google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014): impostos
Mostrando postagens com marcador impostos. Mostrar todas as postagens
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Começo de ano é sempre igual, temos que pensar nos impostos para pagar. E um deles, para quem possui qualquer veículo motorizado, é o IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores).

O IPVA é um imposto estadual, ou seja, cada estado tem autonomia para decidir quanto cobrará. É sempre cobrado levando-se em consideração o valor do veículo, sua alíquota é um porcentual sobre o valor venal. No caso de São Paulo, cobra-se a maior alíquota do país: 4%. Além de São Paulo, apenas Rio de Janeiro e Minas Gerais cobram esta alíquota máxima, todos os outros 24 estados e o Distrito Federal cobram menos. Há estados que cobram apenas 2%, como AC, ES, PB, SE, SC e TO. Sim, o IPVA nestes estados custa a metade do que custa em São Paulo.

Houve recentemente, por causa disso, problemas com carros emplacados em outros estados, a maioria no Paraná, pois muita gente de São Paulo registrava seus carros naquele estado, principalmente carros de luxo. O motivo? Alíquota de 2,5% de IPVA cobrada pelo Paraná, em vez dos 4% cobrados pelo governo paulista. Num carro de 100.000 reais, isto significa nada menos do que R$ 1.500. POR ANO!!! Economia nada desprezível.

Chegou a haver até uma operação da Secretaria da Fazenda paulista (Sefaz) em 2007, chamada de "De Olho Na Placa", para flagrar carros com placas de outros estados circulando em São Paulo. Consistia em blitze feitas pelos fiscais do Sefaz que autuavam os motoristas destes carros (!) numa clara arbitrariedade, multando todas as pessoas que eram proprietárias de veículos com placas de outros estados e que tinham endereço em São Paulo. A motivação? Preservar a arrecadação, é claro. "Convenientemente" esqueceram que uma pessoa pode legitimamente ter dois domicílios e assim escolher em qual deles vai registrar seu carro. A ordem era autuar e, se fosse um caso desses, o contribuinte que se virasse na justiça para reverter a autuação, pois mesmo administrativamente o recurso era negado.

Como já falei aqui no AE, possuo um Ford Fusion 2008 e moro em Brasília. Calculei agora toda a despesa que terei com ele para mantê-lo rodando com os documentos em dia. Isto não se resume apenas ao IPVA, há outros penduricalhos legais obrigatórios a serem pagos: seguro obrigatório e taxa de licenciamento.


Segundo o Governo do Distrito Federal (GDF), o meu carro vale R$ 43.010. Aplicando-se a alíquota de 3%, que é a cobrada pelo GDF para IPVA, chega-se a R$ 1.290,30 de IPVA. No DF, a taxa de licenciamento, também estadual, é de R$ 48,52. O seguro obrigatório, nacional, custa R$ 101,16. No total, gastarei R$ 1.439,98 para manter o carro regularizado.

Tive a curiosidade de ver o quanto gastaria no ganancioso estado de São Paulo: Para começar, em SP já avaliaram "melhor" meu carro, em R$ 45.421. Aplicando-se a alíquota de 4%, tem-se um imposto a pagar de R$ 1.816,84. O licenciamento também é mais salgado: R$ 62,70 (pela mesmíssima coisa que o GDF cobra R$ 48,52, emitir o CRLV). Além disso, o Estado de São Paulo cobra 11 reais de postagem para enviar o documento pelo correio. O GDF também envia pelo correio, mas sem cobrar nada, ou seja, o custo de envio já está incluso nos R$ 48,52 da taxa de licenciamento. Seguro obrigatório custa o mesmo valor, R$ 101,16, só porque é nacional, porque se fosse estadual, aposto que São Paulo daria um jeito de cobrar mais caro.

Como se não bastasse, o ávido município de São Paulo, não querendo ficar de fora, ainda cobra R$ 44,36 (o valor caiu neste ano, era de R$ 61,98 em 2011) por sua inspeção veicular anual.

Somando tudo, manter licenciado um carro idêntico ao meu na cidade de São Paulo custa R$ 2.036,06 por ano, ou seja, nada menos que R$ 596,08 a mais do que em Brasília. Para fazer a mesmíssima coisa: Pagar imposto (que sabe-se lá o retorno que terá, se é que terá), seguro obrigatório e licenciar o veículo.

Com o carro fazendo 9,5 km/l e a gasolina custando R$ 2,85 o litro, só com a diferença de impostos e taxas roda-se 1.987 km com o carro. Não é pouco!

