google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014): Blue Motion
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Polo BlueMotion: altura de rodagem europeia

Ontem eu e o Arnaldo Keller fomos ao Clube do MG, na Lapa, para a manhã de autógrafos do livro "Interlagos - Um sonho de velocidade", do jornalista Moraes Eggers, lançado no final do ano passado. Fomos no Polo BlueMotion que está comigo e durante o trajeto comentei com o Arnaldo a questão da altura deste Polo ser menor 1,5 cm que os demais da linha e como isso era benéfico para o comportamento tanto quanto para a aerodinâmica, ao diminuir a área frontal.

Já falei bastante sobre o Polo BlueMotion neste blog (POLO BLUEMOTION OU "4+E", O RETORNO, BRASILEIRO EUROPEU, IDIOTICE DIDÁTICO-RODOVIÁRIA), de modo que é desnecessário falar mais sobre o carro. A questão a comentar agora é genérica e tem a ver com o terceiro dos três posts acima: o mal que as lombadas fazem.

Um dado fundamental em todo projeto de suspensão é a altura de rodagem. A partir dela são estabelecidos os ângulos de braços de controle ("bandejas") e das barras de direção em relação à horizontal. Esses ângulos têm enorme influência no comportamento do veículo.

No caso dos braços de controle, temos a variação de cambagem da roda ao longo do curso da suspensão, por sua vez intimamente ligada à rolagem (inclinação do veículo nas curvas). Também, a posição dos braços de controle infuencia a altura do centro de rolagem, igualmente importante para as características dinâmicas em curva.

Nas barras de direção, o efeito sobre a convergência de acordo com o sobe-e-desce da suspensão é sensível. Por isso, essas barras precisam estar o mais próximo da horizontal possível.
Quando a altura de rodagem é alterada, para cima ou para baixo, ocorre uma natural e inevitável desarrumação desses ângulos. Para que todos esses ângulos fossem mantidos, a suspensão teria que ser redesenhada.

No Brasil, como já vimos no terceiro dos posts citados acima, é preciso maior altura de rodagem em razão das defectíveis lombadas por todo o país e das inacreditáveis valetas da cidade de São Paulo. Só que para dar essa maior altura de rodagem nenhuma fábrica, em sã consciência, vai redesenhar a suspensão.
É claro que uma altura de rodagem que "desarrume" os ângulos não vai tornar o carro inseguro ou perigoso, mas certamente vai deixá-lo pior. É o que se chama de efeito colateral ao se fazer uma determinada modificação.

Inversamente, uma altura de rodagem menor, que "rearrume" esses ângulos, tornará o carro melhor, deixando-o dentro daquilo para o que foi previsto. É o que se percebe nitidamente ao dirigir o Polo BlueMotion com sua altura de rodagem 1,5 cm menor em relação aos demais Polos.
 
Seu comportamento surpreende quando se leva em conta que os pneus são bem estreitos (165/70-14) e foram feitos com o objetivo de serem mais fáceis de rolar (para menos consumo de combustível), não para melhorar a aderência nas curvas. A precisão da suspensão deste carro impressiona.
 
Foi o que expliquei para o Arnaldo, o que agora compartilho com os leitores, a quem recomendo experimentar um BlueMotion numa concessionária da marca.
 
Esse assunto é extenso e num outro post vou falar sobre essa mesma questão, porém aplicada em competição.
 
BS