Os grandes astros e celebridades conhecidos mundialmente, em sua maioria, são pessoas “do bem”. Politicamente corretos, defensores dos oprimidos e do meio ambiente, bem relacionados e sempre em alta na mídia e sociedade. Quem não gosta de uma figura dessas?
As vezes, um ou outro ponto fora da curva mudam este cenário.
Pessoas que em teoria não deveriam ser apreciadas também ficam famosas e atraem
muitos seguidores. Bonnie e Clyde, o famoso casal de bandidos americanos dos
anos 1930, são lembrados até hoje.
Quem não simpatiza com o pirata Jack Sparrow? Ele é um
bandido, ladrão e saqueador, mas todo mundo gosta dele, mesmo sendo
profundamente ilegal.
O Ferrari 250 GTO é um caso de ilegalidade fora dos
critérios de aceitação. Não poderia ter sido usada em competição, mas deram um
jeito e o fizeram. E assim devemos agradecer, pois senão nunca o veríamos em
ação.
Nos anos 1960, os campeonatos de endurance e corridas de
curta duração (sprint) eram tão ou
mais importantes que a própria F-1, pois os fabricantes estavam começando a ver
que o automobilismo refletia em vendas. Tanto os carros de corrida que eram
disponibilizados para pilotos e equipes particulares eram mais vendidos, como
os de uso civil para o público normal.
Ferrari TR59, carro usado por Phil Hill em 1959, dominantes nas categorias do Mundial de Carros Esporte |
A categoria Gran Turismo (GT) estava em alta, pois os carros
eram similares aos comercializados e os investimentos eram elevados, com apoio
dos grandes fabricantes que buscavam a dominação da categoria. O domínio dos
italianos era quase que incontestável, com alguns momentos de rebeldia dos
ingleses.
A Ferrari era a marca a ser batida, com diversos campeonatos
mundiais sob sua bandeira desde o começo dos anos 1950. A dinastia na categoria
GT para motores maiores de 3 litros começou cedo, com os modelos 250 GT em
diversas carrocerias e modelos ao longo dos anos.
Ferrari 250 GT SWB de Steve McQueen |
No princípio dos anos 1960, a Jaguar era uma grande rival com os modelos C-Type, D-Type e posteriormente os E-Type que disputavam a mesma categoria que a Ferrari. Para manter sua hegemonia, a Ferrari precisava melhorar seus carros.
O 250 GT Berlinetta Passo Corto, mais conhecido como o SWB (short wheelbase), ou entre-eixos curto, era o que a Ferrari tinha de mais recente. A distância entre eixos de 2.400 mm (curiosamente igual à do Fusca) era eficiente, pois balanceava a necessidade de um carro ágil para curvas mais lentas e estável a grande velocidade, mas ainda não era o suficiente para competir com os novos carros ingleses. Uma nova carroceria seria necessária. Carlo Chiti era o chefe de desenvolvimento da Ferrari na época, responsável por muitos sucessos da marca.
O primeiro protótipo do GTO, chassis nº 2643GT, feito por Chiti |
Em 1960, Chiti utilizou um Ferrari 250 GT SWB (chassis nº 2643GT) para ser o primeiro protótipo do novo carro da Scuderia. Foi um modelo com uma carroceria especial Pininfarina e motor Testa Rossa, mais potente que o V-12 convencional dos 250 GT SWB. O primeiro teste real foi em Le Mans de 1961, mas uma avaria no motor fez o carro abandonar a corrida. Não era ainda o suficiente, e algo mais drástico deveria ser feito.
O carro feito por Chiti ainda existe, o chassi nº 2643GT |
Algumas pessoas foram responsáveis pelo nascimento do GTO, e um deles foi o jovem Giotto Bizzarrini, que trabalhava na Ferrari desde 1957, quando deixou seu posto na Alfa Romeo para ser piloto de testes. Conhecido pelas suas habilidades e criatividade, logo tornou-se chefe de desenvolvimento do projeto GTO na Ferrari, escolhido a dedo por Enzo Ferrari. Dizem que Enzo o contratou depois de ver uma de suas criações, um Fiat 500 "Topolino" todo modificado para competição, chamado La Macchinetta.