Há pouquíssimos dias, a Diretora de Habitação da Prefeitura de São Paulo, Maria Cecília Sampaio, declarou que "Pra morar nesta cidade, pra ser cidadão em São Paulo, que é a terceira maior cidade do mundo, tem que trabalhar, tem que ter um custo e tem que ter condição de pagar. É o preço que se paga pra morar numa cidade como essa."

Acho que entendemos perfeitamente o que ela quer dizer, ela foi bem clara. E parece ser bem esta a mentalidade dos governantes de São Paulo.

CMF

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) reuniu a imprensa ontem (19) para falar da recente medida que eleva o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos importados. Para tanto, o presidente Cledorvino Belini, que também é o executivo-chefe da Fiat, falou aos jornalistas coadjuvado por membros da diretoria da entidade mais ligados ao assunto, Rogélio Golfarb (Ford) e Luiz Moan Yabiku Júnior (GM), juntamente com o diretor técnico Aurélio Santana.

Obviamente, a Anfavea defende as medidas visando próprios interesses das associadas, como dito no meu posts de 7/9 e 17/9, mas fala em “interesse nacional” que, numa primeira análise, vendo-se o lado dela, tem fundamento.

A indústria automobilística aqui instalada tem 55 anos, de 1980 a 2010 foram investidos US$ 70 bilhões, ela representa hoje 22,5% do Produto Industrial do País e 5,2% do Produto Interno Bruto. Já produziu 63 milhões de veículos, tem hoje capacidade instalada para fabricar 4,5 milhões de veículos por ano.

Foto: advivo.com.br
O ministro da Fazenda Guido Mantega, ladeado por Fernando Pimental, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (à sua direita) e Aloizio Mercadante, ministro da Ciênia e Tecnologia, anuncia as mudanças no IPI

E aconteceu o que já se esperava. O governo brasileiro deu uma rasteira para não botar defeito em quem importa veículos automotores, atingindo em cheio quem se organizou e investiu em estrutura para importar. Como se o que fizessem, importar, fosse ilícito, imoral ou crime lesa-pátria. As regras do jogo foram mudadas com a partida em andamento. Mais, uma vez, e lamentavelmente, ecoam as palavras que Charles de Gaulle teria proferido, "Le Brésil n'est pas un pays serieux".

Medida provisória baixada nesta quinta-feira (15) elevou em 30 pontos porcentuais as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos automotores. A malandragem consistiu em não sofrer tal majoração ou, dito de outra forma, terem desconto desses 30% carros produzidos no País com o mínimo de 65% de peças fabricadas no Brasil ou nos países-membros do Mercosul.

Ficam fora do IPI maior veículos importados de países do Mercosul e daqueles com os quais o Brasil tem acordo, nesse caso apenas o México. Isso significa uma rasteira bem dada nos veículos trazidos de qualquer outro país dos cinco continentes. Num desses cinco, como se sabe, estão Japão, Coréia do Sul e China.


Imagine a cena: jogo final de um campeonato qualquer de futebol, dois supertimes atrás do titulo, jogo empatado, então o locutor recebe um bilhete que diz: “A Fifa acabou com a regra do impedimento. Não tem  mais. Aplicação imediata, já está valendo.” Quase ao mesmo tempo, os técnicos dos dois times são informados da mudança e imediatamente impõem nova tática. O jogo muda de figura. Improvável de acontecer? Sem dúvida que é. Entretanto aconteceu, ou está acontecendo aqui, no mercado automobilístico, com as mudanças de regras que vêm aí.

Desde que o presidente Collor restabeleceu as importações de veículos em março de 1990, encerrando o jejum iniciado em 1976, a regra do jogo passou a ser importar veículos livremente mediante o pagamento do imposto de importação de 35%, limite máximo estabelecido para Organizaçào Mundial do Comércio como Tarifa Externa Comum. E assim todos viveram felizes - mas não seria para sempre. Surgiria um perigo vindo do Oriente, a China.

Os mais antigos - Fiat, Volkswagen, General Motors e Ford (ordem de posição no mercado) -, se não de braços abertos, receberam razoavelmente bem os novos que aportaram aqui no final da década de 1990/início da de 2000, algo considerado inevitável. Foram bem recebidos mesmo aqueles que saíram do longínquo Japão e até os que apenas passaram vender localmente, caso dos sul-coreanos.