google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014): VARIANT
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A VW pode ter sido fundada por Adolf Hitler, e o Fusca em si pode ter sido projetado por Ferdinand Porsche, mas esta VW nazista, estatal de verdade, que produziria carros do povo distribuídos por órgãos do partido, e que seriam comprados por um esquema de poupança prévia, morreu com o fim do sonho nacional-socialista alemão ao fim da Segunda Guerra Mundial, sem ter nunca entregado nenhum carro a um civil.

Não, a VW que conhecemos em propagandas simpáticas que pregavam o bom senso sobre rodas era fruto da visão de uma outra pessoa: Heinz Nordhoff (abaixo).


Nordhoff fora contratado no pós-guerra pelo Major Ivan Hirst, do exército inglês, para administrar a fábrica da VW. Um sobrevivente daquele conflito, que antes fora executivo da Opel, Nordhoff chegou em Wolfsburg “... pobre como um rato de igreja. Tive que abandonar os resultados de 25 anos de trabalho para os russos em Berlin, e pesava 30 kg a menos que hoje.” Como todo sobrevivente de um conflito deste tipo, Nordhoff não conseguiria conceber uma sociedade perdulária e frívola como a nossa atual. Austeridade era parte integrante de sua realidade.

Sendo assim, construiria a VW num tom que atingiria o coração do mundo naqueles tempos, que construiria o maior fabricante da Europa em poucos anos, e que sedimentaria as fundações de uma empresa que hoje caminha para se tornar o maior fabricante do mundo, maior até que a GM e a Toyota. Nordhoff explicou esta filosofia em 1958:

Quando estava fazendo o post sobre a relação entre o Pontiac Tempest e o Porsche 924, me lembrei do carro acima.

Lançada em 1978, e com desenho de carroceria desenvolvido totalmente no Brasil e exclusivo para ela, a Variant II incorporava importantes melhorias realizadas nos VW refrigerados a ar europeus, que até ali (e mesmo depois dela) permaneciam inéditos no Brasil: suspensão traseira independente por meio de braços semi-arrastados e suspensão dianteira McPherson, muito superiores aos sistemas adotados nos Fuscas e seus derivados por aqui.

O carro foi um fracasso comercial, e selou o futuro refrigerado a água da VW também em terra brasilis. Mas tenho carinhosas memórias dela, visto que meu sogro, ao redor de 1988, tinha uma muito útil Variant II branca como segundo carro.

Me lembro do espaço interno generoso; dos dois generosos porta-malas; da estabilidade e controlabilidade bem divertida, e do motor valente, apesar de fraquíssimo para o carro.
Era uma perua divertidíssima enfim, muito mais segura e melhor no comportamento dinâmico que a infinitamente mais popular Brasilia.

E não era por menos: seu esquema básico de suspensão é o mesmo do Porsche 911. E como vimos no post mencionado no início, praticamente idêntica a o Porsche 924/944, apesar deste ter distribuição de massas diferente.

O que sempre me levou a pensar o seguinte: a Variant II é praticamente, se se esquecer a potencia demasiadamente pequena debitada pelo motor, uma perua do 911. Basta colocar um seis cilindros contraposto da casa de Zuffenhausen lá atrás.

Acho até que bastaria dar uma melhorada no motor dela mesmo (alto deslocamento com "kit" importado? Turbo? Injeção?) , visto que o motor Porsche seria exótico e caro demais. Seria uma perua Porsche infinitamente mais cool do que a irrelevante Cayenne. Sempre tive vontade de fazer uma coisa assim, apenas para provar uma teoria que toda vez que exponho, é recebida com os olhares reservados aos mais dementes esquizofrênicos.

AG, tem medicação sobrando por aí? A minha acabou...

MAO