Enzo foi direto à Bizzarrini, responsável por boa parte dos 250 GT, solicitando um novo carro, diferente do que Chiti havia feito. Giotto foi o líder e o mais importante membro do desenvolvimento do novo carro. Suas idéias e soluções de engenharia foram cruciais para o sucesso do carro. Contudo, Enzo já avisara que não haveria investimentos no projeto.
Outro carro foi feito, também com base em um 250 GT (chassi nº 0523GT) que foi o carro particular do próprio Bizzarrini e de Enzo Ferrari
antes dele. Era um GT com carroceria Boano, encurtado para ter o mesmo
entre-eixos do SWB e que receberia uma
carroceria nova feita internamente pela equipe de Bizzarrini, totalmente baixo
custo, em função da restrição de verba.
Apelidado de Papera (algo como “Patinho Feio”, mas também era chamado de Il Monstro por ser bem feio), o protótipo do novo 250 GT foi feito no departamento que Bizzarrini comandava, o C.C.S. (Controlli, Collaudi e Sperimentazione, ou Controle, Testes e Experimentação). Moldada à mão pela sua equipe, uma carroceria nova, mais baixa e aerodinâmica, foi esculpida. Bizzarrini mesmo afirmava que não era designer, era engenheiro e piloto de testes, por isso o primeiro carro era tão estranho.
Contrariando uma célebre frase do Commendatore Enzo, “l'aerodinamica è materia per chi non sa costruire motori” (a aerodinâmica é para quem não sabe fazer motores), o novo carro teria boa parte de seu desempenho baseado em uma nova forma de carroceria. De fato, motor a Ferrari sabia fazer muito bem, mas era chegado ao ponto que não bastava ter um dos melhores e mais sinfônicos V-12 de todos os tempos.
Avançados estudos de aerodinâmica foram usados para modelar o novo carro, inclusive refinamento em túnel de vento. Talvez a mais marcante característica do desenho do GTO seja a traseira cortada. Esta forma vem dos estudos de Wunibald Kamm, suíço especialista em aerodinâmica. Seus estudos mostravam que para se obter o menor arrasto possível, a seção final da traseira do carro deveria ser aproximadamente 45-50% da maior seção frontal da carroceria e devidamente distribuída ao longo do comprimento do carro.
O carro era bem feio mas funcional |
Os testes feitos no protótipo logo mostraram a evolução em relação ao 250 GT SWB. O novo carro era mais rápido e estável, algo importante pois boa parte das pistas eram de alta velocidade. Stirling Moss era o piloto de testes do novo carro, e teceu muitos elogios logo nos primeiros testes.
Para acomodar o novo conceito de carroceria que tinha a
frente bem baixa e longa, o motor foi recuado e mantido o mais baixo possível,
graças ao carter seco de pequenas dimensões. O princípio do cárter convencional
é armazenar todo o óleo do motor sob o virabrequim, e com uma bomba mecânica
este óleo é distribuído pelo motor. Com cárter seco não há o
reservatório de óleo sob o motor, mas sim em um recipiente separado, que pode ser posicionado no cofre. O óleo do recipiente chega diretamente à bomba, que o envia pressurizado para os vários pontos do motor, como no cárter úmido. O óleo, depois de efetuar seu trabalho, flui para o cárter ("seco") e de lá, por uma segunda bomba, chamada de bomba de circulação (scavenge pump), para o recipiente.
O já conhecido motor “Colombo” (de Gioacchino Colombo, seu projetista), V-12 a 60º de 3 litros, Tipo 168/62 Testa Rossa, recebeu algumas melhorias além do cárter seco. Com novas e maiores
válvulas, comandos mais agressivos, era capaz de gerar mais de 300 cv a
sonoros 7.500 rpm, podendo virar até quase 9.500 rpm. O motor era confiável e
potente. As diversas gerações de carros 250 GT equipados com estes V-12 foram
bem sucedidas. A denominação 250 destes Ferraris vem do deslocamento
volumétrico de cada cilindro do motor, ou seja 250 cm³.
