, Espanha, de San Pedro de Alcantara a Ronda pela A-397.
http://www.bestbikingroads.com/motorcyclegps.php?n=A397-Ronda-San-Pedro-de-Alcantara&code=283e4


São 41 km de curvas deliciosas. Encabeça muitas listas das "10 melhores estradas do mundo". Nem sempre tem pouco trânsito, caminhões criam algumas retenções chatas, mas nada tira o prazer de se percorrer esses quilômetros da estrada para Ronda, no sul da Espanha. No sentido recomendado acima, é uma leve subida, como prefiro ao passar por estradas desconhecidas. Basta aliviar o acelerador e fica fácil a correção de um abuso. Em descida, tudo complica.

Sinceramente não lembro da paisagem, tal a concentração nas curvas em sequência e no tráfego. Repare no mapa como são longas, some um asfalto perfeito e imagine os minutos de diversão. Não se engane, não é preciso altas velocidadades pra curtir um "circuito a céu aberto" desses, apenas o suficiente para que se sinta em sintonia com a máquina e curtindo fazer cada curva melhor que a anterior. Simples assim.

Coloque em sua lista. Vale pelo país, pela região, pela estrada e pelo destino. Não é fácil encontrar tal combinação.

MM

Cidade de Ronda. Impressionante, não? A vista lá em cima também é.

P.S.: Não foi à toa que a última versão da BMW M3 foi apresentada à imprensa nessa região da Espanha. Combina a luxuosíssima cidade litorânea Marbella com ótimas estradas de montanha com o incrível Ascari Race Resort, próximo a Ronda.


Fui lá senhores, vi a Vespa, e pra alegria de alguns leitores, não vou comprar. Vespa, monocoque, 10 anos de praia, coisas que definitivamente não combinam. Mais barato comprar uma pronta, e mais rápido. Mas péralá, já é quase o preço do Citroën AX GTi... acho que vou mandar um e-mail pro dono daquele carro que encontrei tempos atrás...

Falando em Vespa, mais umas idéias de Vespa Custom podem ser encontrada uma aqui e a outra logo abaixo. Adorei o visual, devia se chamar "little one little indian".

foto surrupiada de algum site por aí, não deu pra remover o turista...
Talvez esse seja o final ideal para essa vontade de ter uma moto. Ela não passou, mas, como fazer a Storz XR1200, ou mesmo uma XR883 (claro que é só desculpa pra publicar mais umas fotos delas...) ficou bem caro por conta do dólar, é um sonho que foi um pouco adiado.







Quem sabe daqui uns 6 meses o dólar não cai e importo uma turnkey, prontinha, pra montar nela e ir até o inferno e voltar?
No secret que o título é verdade. Hoje liguei para o homem da PX esquecida pelo tempo, devo ir vê-la sábado. Terá que curar a vontade e eu terei que bloquear um site no meu navegador.

Por quê? Imagine-se sonhando toda noite com aquela Sportster customizada numa dirt-track-racer. Toda noite. Metade dos seus dias. Perturbador o suficiente? Então não tente "googlar" "sportster dirt track racer". Você invariavelmente cairá no site da Storz. Eu vou evitar entrar lá de novo, vou tentar evitar o assunto, mas eles têm tudo, escapes, kits para converter para correntes, rodas raiadas, tanques de combustível, rabetas, bancos, guidões, tudo! Mas esse post é na verdade para o meu amigo VR, que não precisava de mais um motivo pra se perturbar com a idéia de ter uma moto.

E, pra finalizar, essa aí embaixo é a culpada de tudo isso. A dirt-track-racer original, a HD XR750, a moto do Evil Knievel. Mas nesse tom de laranja...

Essa semana liguei para o meu amigo que mantém minha Vespa refém de sua oficina, aguardando na fila interminável a pintura de algumas peças. A vontade de andar de moto de novo cresce a cada dia, e com ela, novas e criativas maneiras de gastar um dinheiro que não tenho, enquanto a Vespa não fica pronta.

Já falei aqui dos pensamentos impuros cruzando minha mente com Harleys pequenas, Buells e outras, mas, sendo realista, são idéias um pouco longe das possibilidades hoje. Em alguns meses, talvez melhore, mas hoje, idéias irreais.

Eis que um amigo surge do nada me oferecendo a Vespa PX de um outro amigo, abandonada há tempos, precisando de um Tender Love and Care, e o melhor, ainda com placa amarela. Preço bom, no limite do "gastável" nesse final de ano.

Me vejo em um curto período de tempo pegando a estrada com o MAO para ir vê-la e trazendo mais um monte de escombros (mentira, diz a lenda que a scooter está montada, mas vai saber...) para a garagem, para mais um projeto. Me engano, dizendo que ela está a poucos passos de ser usada e, enquanto o diheiro para uma moto grande não aparece, ela já quebraria o galho dessa vontade toda.

