google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014): Harry Miller
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Nélson Rodrigues certa vez disse que “Toda unanimidade é burra”. Embora seja uma frase genial e certamente aplicável a um monte de coisa, não acredito que seja uma verdade absoluta, aplicável a tudo. Porque afinal de contas existem verdades universais que são, bem, universais, aceitas por todos, e não necessariamente burras.

Mas este não é o caso da unanimidade que existe entre entusiastas quando se fala sobre tração dianteira. Parece que a vasta maioria de nós pensa que para realmente ser bom de andar, um carro tem que ter tração nas rodas traseiras, ou pelo menos nas quatro rodas. Os que rezam por esta cartilha até aceitam alguma coisa de tração dianteira, mas acreditam piamente que o nirvana existe somente quando as rodas traseiras impulsionam o veículo.

Não vou aqui elaborar muito neste assunto, porque apesar de ser vasto e tecnicamente interessante de discutir, é também cheio de controvérsias e preconceitos arraigados que sinceramente desejo evitar. Vou apenas dizer que acredito que tudo que é bem feito é bom, seja lá onde a tração e o motor estejam. E que apesar de adorar sobresterço controlado como qualquer um que tenha a cabeça no lugar, prefiro que ele apareça apenas quando provocado de propósito, e que um pouco de substerço no limite, sem exagero, seja a característica normal do carro. Seja lá onde o motor e a tração estejam. Não sou piloto de corrida e quase nunca ando em pista, afinal de contas, e portanto prefiro comportamento benigno e seguro em situações imprevistas. Amassar carro é algo extremamente desagradável, e as vezes dói.


Triumph Spitfire Mk I, 1962 de semieixo oscilante atrás: horror!



Esta lista é diferente, por não ser uma lista de carros, e sim de nomes interessantes. Olhando para ela, penso que as empresas hoje desperdiçam seu dinheiro contratando consultorias a peso de ouro para criar nomes para carros: basta evocar velocidade, matança, maldade e destruição que o nome será memorável... Depois a gente reclama que ninguém nos entende...

A lista é absolutamente subjetiva, portanto os leitores podem se sentir incentivados a criar suas próprias. É só não se influenciar demais pelo carro em si; o que vale aqui é o nome. Por isso mesmo coisas tão legais como um Nissan GT-R e um Ferrari 599 estão fora: são carros sem nome, coitados. Seus pais lhes deram siglas e números ao invés de um nome de verdade, ato realmente imperdoável para com crianças tão lindinhas...

A eles então, começando do décimo colocado, e ao fim, no nome mais legal já dado a um automóvel, na humilde opinião deste colunista:

Talvez uma das combinações de cores mais emblemáticas de todos os tempos do automobilismo mundial, o laranja e azul da equipe Gulf destacam-se por onde passam.
Tudo começou nos anos 30, quando a Gulf Oil aliou-se ao consagrado Harry Miller em um projeto para carros especiais para as 500 Milhas de Indianápolis. O carro seria uma grande novidade, pois Miller usara sua engenhosidade e conhecimentos de motores e chassi para criar um carro leve e potente, de motor central, e com a inovação dos freios a disco. A Gulf Oil entrou no projeto com a visão de usar o carro como uma forma de divulgar seus combustíveis e lubrificantes, mas o carro apresentou problemas de refrigeração e o projeto foi abandonado.


Os próximos grandes marcos da Gulf no automobilismo são mais conhecidos, com os Ford GT40 e os Porsche 917, estes talvez os mais emblemáticos carros a usarem as cores da Gulf, imortalizada também nas telas pelo filme "As 24 Horas de Le Mans", de 1971, com Steve McQueen e seu 917 de número 20.



Também lembramos dos Gulf Mirage, entre eles o derivado do GT40, com modificações de carroceria para deixar o carro mais eficiente de aerodinâmica com menos entradas de ar, principalmente na parte traseira, e o Mirage GR8 Ford-Cosworth, vencedor de Le Mans de 1975 nas mãos de Jacky Ickx e Derek Bell.


Mais recentemente nos anos 90, o McLaren F1 GTR também recebeu as cores da Gulf, mas adotando um tom de azul mais escuro. Para mim o F1 mais bonito de todos.


A Porsche, junto com a equipe Kremer, correu com o modelo K8 em 1994 com as cores da Gulf em LeMans, mas não passou da sexta posição no fim da corrida, com o carro liderado pelo veterano Derek Bell.


A Audi também teve as cores da Gulf em um de seus R8, carro liderado por Stefan Johasson, que foi campeão do Mundial de Endurance em 2001. Novamente, um dos meus R8 favoritos.


Nos últimos anos, a Gulf patrocinou carros da Aston Martin, primeiro o DBR9 na categoria GT1, e depois o Lola-Aston da LMP1, ambos vitoriosos.



Não há como negar, a Gulf está enraizada no coração do automobilismo, principalmente em Le Mans.

Não muito tempo atrás li em algum lugar que não me recordo uma breve história sobre corridas náuticas dos anos 20 e 30. Alguns dos grandes nomes da história do automóvel já foram relacionados com outras formas de esporte a motor.

Harry Miller, um gênio dos motores a combustão interna e de grandes carros que fizeram história em Indianápolis e afins, certa vez já trabalhou com barcos. Em 1927 ele construiu três exemplares de um V-16 de 10-litros em alumínio com duplo comando, que foram utilizados em barcos de corrida da classe Gold Cup. Na sua configuração original, o motor produzia 425 cv, mas um deles foi adaptado para sobrealimentação e produzia mais de 1000 cv.

Com o tempo, um dos motores que sofrera danos por uma quebra de biela, foi alterado para a nova capacidade de 12-litros e teve o compressor revisado, aumentando ainda mais a potência.

Hoje mais do que raríssimos, estes motores são obras de arte das competições náuticas. Sr Miller, como sempre, se superando a cada nova empreitada.