O câmbio de cinco marchas era uma novidade, com um
sistema de sincronização Porsche, diferente de qualquer uma disponível nos
Ferrari de produção atuais. Lembre-se deste detalhe. Os novos sincronizadores
não eram muito bem vistos pelos pilotos mais experientes, pois dificultavam as
reduções com a técnica da dupla embreagem.
Como o chassi base do novo carro era do 250 GT SWB, a
suspensão também era similar. A dianteira independente e a traseira com eixo
rígido não eram exatamente modernas, nos primeiros testes o carro era até
perigoso, mas o posterior uso de um sistema de barras laterais de
posicionamento do eixo traseiro (Paralelogramo de Watt) melhorou consideravelmente a
estabilidade do carro. Molas helicoidais também foram montadas na traseira como
auxiliares aos feixes de mola tradicionais, diferentes dos modelos
convencionais de rua.
Os freios dianteiros eram os mesmos dos modelos protótipo,
fabricados pela Girling e de grande eficiência para a época. Os freios
traseiros utilizavam discos, como era nos SWB.
O carro estava mais e mais evoluído e a expectativa de um carro vencedor era cada vez maior. O chassi redesenhado por Bizzarrini e a carroceria mais aerodinâmica seriam o grande trunfo da Ferrari para a temporada de 1962. Só que um grande choque viria a mudar um pouco o rumo do projeto.
Durante o desenvolvimento, disputas internas entre o chefe
de vendas, Girolamo Gardini, a esposa de Enzo Ferrari que freqüentemente dava
seus pitacos na empresa, e o próprio Enzo, acabaram com uma demissão em massa
na Ferrari. Gardini era o responsável pela aura de exclusividade da Ferrari,
segurando as vendas e garantindo a exclusividade e preços altos. Laura, esposa
de Enzo, não concordava em muitos pontos com Gardini, e se desentendiam com
freqüência. Enzo não agüentou as brigas e demitiu Gardini. Muitos da equipe
ficaram ao lado de Gardini, e todos foram demitidos, entre eles Bizzarrini.
Junto com Bizzarrini, o grande Sergio Scaglietti foi um dos
responsáveis pelo desenho final da carroceria do novo carro. Sem Bizzarrini na
equipe, Enzo confiou à Scaglietti a conclusão da carroceria do GTO. Este já
havia assinado o desenho de diversos modelos da equipe italiana, mas neste
caso, seu trabalho foi em parceria com a Pininfarina, que fez o desenho e
Scaglietti a execução. Sergio considerava o projeto de Bizzarrini “complicado
demais”, e redimensionou a estrutura tubular do chassis e as linhas finais da
carroceria.
O jovem engenheiro Mauro Forghieri foi um dos poucos que sobraram do time de engenharia liderado por Bizzarrini, e teve a bênção de Enzo para terminar o projeto junto com Scaglietti. O resultado foi um dos mais lindos cupês já vistos, o Ferrari 250 GTO de 1962. O nome GTO vem de Gran Turismo Omologato, que ironicamente era tudo o que o carro não deveria ser: homologado.
O regulamento do Grupo 3 da FIA para o campeonato de carros
esporte pedia uma quantidade mínima de 100 exemplares construídos do modelo. A
Ferrari construiu apenas 36 unidades do GTO, mas politicamente conseguiu alegar
que o carro na verdade era apenas uma nova variação dos 250 GT dos anos 1950.
O carro tinha uma carroceria especial, chassis exclusivo,
motor com cárter seco e câmbio de cinco marchas também exclusivos e apenas
36 exemplares, e ainda assim por ser liberado para competir. Para piorar, cada GTO
tinha detalhes diferentes de carroceria, como aberturas de ventilação, faróis
auxiliares etc. Dizem até que as peças de carroceria de um GTO não montavam em
outro. Em 1962 o GTO foi espetacular, vencendo praticamente tudo o que
disputou, exceto a 24 Horas de Le Mans, e o sucesso se manteve em 1963.