Claro, me engano desse jeito, tentando me convencer de que realmente o que eu preciso é de mais uma Vespa pela metade. E pensando "afinal, o que eu faria com uma Vespa PX a não ser andar sem me preocupar muito?"

Conhecem o ditado inglês "idle hands are the devil´s playground"? Então, uma mente ociosa também. Passeando por aí na internet, ainda sonhando com uma 883R original, ou com cara de dirt-track-racer, cruzei com essa imagem aí, que fez minha cabeça pirar num belo projeto de final de semana.

Como nunca pensei nisso antes? Por quê?

Não consigo deixar de pensar no porquê de tudo isso. Por que minha cabeça gira assim? Por quê?
Dia desses, voltando para casa no ônibus fretado que tomo (sim, eu sei, what a lousy way to get to work and back sendo que eu gosto tanto de carro, mas o trânsito sempre toma o melhor de mim), me peguei pensando, ou melhor, sonhando, em voltar para casa sobre uma moto. Não pelo trânsito e, defintivamente, não pelo conforto físico, mas, com certeza, pelo prazer de andar de moto.

Não é segredo algum que sonho freqüentemente com uma bela (e relativamente barata) Harley 883R, laranja, mas o fato de ela ter se tornado cada vez mais comum a tem feito perder boa parte de sua graça... Comprar uma Buell pequena, talvez? Ou uma Harley maior ainda, uma XR1200?

Engraçado como mesmo começando um sonho pequeno, sempre nos convencemos que o salto para algo melhor é pequeno o suficiente para valer a pena. E em pouco tempo estamos gastando o dobro do que pretendíamos antes.

Bom, voltando ao assunto, ou melhor, à falta dele. O texto do meu amigo MAO, ao invés de ajudar, só complicou ainda mais as coisas. Por que agora sonho com uma 883R "vestida" como uma dirt-track-racer, como uma HR XR750?

Acho que é melhor ir atrás das peças da Alfa. Elas já devem estar prontas por esses dias e ter um carro italiano para trabalhar é um bom jeito de ocupar uma mente ociosa...
Voltando àquele velho assunto, semana passada vi algo que realmente gostei em matéria de novidade. Uma moto conceito, moderna, "pós-apocalíptica" et al., mas com um ar notavelmente antigo. Para quem não viu, a BMW LO-rider é isso aí. Linda, equilibrada, interessante e o melhor, uma novidade, certo?

Também estava pensando nisso, até que dia desses, em uma crise de biker´s mind, xeretando um site, vi as duas customs BMW abaixo. Variações todas do mesmo tema, mas com os belos motores antigos BMW. E com cara de criações antigas. Daí que vem o bom retrô. Esses bávaros...




Fim de semana e, como tal, duas coisas pulam à mente (sim, o texto está atrasado há alguns dias -- ficou em "rascunhos" e, sobrecarregado de trabalho, simplesmente esqueci dele). Uma é a solidão, que ainda demorará um pouco a passar. E a outra, como sempre, são os projetos abandonados na garagem.

Sábado pela manhã viajei à uma oficina especializada em freios e circuitos hidráulicos automobilísticos. Um amigo havia comentado que eles eram capazes de recondicionar os cilindros do circuito da embreagem hidráulica da Alfa, e então lá fui eu, carregando o mestre e seu escravo, para um retrabalho que espero ser definitivo. Quando mostrei as peças ao atendente, ele logo retrucou "Isso é de quê, de Alfa?" -- bom sinal.

Depois de algum tempo retrucando que eu não queria de modo algum tentar adaptar algum cilindro-escravo moderno no bellhousing da Alfinha, o atendente aceitou ficar com as peças para fazer os reparos. Me pediu um mês de prazo e logo pensei: "Ah, um mês livre de gastos e dores de cabeça com a Neguinha. Que delícia!".

Desse modo, a GTV se une à Vespa, ficando abandonado na garagem à mercê da boa vontade do serviço alheio. As peças da Vespa ainda não voltaram da pintura, preciso ligar para o meu amigo lá, e a Alfa só terá embreagem mês que vem.

Com a cabeça livre para pensar, no domingo, a solidão voltou. E com ela a vontade de fazer algo sozinho e egoísta. Decidi então apelar para a Grazi, que apesar do nome e do que posts anteriores podem sugerir, não é uma loira alta de seios fartos.

Acordei-a do sono após o encontro com o Scania e ela, alegremente, me levou por um longo e demorado passeio. Andei pela Av. dos Bandeirantes, pela JK, pela Faria Lima. Passei em frente de bares de motociclistas, cruzei com um amigo passeando num antigo Golf GTi, curti o sol. Curti o ronquinho do motorzinho Sachs a uma velocidade que seria confortável pedalando e curti a brisa.