Diversas configurações de saídas de ar são vistas nos GTOs, todos já com o defletor traseiro |
Para 1964, o plano da Ferrari era usar um carro de motor central na categoria GT, mas o regulamento não permitiu e os carros de motor dianteiro ainda eram os modelos do momento. Três outros exemplares foram fabricados com uma nova carroceria, tão bonita quanto a primeira geração. Esta nova carroceria ficou conhecida como Série II, e foi desenhada por Pininfarina e construída por Scaglietti. Estes três carros foram os de número #5571GT, #5573GT e #5575GT.
Ferrari 250 GTO 1964, conhecido como Série II |
Em 1964, os novos GTOs (três fabricados do zero e quatro
carros Série I foram atualizados para Série II) encararam o desafio de combater
os Shelby Daytona, que também deram uma pernada no regulamento, afirmando que
eram apenas variações dos Cobras roadsters.
A Ferrari foi campeã mundial, venceu Le Mans com o 275P, mas na categoria GT
perdeu para os Daytonas do texano de sotaque engraçado. Este foi o último
suspiro dos GTO, já era hora de seguir com um novo projeto.
Um dos pilotos que teve o prazer de colocar as mãos no GTO oficialmente pela Ferrari foi o grande Phil Hill. Maravilhado com a facilidade de guiar os GTOs e o equilíbrio que estes carros tinham, Hill foi um dos que conquistou vitórias com o novo carro da Ferrari.
Hill conta que no começo do desenvolvimento, ele ficou
frustrado em ser designado para ser piloto do GTO, uma vez que os carros da
categoria protótipo eram os mais rápidos e com maiores chances de vencer
corridas como Le Mans e Daytona. Justamente na época em que houve a grande
demissão na Ferrari, ele teria um carro “de segunda”. Mas o que ele não sabia é
que o campeonato de construtores apenas contabilizava pontos da categoria GT, e
desta forma, ele seria um dos homens de confiança de Enzo a dar os pontos
necessários para o campeonato. Logo o mal-entendido passou e Hill sentiu-se
valorizado a continuar na equipe.
Recentemente um video do excelente site Petrolicious sobre um dos GTO Série II veio à
internet. O filho de Phil Hill mostra o carro que era de seu pai em um passeio
regado ao som divino do V-12.
Esta filmagem só reforça a idéia de que em certos momentos, mesmo que contra a regulamentação, ficamos felizes que Enzo Ferrari fosse o Commendatore com mão de ferro e tivesse tanto poder, pois senão nunca veríamos uma obra de arte como estas. Uma obra de arte ilegal.
Hoje, todos os 39 GTOs existem, devidamente documentados e
extremamente valiosos, com casos de carros vendidos por mais de 50 milhões de
dólares (o recordista é o chassis #5111GT modelo 1963, vencedor do Tour de
France).
O primeiro carro, o SWB modificado ainda existe e aparece em alguns eventos, mas o carro feito à mão pela equipe de Bizzarrini aparentemente não existe mais. Há algumas versões para a história deste carro, mas acredita-se que foi destruído pela Ferrari ainda na época do desenvolvimento.
O chassi #5111GT foi o mais caro já vendido até hoje, por mais de US$ 50 milhões |
O primeiro carro, o SWB modificado ainda existe e aparece em alguns eventos, mas o carro feito à mão pela equipe de Bizzarrini aparentemente não existe mais. Há algumas versões para a história deste carro, mas acredita-se que foi destruído pela Ferrari ainda na época do desenvolvimento.
MB
fotos: autor, Ferrari, Motor Klassik, conceptcarz, Road and Track, Bizzarrini, carwalls, Homer Wills.
Italianona bruta !!
ResponderExcluirJorjão
Texto magnífico. Parabéns!
ResponderExcluirObrigado! Este carro merece muito mais ainda.
Excluirabs,
Dá para ver de onde saiu o estilo da capota das Corvette pós-68.
ResponderExcluirMeu primeiro carro! Tenho até hoje o pequeno modelito que ganhei quando era criança. hehe
ResponderExcluirEste é mesmo o carro dos sonhos de muitos.
Excluirabs,
Curiosamente o mesmo diametrome curso do motor das motos Honda CBX 250 e CB 500. Com isso entende-se como é girador.
ResponderExcluirE o ronco no video fala por si.
Marcos, não sabia desta coincidência. Diâmetro de 73,0 mm e curso de 58,8 mm mostra mesmo a capacidade de chegar em altas rotações deste motor.
Excluirabs,
Milton, esse curso veio desde a 166, passando por 195, 212 , 250, a 275.
ExcluirAgora uma dúvida: se não me engano o nome GTO foi criado com o tempo, talvez pela própria imprensa, nunca existiu oficialmente, mas não tenho certeza.
Mas uma coisa é certa: mandar embora quase toda a equipe técnica foi uma atitude temerária por parte do commendatore, mas fez surgir um gênio (até hoje subestimado): Mauro Forghieri.
Abraço
Descobri esse fato no dia que assisti o video do Petrolicious e pude ouvir o quanto esse motor pedia pra girar. Tendo contato com uma 500 e sendo dela minha referencia em termos de motor gerador, procurei os dados para uma comparação.
ExcluirAliás, esse video é o mais próximo que se pode chegar de andar numa 250 GTO. Merece todo o reconhecimento. Acredito que tenha sido o inspirados do post, não?
Abraço,
Girador*
ExcluirAchille,
ExcluirÉ um pouco incerto a origem do nome, mas no começo era mesmo só 250 GT, e em pouco tempo veio o O.
Marcos, sim o video foi o inpirador.
ExcluirBarrabás! Que som! Que me perdoem os turbinados, mas uma melodia dessas é fundamental.
ResponderExcluirEspetacular.
ResponderExcluirEu juro, pela morte da minha mae, que ja vi uma 250GTO em Sao Paulo
ResponderExcluirEra amarela com essas rodas raiadas....
É uma réplica este carro amarelo, tem até o número 40 pintado no carro.
ExcluirMas é uma réplica de primeira qualidade, motor Ferrari V-12 e tudo mais.
Na verdade nao se trata de uma replica
ExcluirE uma Ferrari 250 original, caracterizada como GTO
Todas sua carroceira , interior e mecânica usam as mesmas pecas das GTOs originais
Assim esse carro pode ser considerado uma GTO, apesar do seu chassi nao estar entre os 39 produzidos como GTO
Pertence a um grande colecionador brasileiro e esta em estado impecável
Uma obra de arte!
Este carro não pode ser contado como um GTO original, não foi produzido na época mas sim modificado para parecer um GTO. O chassi e motor são sim de algum 250 GT doador, é impecável mesmo, o AK se não me engano já andou no carro, mas não pode ser tido como um GTO original.
ExcluirHá alguns fabricantes destas réplicas no mundo, em especial na Europa, onde você leva seu Ferrari GT doador e por coisa de uns 300 mil dólares recebe a conversão.
tiveram algumas que correram aqui por terra brasilis, não?
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirNão é certeza que alguma correu, mas há um conhecido meu que no fim dos anos 60 viu um em São Paulo, e esta pessoa tem conhecimento para saber que era um GTO. Pela época, dificilmente deveria ser uma réplica, mas o carro depois de um tempo sumiu.
ExcluirDo Camilo Christofaro?Durante muito tempo "adornou" a oficina do Lobão,com a placa 'vendido' (para cortar a encheção de saco),mas nunca ficou claro se era um GTO 'autentico' ou uma 'replica original' baseada no 250 GT. Uma coisa é certa- andou na pista, sim. E era sensacional,sim senhor.