Mind-cleansing indeed, my friends, indeed.

Sim, amigos, estou de volta. As últimas semanas bem que tentaram, mas não tiraram o melhor de mim. Continuo aqui, e mais calmo quanto a algumas coisas, e menos preocupado com outras. Hard times indeed.

Voltando aos projetos, um update rápido: Anunciei a Alfa, mas pra ser sincero, acho que desisti da venda. Por enquanto ela ficará guardada, e depois verei o que fazer com ela; quanto à Vespa, algumas peças precisaram ser repintadas, e as levei de volta à oficina do meu amigo, para a repintura. São principalmente os componentes do guidão, e portanto, a montagem está on hold pelo momento. O Mini está parado, pois Egan Sr., o verdadeiro dono do carro, está vendendo ele.

Na verdade, não tinha muito motivo para escrever. Ânimo me faltava, como também assunto, pelo mesmo motivo. Mas hoje ajudei meu irmão a ir buscar um carro dele (sim, ele também é como nós). E para facilitar, levei junto meu outro moped italiano, no porta-malas do carro dele, para voltar de sua casa. Grazi, como eu costumo chamar minha Carnielli MotoGraziella, se acomodou no chiqueirinho, e quando chegou sua hora, acordou do seu sono de um ou dois meses na segunda pedalada. O pequeno motorzinho acordou nervoso, inebriando vosso escriba com o delicioso cheiro de gasolina podium misturada a óleo 2 tempos. Engraçado como certas coisas trazem sorrisos instantâneos e naturais, como se nada de errado houvesse. Subi nela, e saí, lá dos Jardins, para vir para Moema, às 21h precisamente.

O caminho é curto, esburacado, e em alguns trechos, escuro, mas cruzar o parque do ibirapuera à noite é um raro prazer. Confesso que, apesar de ter feito a viagem toda a Wide-Open Throttle, senti medo apenas num trecho, quando estranhamente cruzei com um cavalo-mecânico Scania próximo ao parque. Caminhões imensos são really scary quando vistos a poucos centímetros de sua moto, ainda mais quando a moto calça pneus aro 8. Mas cheguei em casa. E menos triste. E é para isso que curtimos tanto nossos carros e motos, para fazer nossa existência algo mais divertido e menos triste. Aproveitem a semana!
Semana dura, essa que passou. Aperto financeiro, perdi a oportunidade de entrar num negócio memorável (compraria um Porsche 911, a preço de banana!), a namorada me largou, bateram no meu carro (não a Alfa, nem o Mini e sim aquele meio de transporte amorfo que uso no dia-a-dia) e, pra completar, um pneu furado.
Nessas horas, já disse aqui, não há nada melhor do que virar a mente transtornada para algum projetinho com o tempo livre. Comecei a montar minha velha Vespa, que estava esquecida desmontada e recém-pintada na oficina de um amigo.
Um dos grandes prazeres secretos dos homens é desmontar coisas. No dia do desmonte da Vespa, com a ajuda de algumas latas de cerveja, convenci três amigos a me ajudarem a tornar aquele adorável brinquedo em nada além de uma pilha de peças num armário e um conjunto de chapas estampadas. Hoje, preferi atacá-la sozinho, ouvindo música, para clarear a mente. Para limpar a mente, melhor dizer. Tirar da cabeça todas aquelas aflições mundanas e etéreas que nossa cabeça teima em nos propor.
Acordei cedo (cedo demais para um domingo, anyway), e fui para a garagem, sem nem tomar café. Separei logo as peças que sabia que usaria no começo da montagem e apoiei o monocoque da Vespa sobre o carrinho de ferramentas, para que o trabalho ficasse a uma altura confortável. Primeiro passo, repassar o chicote elétrico dela por dentro do casco fechado, levando os fios aos devidos lugares dos componentes que eles alimentarão. Nada simples, graças à moderna e complexa construção da nossa amiga artrópode. Terminada essa parte logo antes do almoço, decido passar pelo casco o conduíte do cabo do acelerador, mas não termino antes da fome chegar. Parada para o almoço e para cumprir meus deveres com a democracia.



Ao retornar do almoço, termino de passar o cabo do acelerador e passo para a instalação de todos os outros conduítes. Parece pouco, mas é uma trabalheira danada. Justo o que eu precisava, depois dessa semana.
Para a semana que começa, o objetivo é montar o guidão, outra trabalheira danada. Depois disso, it´s all downhill from there. Fica moleza terminar ela. E os domingos solitários pela frente pelo menos terão a companhia do inseto barulhento que sempre me fez rir.