ExcluirSobre a GTO do Camillo, ver http://www.petrolhead.com.br/node/358
ExcluirQuanto a réplica aqui no Brasil atualmente, acredito ter sido feita a partir de uma ligeiramente menos nobre Ferrari 250GTE. "As a donor car for 250 GT SWB and GTO replicas, the classy 250 GTE is now well-established as a desirable berlinetta in its own right" (www.classicdriver.com/en/article/cars/ferrari-250-gte). Ver também: "Ferrari 250 GTE and 330 GT to be Hunted to Extinction"(http://chadglass.blogspot.com.br/2012/02/ferrari-250-gte-and-330-gt-to-be-hunted_22.html#.U4KBznJdWSo)
Não era o carro do Camilo não, era outro, não sei dizer a cor.
ExcluirMilton, não disse que era a do Camillo Christofaro. A dele correu nos anos 60 no Rio, foi objeto de polemica, aparentemente não era uma GTO autêntica, era uma TR com carroceria semelhante à GTO (leia reportagem).
ExcluirA que há aqui atualmente, a amarela, muito bonita, provavelmente feita a partir de uma 250GTE, pratica comum no exterior. Por isso o autor de um dos artigos fala de extinção, são veículos menos valiosos mas que na prática tem a mesma mecânica, daí ser mais simples transformá-los em algo mais nobre, como uma GTO.
Exatamente, pode ver inclusive que a carroceria do carro do Camilo é meio esquisita. Veja neste link ( http://www.barchetta.cc/english/all.ferraris/detail/0716tr.250tr.htm ), há um histórico sobre o chassi do carro do Camilo. Não sei dizer se é 100% confiável, mas bate com as histórias daqui.
Excluirabs
Obrigado Milton ! Esse é um dos carros mais admirados por mim. Que maravilha. Esse carro é a perfeição. Se houver Céu e eu for para lá, eu vou pedir para Deus para andar de 250 GTO para sempre.
ResponderExcluirJS3, melhor pedir bem, pois a fila vai ser grande! rs
Excluirabs
Milton, o texto/conteúdo são excelentes, como um carro da classe do GTO merece. Eu, que sepre admirei demais Bizzarrini por ler sua história em outras publicações, passei a admira-lo ainda mais.
ResponderExcluirPorém, o que me chamou a atenção no seu texto foram as controvérsias internas durante o desenvolvimento do projeto. Isso deve ser uma tradição na Ferrari, porque desde quando foi fundada, não existe 1 período sem que haja polêmica em torno de pessoas querendo dar palpite ou mandar onde não é chamado, seja na fábrica, seja na equipe de F-1.
E de certa forma, a polêmica da demissão em massa também ajudou a criar aquela que seria sua maior rival dentro de casa: Automobili Lamborghini S.p.A.
Fábio, obrigado, e você tem razão. Como bons italianos, as brigas e pitacos eram constantes. A demissão em massa na Ferrari durante este período na verdade resultou na criação da fábrica de carros esporte chamada ATS (Automobili Turismo e Sport).
ExcluirA Lamborghini se fortaleceu com o trabalho independente de engenharia de Bizzarrini, que foi contratado por Ferruccio nesta época para o desenvolvimento do V-12.
abs,
MB, agora só falta escrever um artigo sobre Bizzarrini e a Iso. É uma sequência natural.
ResponderExcluirVamos preparar algo assim.
ExcluirNo passado o MAO já escreveu este post aqui: http://autoentusiastas.blogspot.com/2009/02/miticos-animais-alados.html
Também no post sobre o Breadvan dele há bastante informação:
http://autoentusiastas.blogspot.com/2013/09/breadvan-o-ferrari-rebelde.html
abs
Espetacular post sobre um carro idem,Milton. Agora,só fico imaginando o trabalho que devia ser pra equalizar 6 carburadores! Mas não resta dúvida de que o resultado ficou divino.
ResponderExcluirDaniel, com certeza era um trabalho para poucos, pois qualquer diferença entre um e outro já "seguraria" o motor.
Excluirabs
Que coisa linda esse ronco.
ResponderExcluirSou fã incondicional da 250 GTO, e sabia que era provavelmente o carro mais caro do mundo, mas esses 50 milhões são de vendas entre particulares, não em leilão, correto? Em leilão seria a Ferrari 275 GTB/4 N.A.R.T. por 27,5 milhões de obamas.